Por Manuel Domingos Neto
Não apenas os sulamericanos vivemos na completa incerteza acerca do futuro próximo.
Pensemos nos britânicos sem rumo e na União Europeia sem futuro, assistindo atônita a construção da nova rota da seda e convivendo com potências nucleares no seu entorno!
Imaginemos o frio na espinha das elites francesas e alemãs diante da colossal infraestrutura chinesa chegando aos portos italianos e ao Leste europeu, acessando o seu velho quintal, hoje o florescente mercado africano!
A ordem mundial vigente está esgotada. O mundo unipolar ruiu, mas não aceita ser enterrado.
A última grande mudança nesta ordem demandou duas guerras e mais de cem milhões de mortos.
O saldo foi a submissão da Europa a uma ex-colônia e a emergência de um novo grande experimento societário, simbolizado pela URSS.
A Guerra Fria, continuidade da "guerra quente", parece não ter acabado com a queda do muro. Passou a viger o equilíbrio instável na sombra da ameaça de um apocalipse nuclear.
Lutemos pela paz. Ao lado da recusa à regressão imposta a nosso país e ao conjunto das ex-colônias ibéricas, seguremos a bandeira do entendimento mundial.
Não gosto da palavra "civilização" por ser muito enganosa: encerra promessas que não pode cumprir. Encobriu etnicídios, genocídios e a diáspora africana.
Mas, diante das ameaças de atrocidades de dimensões incalculáveis, compreendo os apelos dos que pedem a preservação de "conquistas civilizatórias".
A guerra é o pior dos tormentos. É a bestialidade feroz ridiculamente travestida de nobreza.
Não acredito em paz perpétua ou harmonia universal. Isso não combina com o capitalismo, em cujo espírito está a competição sem tréguas nem limites.
Pensando no Brasil, o pior legado do golpe de 2016 foi reforçar o poderio arquejante e ensandecido das ex-colônias britânicas na América unificadas hoje pelo poder de Washington.
Onde estava a cabeça dos generais brasileiros ao optarem por um lance estratégico tão infeliz?
O povo fala mal de políticos e juízes. Mas, definitivamente, o Brasil não formou generais à altura de nosso povo.
O governo endossado pelo militar brasileiro, fragilizando o BRICS e detonando a UNASUL, contribuiu para alimentar o desentendimento mundial.
Mesmo sabendo que novas ordens resultam de brutalidades, não me sinto razoável desistindo do entendimento entre Estados e sociedades.
Não apenas os sulamericanos vivemos na completa incerteza acerca do futuro próximo.
Pensemos nos britânicos sem rumo e na União Europeia sem futuro, assistindo atônita a construção da nova rota da seda e convivendo com potências nucleares no seu entorno!
Imaginemos o frio na espinha das elites francesas e alemãs diante da colossal infraestrutura chinesa chegando aos portos italianos e ao Leste europeu, acessando o seu velho quintal, hoje o florescente mercado africano!
A ordem mundial vigente está esgotada. O mundo unipolar ruiu, mas não aceita ser enterrado.
A última grande mudança nesta ordem demandou duas guerras e mais de cem milhões de mortos.
O saldo foi a submissão da Europa a uma ex-colônia e a emergência de um novo grande experimento societário, simbolizado pela URSS.
A Guerra Fria, continuidade da "guerra quente", parece não ter acabado com a queda do muro. Passou a viger o equilíbrio instável na sombra da ameaça de um apocalipse nuclear.
Lutemos pela paz. Ao lado da recusa à regressão imposta a nosso país e ao conjunto das ex-colônias ibéricas, seguremos a bandeira do entendimento mundial.
Não gosto da palavra "civilização" por ser muito enganosa: encerra promessas que não pode cumprir. Encobriu etnicídios, genocídios e a diáspora africana.
Mas, diante das ameaças de atrocidades de dimensões incalculáveis, compreendo os apelos dos que pedem a preservação de "conquistas civilizatórias".
A guerra é o pior dos tormentos. É a bestialidade feroz ridiculamente travestida de nobreza.
Não acredito em paz perpétua ou harmonia universal. Isso não combina com o capitalismo, em cujo espírito está a competição sem tréguas nem limites.
Pensando no Brasil, o pior legado do golpe de 2016 foi reforçar o poderio arquejante e ensandecido das ex-colônias britânicas na América unificadas hoje pelo poder de Washington.
Onde estava a cabeça dos generais brasileiros ao optarem por um lance estratégico tão infeliz?
O povo fala mal de políticos e juízes. Mas, definitivamente, o Brasil não formou generais à altura de nosso povo.
O governo endossado pelo militar brasileiro, fragilizando o BRICS e detonando a UNASUL, contribuiu para alimentar o desentendimento mundial.
Mesmo sabendo que novas ordens resultam de brutalidades, não me sinto razoável desistindo do entendimento entre Estados e sociedades.
Muito bom. Parece que precisamos mesmo de outro modelo de "civilização".
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