Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Quando Fernando Henrique Cardoso ordenou a venda da Vale não estava entregando apenas nossas jazidas minerais e mais de meio século em conhecimento extrativo.
Estava entregando a empresa a um completo divórcio com o Brasil, cujo momento mais simbólico foi a desastrada contratação na China e na Coreia dos navios de transporte, enquanto nossa indústria naval agonizava por falta de encomendas.
Agora, há um perigo ainda maior.
Uma empresa que foi, por décadas, sinônimo de geração de divisas para o país e de emprego e renda em regiões sem outra atividade econômica de peso passou a ser vista pelos , e com boas razões, com ódio e medo.
Isso representa mais, muito mais, que os 17% de valor que a empresa perdeu na Bolsa de Nova York – afinal, se excluirmos a participação da Mitsui, que integra acordos com bancos e fundos de pensão brasileiros – a maioria de suas ações já está em mãos do capital estrangeiro.
Um acordo de acionistas, válido até o ano que vem, mantém, ao menos formalmente, aqui o controle da empresa e parte do poder decisório.
Ainda é muito cedo para mensurar com exatidão o impacto financeiro que se seguirá à tragédia humana de Brumadinho, mas isso pode se alterar.
O bloqueio de R$ 11 bilhões de recursos representa perto de metade dos recursos de caixa da empresa e as perspectivas de curto e médio prazo, em razão da obvia dificultação dos planos de aumento da exploração mineral e, talvez, dos níveis de produção de outras unidades – uma consequência esperável da busca pela segurança negligenciada antes – tornam pouco otimistas as suas projeções de desempenho.
Não é de descartar, inclusive, uma mudança antecipada de sua diretoria, que parece completamente atônita com a situação.
Os fundos de investimentos brasileiros (e um ou outro europeu, onde considerações ambientais têm peso no mercado, é claro, sofrerão pressão para vender Vale e fugir da associação com a “empresa assassina”.
O dinheiro de fora, claro, terá muito prazer em comprar uma parte maior da Vale (e de nossas jazidas de ferro) a preço rebaixado e sobre este valor certamente terá importância o confirmar-se ou não da queda da demanda chinesa por minério.
Não se descarte, portanto, que surjam planos para que a Vale seja expressamente alienada para o exterior, e não apenas na propriedade de suas ações. Em nome da “gestão” responsável da mineração podem ocultar-se a mais irresponsável entrega total da segunda maior mineradora do mundo.
Quando Fernando Henrique Cardoso ordenou a venda da Vale não estava entregando apenas nossas jazidas minerais e mais de meio século em conhecimento extrativo.
Estava entregando a empresa a um completo divórcio com o Brasil, cujo momento mais simbólico foi a desastrada contratação na China e na Coreia dos navios de transporte, enquanto nossa indústria naval agonizava por falta de encomendas.
Agora, há um perigo ainda maior.
Uma empresa que foi, por décadas, sinônimo de geração de divisas para o país e de emprego e renda em regiões sem outra atividade econômica de peso passou a ser vista pelos , e com boas razões, com ódio e medo.
Isso representa mais, muito mais, que os 17% de valor que a empresa perdeu na Bolsa de Nova York – afinal, se excluirmos a participação da Mitsui, que integra acordos com bancos e fundos de pensão brasileiros – a maioria de suas ações já está em mãos do capital estrangeiro.
Um acordo de acionistas, válido até o ano que vem, mantém, ao menos formalmente, aqui o controle da empresa e parte do poder decisório.
Ainda é muito cedo para mensurar com exatidão o impacto financeiro que se seguirá à tragédia humana de Brumadinho, mas isso pode se alterar.
O bloqueio de R$ 11 bilhões de recursos representa perto de metade dos recursos de caixa da empresa e as perspectivas de curto e médio prazo, em razão da obvia dificultação dos planos de aumento da exploração mineral e, talvez, dos níveis de produção de outras unidades – uma consequência esperável da busca pela segurança negligenciada antes – tornam pouco otimistas as suas projeções de desempenho.
Não é de descartar, inclusive, uma mudança antecipada de sua diretoria, que parece completamente atônita com a situação.
Os fundos de investimentos brasileiros (e um ou outro europeu, onde considerações ambientais têm peso no mercado, é claro, sofrerão pressão para vender Vale e fugir da associação com a “empresa assassina”.
O dinheiro de fora, claro, terá muito prazer em comprar uma parte maior da Vale (e de nossas jazidas de ferro) a preço rebaixado e sobre este valor certamente terá importância o confirmar-se ou não da queda da demanda chinesa por minério.
Não se descarte, portanto, que surjam planos para que a Vale seja expressamente alienada para o exterior, e não apenas na propriedade de suas ações. Em nome da “gestão” responsável da mineração podem ocultar-se a mais irresponsável entrega total da segunda maior mineradora do mundo.
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