Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Escolhido em segundo turno por 39,6% dos eleitores, confirma-se agora que a sustentação popular dos planos de governo de Jair Bolsonaro tem consistência de uma gelatina. Diz o Datafolha:
- a reforma da Previdência é rejeitada por 71% dos brasileiros;
- o programa de privatização é rejeitado por 57%;
- a ideia de enfraquecer leis trabalhistas é rejeitada por 60%;
- o alinhamento preferencial com a diploma dos EUA é condenado por 66%;
Estes dados são a causa fundamental das sucessivas confusões na coalização de extrema direita que tomou posse em 1 de janeiro.
Podemos falar de vários presidentes que decepcionam o eleitorado já no início do mandato - como fez Fernando Collor com o bloqueio das contas bancárias. Mas não há registro de um conflito tão escancarado no plano das ideias e propostas essenciais de um governo em início de mandato.
A população não está decepcionada com Bolsonaro. Manda dizer, com simplicidade, por larga maioria, que discorda dos projetos essenciais de seu governo.
Essa visão particularmente negativa anuncia tempos difíceis para Bolsonaro, sempre que ele abandonar o puro discurso ideológico - que logo se tornará um exercício cansativo - para enfrentar inevitáveis questões concretas.
Está claro que há uma óbvia conta a pagar por parte de um presidente que conseguiu ganhar mais votos do que o adversário, mas não tentou argumentar nem convencer racionalmente a maioria dos brasileiros. Escapou dos debates decisivos, em particular no segundo turno, e explorou ao máximo os benefícios da condenável facada de Juiz de Fora.
Basta examinar os mesmos dados, por um outro ângulo, para reconhecer um ponto essencial. Encarcerado em Curitiba, Lula continua a ser o principal porta-voz das ideias preferidas pela maioria dos brasileiros. Esta é a outra lição da pesquisa: a população permanece de acordo com o teor dos projetos ligados aos governos Lula-Dilma, ainda que não tenha dado os votos suficientes para uma quinta vitória em 2018. Em sua mensagem de fim de ano, Lula disse:
- "Eles podem prender uma pessoa, como fizeram comigo, mas não podem encarcerar nossas ideias, muito menos impedir o futuro".
Este é o ponto. As conquistas de Lula e do PT permanecem vivas na memória da população e o partido só tem a ganhar com a decisão de permanecer leal ao eleitorado e fazer oposição ao governo que ameaçar destruí-las.
Alguma dúvida?
Escolhido em segundo turno por 39,6% dos eleitores, confirma-se agora que a sustentação popular dos planos de governo de Jair Bolsonaro tem consistência de uma gelatina. Diz o Datafolha:
- a reforma da Previdência é rejeitada por 71% dos brasileiros;
- o programa de privatização é rejeitado por 57%;
- a ideia de enfraquecer leis trabalhistas é rejeitada por 60%;
- o alinhamento preferencial com a diploma dos EUA é condenado por 66%;
Estes dados são a causa fundamental das sucessivas confusões na coalização de extrema direita que tomou posse em 1 de janeiro.
Podemos falar de vários presidentes que decepcionam o eleitorado já no início do mandato - como fez Fernando Collor com o bloqueio das contas bancárias. Mas não há registro de um conflito tão escancarado no plano das ideias e propostas essenciais de um governo em início de mandato.
A população não está decepcionada com Bolsonaro. Manda dizer, com simplicidade, por larga maioria, que discorda dos projetos essenciais de seu governo.
Essa visão particularmente negativa anuncia tempos difíceis para Bolsonaro, sempre que ele abandonar o puro discurso ideológico - que logo se tornará um exercício cansativo - para enfrentar inevitáveis questões concretas.
Está claro que há uma óbvia conta a pagar por parte de um presidente que conseguiu ganhar mais votos do que o adversário, mas não tentou argumentar nem convencer racionalmente a maioria dos brasileiros. Escapou dos debates decisivos, em particular no segundo turno, e explorou ao máximo os benefícios da condenável facada de Juiz de Fora.
Basta examinar os mesmos dados, por um outro ângulo, para reconhecer um ponto essencial. Encarcerado em Curitiba, Lula continua a ser o principal porta-voz das ideias preferidas pela maioria dos brasileiros. Esta é a outra lição da pesquisa: a população permanece de acordo com o teor dos projetos ligados aos governos Lula-Dilma, ainda que não tenha dado os votos suficientes para uma quinta vitória em 2018. Em sua mensagem de fim de ano, Lula disse:
- "Eles podem prender uma pessoa, como fizeram comigo, mas não podem encarcerar nossas ideias, muito menos impedir o futuro".
Este é o ponto. As conquistas de Lula e do PT permanecem vivas na memória da população e o partido só tem a ganhar com a decisão de permanecer leal ao eleitorado e fazer oposição ao governo que ameaçar destruí-las.
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