sábado, 23 de março de 2019

A prisão de Temer e as reações políticas

Por Renato Rovai, em seu blog:

Quando Temer foi escolhido candidato a vice de Dilma seu currículo (ou folha corrida, para ser mais preciso) já era conhecido. Temer sempre foi um político do esquema. E dos muitos esquemas.

Não à toa, por exemplo, escolheu colocar seu principal pupilo e com quem pode vir a dividir cela nos próximos dias, Moreira Franco, para controlar Portos e Aeroportos. Ele sempre operou nessas áreas.

Aliás, sempre me perguntei por que cargas d´águas esse controle de entrada de mercadorias interessava tanto ao esquema Temer. Quem sabe isso fique mais claro nos próximos dias. Mas nunca me pareceu que os interesses se relacionavam apenas a ganhar uns trocados com empresas que operam nessas áreas, como a Engevix.

Aliás, é por conta de uma delação de que teria levado 1 milhão da Engevix que o ex-presidente foi preso numa operação conduzida pelo juiz Marcelo Bretas.

Podia ser por tanta coisa, mas foi por este 1 milhão.

Bretas, lavajateiro raiz, matou no peito e foi para cima não só de Temer, mas do sogro de Rodrigo Maia, o ex-ministro Moreira Franco.

A operação não é café pequeno. É declaração de guerra.

Vai voar barata para tudo quanto é lado.

Os democratas e progressistas devem comemorar a prisão de Temer? Não me parece uma boa. Se a Lava Jato sair dessa mais forte o país sai mais fraco.

Devem então se solidarizar com Temer e defendê-lo neste seu triste momento da vida? De maneira alguma. Temer foi o responsável pela tragédia que o país vive. Se ele não aceitasse o papel de golpista não tinha impeachment. A chapa teria de ser cassada pela justiça e o preço desta operação seria muito mais caro.

Mas ele preferiu sambar no ritmo da Lava Jato e agora se torna vítima da mesma.

Dane-se Temer. E que o pau coma.

A hora é de os movimentos populares pensarem em como lotar as ruas contra a reforma da Previdência. Ou a Lava Jato vai fazer isso colocando a classe média para defendê-la.

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