Por Bepe Damasco, em seu blog:
Deparar com gente de esquerda que encara as oscilações da bolsa, do dólar e do euro como parâmetros a serem levados a sério pela economia real chega a ser assustador. Que a mídia monopolista ceda espaços generosos para o mercado financeiro é plenamente justificável, afinal, bancos, fundos de investimento, corretoras de valores e as grande corporações que apostam também no mercado de capitais estão entre seus principais patrocinadores. Sem falar da afinidade ideológica, que faz dos grupos de mídia porta-vozes do rentismo.
Contudo, quem quer bem ao país e ao seu povo tem a obrigação de saber que produtividade, salário, investimento produtivo, crescimento econômico, desenvolvimento social e soberania estão em campos opostos ao tal mercado. Não é à toa que tudo que fere os interesses do Brasil e da maioria esmagadora dos brasileiros provoca euforia no mercado, com subida da bolsa e queda do dólar.
Ao passo que a mais tênue possibilidade de vir a se tornar realidade algo que melhore a vida do povo basta para provocar mau humor e até pânico no mercado. O mesmo ocorre quando candidatos e partidos com compromissos populares lideram as pesquisas ou vencem eleições.
E os fatos falam por si. Repare como se comportou o mercado, tomando por base a variação da bolsa e do dólar, diante de alguns episódios da história recente do país, relacionados à política e à economia:
Subida da bolsa e queda do dólar:
Processo do mensalão; cassação de José Dirceu; não confirmação de vitória de Lula no primeiro turno, em 2002 e 2006; festival de delações contra integrantes do governo de Dilma Rousseff; confirmação de segundo turno entre Dilma e Serra, em 2010, e entre Dilma e Aécio, em 2014; desestabilização diária do governo Dilma pela Lava Jato; abertura de processo de impeachment de Dilma; golpe consumado pela Câmara e confirmado pelo Senado; posse de Temer; congelamento dos gastos sociais por 20 anos; fim do regime de partilha do petróleo e entrega do pré-sal às petroleiras estrangeiras; fim da CLT com a aprovação da reforma trabalhista; avanço dos processos fraudulentos contra Lula; prisão de Lula; candidatura de Lula cassada pela justiça eleitoral; liderança de Bolsonaro nas pesquisas; vitória do candidato fascista.
Queda da bolsa e subida do dólar:
Liderança nas pesquisas ao longo de toda a campanha e vitória de Lula, em 2002 e 2006; eleição de Dilma, em 2010 e 2014; aprovação da lei da partilha do petróleo, com a criação de um fundo com os recursos do pré-sal para ser investido em educação, ciência e tecnologia e cultura; aumento dos recursos destinados ao bolsa família e aos demais programas sociais dos governos do PT; política de valorização do salário mínimo; aumentos de quase todas as categoriais profissionais acima da inflação; reservas brasileiras na casa dos 380 bilhões de dólares; liquidação da dívida com o FMI por Lula; política externa ativa e altiva dos governos do PT, especialmente o de Lula; redução dos spreads bancários e dos juros por Dilma; dificuldade para Temer aprovar a reforma da previdência; subida de Haddad nas pesquisas eleitorais de 2018.
No momento em que a parte da população que não se deixou contaminar pelo vírus da imbecilização que assola o país assiste estarrecida ao presidente da República favorecer uma empresa de armas com ação negociada em bolsa de valores, não custa realçar a natureza improdutiva do mercado de capitais.
A fabricante de armas Taurus, sem acrescentar qualquer avanço tecnológico de vulto à sua produção, ou novidades revolucionárias de gestão, ou ganhos de produtividade e escala, viu suas ações, do início de 2018 até agora subirem de forma exponencial, batendo todos os recordes de valorização.
Mesmo com a queda verificada depois do decreto de Bolsonaro facilitando a posse de armas, seja por conta da realização dos lucros dos donos dos papeis, seja porque muitos imaginavam que o decreto avançaria também sobre a questão do porte, a Taurus é a prova viva de que o mercado financeiro é único setor da economia onde é possível ganhar rios de dinheiro sem dar um prego em barra de sabão.
Deparar com gente de esquerda que encara as oscilações da bolsa, do dólar e do euro como parâmetros a serem levados a sério pela economia real chega a ser assustador. Que a mídia monopolista ceda espaços generosos para o mercado financeiro é plenamente justificável, afinal, bancos, fundos de investimento, corretoras de valores e as grande corporações que apostam também no mercado de capitais estão entre seus principais patrocinadores. Sem falar da afinidade ideológica, que faz dos grupos de mídia porta-vozes do rentismo.
Contudo, quem quer bem ao país e ao seu povo tem a obrigação de saber que produtividade, salário, investimento produtivo, crescimento econômico, desenvolvimento social e soberania estão em campos opostos ao tal mercado. Não é à toa que tudo que fere os interesses do Brasil e da maioria esmagadora dos brasileiros provoca euforia no mercado, com subida da bolsa e queda do dólar.
Ao passo que a mais tênue possibilidade de vir a se tornar realidade algo que melhore a vida do povo basta para provocar mau humor e até pânico no mercado. O mesmo ocorre quando candidatos e partidos com compromissos populares lideram as pesquisas ou vencem eleições.
E os fatos falam por si. Repare como se comportou o mercado, tomando por base a variação da bolsa e do dólar, diante de alguns episódios da história recente do país, relacionados à política e à economia:
Subida da bolsa e queda do dólar:
Processo do mensalão; cassação de José Dirceu; não confirmação de vitória de Lula no primeiro turno, em 2002 e 2006; festival de delações contra integrantes do governo de Dilma Rousseff; confirmação de segundo turno entre Dilma e Serra, em 2010, e entre Dilma e Aécio, em 2014; desestabilização diária do governo Dilma pela Lava Jato; abertura de processo de impeachment de Dilma; golpe consumado pela Câmara e confirmado pelo Senado; posse de Temer; congelamento dos gastos sociais por 20 anos; fim do regime de partilha do petróleo e entrega do pré-sal às petroleiras estrangeiras; fim da CLT com a aprovação da reforma trabalhista; avanço dos processos fraudulentos contra Lula; prisão de Lula; candidatura de Lula cassada pela justiça eleitoral; liderança de Bolsonaro nas pesquisas; vitória do candidato fascista.
Queda da bolsa e subida do dólar:
Liderança nas pesquisas ao longo de toda a campanha e vitória de Lula, em 2002 e 2006; eleição de Dilma, em 2010 e 2014; aprovação da lei da partilha do petróleo, com a criação de um fundo com os recursos do pré-sal para ser investido em educação, ciência e tecnologia e cultura; aumento dos recursos destinados ao bolsa família e aos demais programas sociais dos governos do PT; política de valorização do salário mínimo; aumentos de quase todas as categoriais profissionais acima da inflação; reservas brasileiras na casa dos 380 bilhões de dólares; liquidação da dívida com o FMI por Lula; política externa ativa e altiva dos governos do PT, especialmente o de Lula; redução dos spreads bancários e dos juros por Dilma; dificuldade para Temer aprovar a reforma da previdência; subida de Haddad nas pesquisas eleitorais de 2018.
No momento em que a parte da população que não se deixou contaminar pelo vírus da imbecilização que assola o país assiste estarrecida ao presidente da República favorecer uma empresa de armas com ação negociada em bolsa de valores, não custa realçar a natureza improdutiva do mercado de capitais.
A fabricante de armas Taurus, sem acrescentar qualquer avanço tecnológico de vulto à sua produção, ou novidades revolucionárias de gestão, ou ganhos de produtividade e escala, viu suas ações, do início de 2018 até agora subirem de forma exponencial, batendo todos os recordes de valorização.
Mesmo com a queda verificada depois do decreto de Bolsonaro facilitando a posse de armas, seja por conta da realização dos lucros dos donos dos papeis, seja porque muitos imaginavam que o decreto avançaria também sobre a questão do porte, a Taurus é a prova viva de que o mercado financeiro é único setor da economia onde é possível ganhar rios de dinheiro sem dar um prego em barra de sabão.
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