Por Renato Rovai, em seu blog:
Desde domingo (24) estou na Venezuela. Ou seja, é pouco tempo para fazer uma leitura mais qualificada do país, a despeito de ser esta a quarta vez que estou aqui. As outras três se deram entre 2002 e 2007, quando Chávez era presidente. Em tempos de Maduro, esta é a primeira.
Faz quase 12 anos que não botava o pé em Caracas e por isso seria leviano em tão pouco tempo sair fazendo muitas afirmações. Mas vida de jornalista é assim. Se observa, conversa com especialistas, ouve quem está vivendo a realidade, estuda um pouco a história e às vezes, quando acha conveniente, emite opiniões.
Pois bem, os relatos jornalísticos vou fazer depois com mais calma, inclusive para sustentar essa opinião que corre o risco de ser derrotada pelos fatos subsequentes. Esse risco sempre existe.
Mas depois de algumas conversas e do que já foi possível observar nas ruas, não parece próxima, como a propaganda americana faz crer, uma queda de Nicolas Maduro.
Ele está longe de ser o líder carismático e popular que Chávez foi. Mas é, por exemplo, mais respeitado por populares que Juan Guaidó, considerado hoje um traidor do país por estimular a guerra e uma invasão americana.
Muito provavelmente se houvesse hoje uma eleição entre ambos, Maduro levaria. O que não significa que ganharia de outros líderes oposicionistas. Mas de Guaidó tudo leva a crer que sim. E talvez com uma boa margem.
Ou seja, a estratégia dos EUA de radicalizar e transformar o presidente do Congresso Nacional em um Rambo, deu ruim.
Fortaleceu o governo e uma demonstração inequívoca disso foi a marcha convocada por Maduro e realizada no sábado (23) em defesa da soberania venezuelana. As imagens produzidas por uma brasileira residente na França e que preferiu não ter seu trabalho creditado confirmam os depoimentos de que foi a maior dos últimos tempos no país.
Maduro fez do limão de ameaças americanas uma limonada. E, ao invés de perder força, rearticulou setores do chavismo que lhe são críticos.
Isso lhe dá fôlego para tentar melhorar a situação do país e ao mesmo tempo permite negociar uma saída política para o atual conflito em condições melhores.
É quase impossível reverter a atual crise econômica enfrentando um bloqueio americano. Por isso, passando este momento mais duro, provavelmente o próprio Maduro vai buscar a negociação.
Contando com apoio dos militares, de boa parte do sistema jurídico e político e agora com a determinação do povo em não aceitar uma ocupação americana, que seria a única forma de tirá-lo do poder no momento, Maduro não cairá de podre (com o perdão do trocadilho) como previram alguns desavisados.
E se há alguma solução para a crise na Venezuela, terá de passar por ele. O país não é um filme de Hollywood. E não tem um povo tão tonto quanto a “inteligência” americana imaginava. E isso a despeito de todas as dificuldades que não são poucas por aqui.
Faz quase 12 anos que não botava o pé em Caracas e por isso seria leviano em tão pouco tempo sair fazendo muitas afirmações. Mas vida de jornalista é assim. Se observa, conversa com especialistas, ouve quem está vivendo a realidade, estuda um pouco a história e às vezes, quando acha conveniente, emite opiniões.
Pois bem, os relatos jornalísticos vou fazer depois com mais calma, inclusive para sustentar essa opinião que corre o risco de ser derrotada pelos fatos subsequentes. Esse risco sempre existe.
Mas depois de algumas conversas e do que já foi possível observar nas ruas, não parece próxima, como a propaganda americana faz crer, uma queda de Nicolas Maduro.
Ele está longe de ser o líder carismático e popular que Chávez foi. Mas é, por exemplo, mais respeitado por populares que Juan Guaidó, considerado hoje um traidor do país por estimular a guerra e uma invasão americana.
Muito provavelmente se houvesse hoje uma eleição entre ambos, Maduro levaria. O que não significa que ganharia de outros líderes oposicionistas. Mas de Guaidó tudo leva a crer que sim. E talvez com uma boa margem.
Ou seja, a estratégia dos EUA de radicalizar e transformar o presidente do Congresso Nacional em um Rambo, deu ruim.
Fortaleceu o governo e uma demonstração inequívoca disso foi a marcha convocada por Maduro e realizada no sábado (23) em defesa da soberania venezuelana. As imagens produzidas por uma brasileira residente na França e que preferiu não ter seu trabalho creditado confirmam os depoimentos de que foi a maior dos últimos tempos no país.
Maduro fez do limão de ameaças americanas uma limonada. E, ao invés de perder força, rearticulou setores do chavismo que lhe são críticos.
Isso lhe dá fôlego para tentar melhorar a situação do país e ao mesmo tempo permite negociar uma saída política para o atual conflito em condições melhores.
É quase impossível reverter a atual crise econômica enfrentando um bloqueio americano. Por isso, passando este momento mais duro, provavelmente o próprio Maduro vai buscar a negociação.
Contando com apoio dos militares, de boa parte do sistema jurídico e político e agora com a determinação do povo em não aceitar uma ocupação americana, que seria a única forma de tirá-lo do poder no momento, Maduro não cairá de podre (com o perdão do trocadilho) como previram alguns desavisados.
E se há alguma solução para a crise na Venezuela, terá de passar por ele. O país não é um filme de Hollywood. E não tem um povo tão tonto quanto a “inteligência” americana imaginava. E isso a despeito de todas as dificuldades que não são poucas por aqui.
Quem ficará mias tempo no poder? Maduro ou Bolsonaro? Aposto em Maduro.
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