segunda-feira, 1 de abril de 2019

Hitler desmente o chanceler de Bolsonaro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Há algum tempo publicamos aqui um documentário mostrando como os capitalistas financiaram o nazismo de Adolf Hitler e o fascismo de Benito Mussolini. Mas a extrema-direita, viciada em fake news, insiste em jogar no colo da esquerda as barbaridades do nazismo. Como se o líder da União Soviética, Josef Stalin, em que pese seus defeitos, não tivesse botado os nazistas para correr em 1943.

Agora é o chanceler (sic) de Bolsonaro, o bolsominion diplomata Ernesto Araújo, quem utiliza suas redes para difundir a mentira de que o nazismo era de esquerda.

Poderíamos fazer várias perguntas bem básicas para o ministro responder: se o nazismo era de esquerda, por que os capitalistas o financiaram? Se o nazismo era de esquerda, por que os comunistas o derrotaram? Se o nazismo era de esquerda, por que, um dia depois de assumir o poder, em 1933, Hitler baniu o Partido Comunista Alemão? Se o nazismo era de esquerda, por que os neonazis em todo o mundo são de extrema-direita, como ele e Bolsonaro?

Mas preferimos dar a palavra ao próprio Adolf Hitler. Em seu livro Mein Kampf (Minha Luta), o líder nazista confessou como se apropriou da cor vermelha e do nome “Partido dos Trabalhadores Alemães” para confundir os “vermelhos”. Hitler também conta como desde cedo estabeleceu como seus inimigos centrais tanto os judeus quanto os marxistas. O líder nazista associava diretamente o marxismo ao judaísmo – o próprio Marx era judeu, assim como Trotsky.

“Nesse tempo, abriram-se-me os olhos para dois perigos que eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, se me apresentavam nitidamente na sua horrível significação para a existência do povo germânico: marxismo e judaísmo”, escreveu o Führer. “O problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo.” Ué, como uma pessoa que odeia o marxismo pode ser de esquerda? Só faz sentido na cabeça de quem quer enganar as pessoas, como Hitler, ou de gente com pouca leitura, alvo fácil para os enganadores de extrema-direita.

Aliás, nada mais nazista do que se utilizar de fake news na disputa política. É puro Goebbels, o ministro da Propaganda de Hitler: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Não foi exatamente isso que os bolsonaristas fizeram na eleição, com seus kits gays e mamadeiras de piroca? As críticas de Hitler à imprensa também parecem ter saído diretamente da pena dos bolsonaristas ou de seu ídolo Donald Trump.

Confira você mesmo alguns trechos em que Adolf Hitler ataca o marxismo em sua autobiografia.

“A cor vermelha de nossos cartazes foi por nós escolhida, após reflexão exata e profunda, com o fito de excitar a Esquerda, de revoltá-la e induzi-la a frequentar nossas assembleias; isso tudo nem que fosse só para nos permitir entrar em contato e falar com essa gente.” (pág. 245).

“Como não tinham logrado perturbar a calma das companhias, mediante gritarias e aclamações ofensivas, os representantes do verdadeiro socialismo, da igualdade e da fraternidade, começavam a jogar pedras. Com isso foi esgotada a nossa paciência, e, em conseqüência, distribuímos pancadas à esquerda e à direita, durante dez minutos. Um quarto de hora mais tarde, não havia mais um vermelho nas ruas.” (pág. 279).

“Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários círculos, que, em parte, hoje estão filiados ao movimento nacional-socialista, de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo.”(pág. 86).

“Nesse tempo, abriram-se-me os olhos para dois perigos que eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, se me apresentavam nitidamente na sua horrível significação para a existência do povo germânico: marxismo e judaísmo.” (pág. 14).

“Só o conhecimento dos judeus ofereceu-me a chave para a compreensão dos propósitos íntimos e, por isso, reais da social-democracia. Quem conhece este povo vê cair-se-lhe dos olhos o véu que impedia descobrir as concepções falsas sobre a finalidade e o sentido deste partido e, do nevoeiro do palavreado de sua propaganda, de dentes arreganhados, vê aparecer a caricatura do marxismo.” (pág. 30).

“Se o judeu, com o auxilio do seu credo marxista, conquistar as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana e, então, o planeta vazio de homens, mais uma vez, como há milhões de anos, errará pelo éter.” (pág. 38).

“No meu íntimo eu estava descontente com a política externa da Alemanha, o que revelava ao pequeno circulo que meus conhecidos, bem como com a maneira extremamente leviana, como me parecia, de tratar-se o problema mais importante que havia na Alemanha daquela época –o marxismo. Realmente, eu não podia compreender como se vacilava cegamente ante um perigo cujos efeitos –tendo-se em vista a intenção do marxismo– tinham de ser um dia terríveis.” (pág. 86)

“Em um tempo em que os melhores elementos da nação morriam no front, os que ficaram em casa, entregues aos seus trabalhos, deviam ter livrado a nação dessa piolharia comunista. Ao invés disso, sua Majestade o Kaiser estendia a mão a esses conhecidos criminosos, dando, assim, oportunidade a esses pérfidos assassinos da nação de voltarem a si e de recuperarem o tempo perdido. A víbora podia, pois, recomeçar o seu trabalho, com mais cautela do que antes, porém de maneira mais perigosa. Enquanto os honestos sonhavam com a paz, os criminosos traidores organizavam a revolução.” (pág. 93).

“Vencendo a minha relutância, tentei ler essa espécie de imprensa marxista, mas a repulsa por ela crescia cada vez mais. Esforcei-me por conhecer mais de perto os autores dessa maroteira e verifiquei que, a começar pelos editores, todos eram judeus.” (pág. 36).

“Sob esse disfarce de idéias puramente sociais, escondem-se intenções francamente diabólicas. Elas são externadas ao público com uma clareza demasiado petulante. A tal doutrina representa uma mistura de razão e de loucura, mas de tal forma que só a loucura e nunca o lado razoável consegue se converter em realidade. Pelo desprezo categórico da personalidade, por conseguinte da nação e da raça, destrói ela as bases elementares de toda a civilização humana, que depende justamente desses fatores. Eis a verdadeira essência da teoria marxista, se é que se pode dar a esse aborto de um cérebro, criminoso a denominação de ‘doutrina’. Com a ruína da personalidade e da raça, desaparece o maior reduto de resistência contra o reino dos medíocres, de que o judeu é o mais típico representante.” (pág. 169).

“Mais do que qualquer outro grupo, os marxistas, ludibriadores da nação, deveriam odiar um movimento cujo escopo declarado era conquistar as massas que até então tinham estado a serviço dos partidos marxistas dos judeus internacionais. Só o titulo ‘Partido dos Trabalhadores Alemães’ já era capaz de irritá-los.” (pág. 186).

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