Por Germán Gorraiz López, no site Carta Maior:
O Brexit e o triunfo de Trump ficarão marcados na história como o ponto que encerrou o “cenário teleológico” no qual a finalidade dos processos criativos era planejada por modelos finitos, que podiam moldar ou simular vários futuros alternativos e nos que primava a intenção, o propósito e a previsão, o que agora foi substituído pelo “cenário teleonômico”, marcado por doses extremas de volatilidade. Assim, assistiremos o final da hegemonia dos Estados Unidos e de seu papel de guardião, que dará lugar a uma nova doutrina multipolar, uma geopolítica baseada no reequilíbrio entre o trio Estados Unidos, China e Rússia (G3), o que, na América Latina, tende a significar uma nova onda involucionista, com o inequívoco objetivo de derrubar os governos insubmissos aos interesses norte-americanos e dar lugar a renovados regimes militares autocráticos, o que afetará países como Brasil, Venezuela, Equador, Nicarágua e Bolívia.