Por Altamiro Borges
Com a sua criminalização da política e a sua satanização das esquerdas, a mídia monopolista ajudou a chocar o ovo da serpente fascista no Brasil – que desembocou, mesmo a contragosto, na vitória eleitoral do miliciano Jair Bolsonaro. Agora, porém, ela é alvo do próprio monstro que pariu e nem pode se dizer surpresa. Afinal, o fascismo não tolera críticas e detesta a liberdade de expressão. Covarde, ele sempre estimulou o ódio contra os que pensam diferente. Nessa semana, o presidente-capetão demonstrou mais uma vez que não vacilará nem em difundir mentiras para intimidar os que denunciam suas mazelas.
Ao postar uma notícia falsa contra a jornalista Constança Rezende, do jornal Estadão, Jair Bolsonaro estimulou o ódio entre os seus fanáticos seguidores. Em postagem no domingo (10), o tuiteiro tresloucado endossou uma fake news do site bolsonarista Terça Livre, que atribuía à jornalista uma declaração de que teria a intenção de “arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o impeachment do presidente”. A informação falsa replicada foi assinada por Fernanda Salles Andrade, assessora do deputado estadual Bruno Engler, do PSL (Partido Só de Laranjas) de Minas Gerais.
Ao reproduzir a fake news, Jair Bolsonaro tentou posar de vítima e afirmou que “querem derrubar o governo com chantagens, desinformações e vazamentos”. Logo após a postagem criminosa, a jornalista do Estadão foi alvo de ofensas e cancelou a sua conta no Twitter. Em seu linchamento virtual, o presidente-capetão inclusive disse que Constança Rezende é filha do também jornalista Chico Otavio, repórter do jornal O Globo, que tem investigado a atuação das milícias no Rio de Janeiro. Vale lembrar que estes bandos criminosos têm íntimas ligações com um dos “pimpolhos” do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.
Ao estimular o ódio entre seus fanáticos seguidores, o que pode aumentar a violência contra jornalistas, Jair Bolsonaro gerou a imediata reação de vários setores da sociedade – inclusive daqueles que até recentemente silenciaram diante da ascensão fascista no país. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgaram nota de repúdio à tentativa de intimidar a “veículos de mídia e jornalistas” e afirmaram que a atitude do presidente revela o “descompromisso com a veracidade dos fatos”.
Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que sempre alertou para os riscos à democracia, divulgou uma nota mais incisiva. Ela é assinada em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro. Reproduzo-a na íntegra:
*****
Presidente ataca a liberdade de imprensa ao caluniar jornalista
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam a acusação leviana e caluniosa que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez à jornalista Constança Rezende, por meio de seu Twitter.
O primeiro mandatário do país utilizou informação falsa do site Terça Livre, que atribuiu à jornalista a afirmação de querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro, para afirmar que a imprensa quer “derrubar o governo, com chantagens, desinformações e vazamentos”. O site é claramente partidário de Bolsonaro e atribuiu à Constança Rezende uma afirmação que ela jamais fez.
A jornalista, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, é uma dos profissionais que acompanha o caso Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que segundo o Coaf, movimentou quantias de dinheiro incompatíveis com sua renda.
Ao tentar desqualificá-la para enfraquecer a apuração do caso Queiroz, o presidente da República assume uma postura que não condiz com o cargo que ocupa. Em mais uma atitude intempestiva e irresponsável, ele agride a jornalista e, em última análise, o trabalho jornalístico. Os constantes ataques do presidente à atuação da imprensa são um desrespeito à democracia brasileira que precisa ter um fim.
O Sindicato dos Jornalistas e a Fenaj, assim como todos os jornalistas brasileiros, não se intimidarão diante desse comportamento ignominioso e pedem que as empresas de comunicação, e neste caso, especialmente ao jornal O Estado de S. Paulo, que também assumam a defesa da liberdade de imprensa e de seus profissionais.
Aos jornalistas cabe a função de informar à população, de forma responsável, sobre os fatos relevantes da vida nacional e, deste nobilíssimo papel, não vamos abrir mão.
*****
Em tempo: Como comandante em chefe do laranjal de Brasília, Jair Bolsonaro deveria ser mais cuidadoso com seus tuítes que estimulam linchamentos. Há muitos milicianos e fanáticos próximos ao presidente que topam seguir as ordens ao pé da letra e o capetão poderá ser acusado de cúmplice dos crimes. A situação dos jornalistas já é preocupante. Na campanha eleitoral do ano passado, houve um sensível aumento da violência contra profissionais do setor.
Com a sua criminalização da política e a sua satanização das esquerdas, a mídia monopolista ajudou a chocar o ovo da serpente fascista no Brasil – que desembocou, mesmo a contragosto, na vitória eleitoral do miliciano Jair Bolsonaro. Agora, porém, ela é alvo do próprio monstro que pariu e nem pode se dizer surpresa. Afinal, o fascismo não tolera críticas e detesta a liberdade de expressão. Covarde, ele sempre estimulou o ódio contra os que pensam diferente. Nessa semana, o presidente-capetão demonstrou mais uma vez que não vacilará nem em difundir mentiras para intimidar os que denunciam suas mazelas.
Ao postar uma notícia falsa contra a jornalista Constança Rezende, do jornal Estadão, Jair Bolsonaro estimulou o ódio entre os seus fanáticos seguidores. Em postagem no domingo (10), o tuiteiro tresloucado endossou uma fake news do site bolsonarista Terça Livre, que atribuía à jornalista uma declaração de que teria a intenção de “arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o impeachment do presidente”. A informação falsa replicada foi assinada por Fernanda Salles Andrade, assessora do deputado estadual Bruno Engler, do PSL (Partido Só de Laranjas) de Minas Gerais.
Ao reproduzir a fake news, Jair Bolsonaro tentou posar de vítima e afirmou que “querem derrubar o governo com chantagens, desinformações e vazamentos”. Logo após a postagem criminosa, a jornalista do Estadão foi alvo de ofensas e cancelou a sua conta no Twitter. Em seu linchamento virtual, o presidente-capetão inclusive disse que Constança Rezende é filha do também jornalista Chico Otavio, repórter do jornal O Globo, que tem investigado a atuação das milícias no Rio de Janeiro. Vale lembrar que estes bandos criminosos têm íntimas ligações com um dos “pimpolhos” do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.
Ao estimular o ódio entre seus fanáticos seguidores, o que pode aumentar a violência contra jornalistas, Jair Bolsonaro gerou a imediata reação de vários setores da sociedade – inclusive daqueles que até recentemente silenciaram diante da ascensão fascista no país. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgaram nota de repúdio à tentativa de intimidar a “veículos de mídia e jornalistas” e afirmaram que a atitude do presidente revela o “descompromisso com a veracidade dos fatos”.
Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que sempre alertou para os riscos à democracia, divulgou uma nota mais incisiva. Ela é assinada em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro. Reproduzo-a na íntegra:
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Presidente ataca a liberdade de imprensa ao caluniar jornalista
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam a acusação leviana e caluniosa que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez à jornalista Constança Rezende, por meio de seu Twitter.
O primeiro mandatário do país utilizou informação falsa do site Terça Livre, que atribuiu à jornalista a afirmação de querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro, para afirmar que a imprensa quer “derrubar o governo, com chantagens, desinformações e vazamentos”. O site é claramente partidário de Bolsonaro e atribuiu à Constança Rezende uma afirmação que ela jamais fez.
A jornalista, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, é uma dos profissionais que acompanha o caso Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que segundo o Coaf, movimentou quantias de dinheiro incompatíveis com sua renda.
Ao tentar desqualificá-la para enfraquecer a apuração do caso Queiroz, o presidente da República assume uma postura que não condiz com o cargo que ocupa. Em mais uma atitude intempestiva e irresponsável, ele agride a jornalista e, em última análise, o trabalho jornalístico. Os constantes ataques do presidente à atuação da imprensa são um desrespeito à democracia brasileira que precisa ter um fim.
O Sindicato dos Jornalistas e a Fenaj, assim como todos os jornalistas brasileiros, não se intimidarão diante desse comportamento ignominioso e pedem que as empresas de comunicação, e neste caso, especialmente ao jornal O Estado de S. Paulo, que também assumam a defesa da liberdade de imprensa e de seus profissionais.
Aos jornalistas cabe a função de informar à população, de forma responsável, sobre os fatos relevantes da vida nacional e, deste nobilíssimo papel, não vamos abrir mão.
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Em tempo: Como comandante em chefe do laranjal de Brasília, Jair Bolsonaro deveria ser mais cuidadoso com seus tuítes que estimulam linchamentos. Há muitos milicianos e fanáticos próximos ao presidente que topam seguir as ordens ao pé da letra e o capetão poderá ser acusado de cúmplice dos crimes. A situação dos jornalistas já é preocupante. Na campanha eleitoral do ano passado, houve um sensível aumento da violência contra profissionais do setor.
Relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), divulgado no final de fevereiro, revelou que três jornalistas foram assassinados em 2018 – Jefferson Lopes, Jairo Sousa e Marlon Carvalho. Já os casos de atentados, agressões e ameaças, categorizados como violência não letal, tiveram aumento de 50% – pularam de 76 casos registrados em 2017 para 114 no ano passado.
O relatório aponta que os profissionais de TV foram as principais vítimas das agressões e que 72% dos casos ocorreram nas regiões Sul e Sudeste do país. São Paulo contabilizou 12 casos, o maior número entre os estados. A maior parte das agressões ocorreu na reta final da campanha eleitoral. O estudo da Abert foi o primeiro com um capítulo sobre crimes virtuais. Entre os 11 casos de ameaças, ofensas e ataques digitais destacou-se o da repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo. A jornalista sofreu ofensas após publicação de reportagem que mostrava que empresários bancaram disparos por WhatsApp contra Fernando Haddad (PT) e em apoio a Jair Bolsonaro (PSL).
O relatório aponta que os profissionais de TV foram as principais vítimas das agressões e que 72% dos casos ocorreram nas regiões Sul e Sudeste do país. São Paulo contabilizou 12 casos, o maior número entre os estados. A maior parte das agressões ocorreu na reta final da campanha eleitoral. O estudo da Abert foi o primeiro com um capítulo sobre crimes virtuais. Entre os 11 casos de ameaças, ofensas e ataques digitais destacou-se o da repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo. A jornalista sofreu ofensas após publicação de reportagem que mostrava que empresários bancaram disparos por WhatsApp contra Fernando Haddad (PT) e em apoio a Jair Bolsonaro (PSL).
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