Por Altamiro Borges
Em seus levantamentos sobre audiência na televisão brasileira, o jornalista Ricardo Feltrin postou no site UOL nesta quarta-feira (1) um dado que explica os temores da famiglia Marinho. Mesmo ainda mantendo folgada liderança na TV aberta, a Globo segue perdendo participação – o que, com certeza, tem reflexos negativos no bilionário e hermético mundo da publicidade. A notinha do colunista é emblemática:
“A Globo ainda está longe de ter sua liderança ameaçada na TV aberta, mas tem registrado em 2019 a menor participação no universo de TVs ligadas no país desde que a medição começou a ser feita. É o que mostram os dados consolidados do Ibope no Painel Nacional de Televisão, da Kantar, que mensura o público consumidor de TV nas 15 maiores regiões metropolitanas do país. Os dados se referem ao chamado ‘share’ – de todas as TVs ligadas, que porcentagem tem cada emissora – e a medição é das 24 horas do dia”.
“A Globo até o momento em 2019 tem 34% de share no PNT (12,5 pontos) na média das 24 horas do dia. Esse índice está caindo pelo terceiro ano seguido: 35,9% (2018) e 36,7% (2017)... Nessa medição, a Record tem share de 15,2%; o SBT tem 15%; a Band tem 3,3%; e a RedeTV, 1,8%. Então vale repetir: a Globo está perdendo participação, mas ainda está longe de perder a liderança para a concorrência”.
A ironia da história
Ironia da história recente, os melhores anos do império global se deram no período do tão satanizado ex-presidente Lula. “Neste século, a melhor participação da Globo nas TVs ligadas nas 24 horas foi em 2004. Naquele ano ela era sintonizada por 55,1%. Ou seja, 55 de cada 100 TVs ligadas nos maiores centros urbanos brasileiros passavam 24 horas ligadas na Globo. Hoje são 34... Comparativamente, em 2004 o SBT tinha 19,3% de share e este ano está com 15%. Já a Record tinha 7,8% há 15 anos e agora está com 15,2%”.
O jornalista enfatiza que a TV Globo, que completou 54 anos na semana passada, “ainda é a maior emissora do país tanto em ibope quanto em infraestrutura. Tem cinco emissoras próprias da família Marinho e 118 afiliadas (pertencentes a outros grupos). Atinge hoje 5.490 cidades no país”. Veja abaixo a audiência da TV Globo desde 2001 – em pontos e share (PNT):
*****
2001 - 16 pontos e 50,1%
2002 - 17,5 e 53,4%
2003 - 17,8 e 54,0%
2004 - 18,3 e 55,1%
2005 - 18,0 e 53,4%
2006 - 18,0 e 52,4%
2007 - 16,1 e 47,9%
2008 - 15,3 e 44,8%
2009 - 15,8 e 45,5%
2010 - 14,6 e 43,2%
2011 - 14,3 e 42,0%
2012 - 13,7 e 41,6%
2013 - 13,1 e 39,5%
2014 - 12,2 e 36,1%
2015 - 12,4 e 35,4%
2016 - 13,3 e 35,6%
2017 - 13,9 e 36,7%
2018 - 13,3 e 35,9%
2019 - 12,5 e 34,0% (*)
(*) Até março; dados obtidos por terceiros; foram mensurados pela Kantar Ibope
******
GloboNews em queda
Em outro levantamento, postado em abril, o mesmo Ricardo Feltrin já havia apontado que a situação também não era nada tranquila para os canais por assinatura do império global – em especial para o canal de notícias que “nunca desliga”. “Os primeiros três meses do ano apontam queda de audiência da GloboNews no ranking da televisão brasileira... No mês passado a GloboNews ficou em 13º lugar, com 0,24 pontos de audiência e 0,53% de share (ou seja, cerca de 0,53% das TVs sintonizavam o canal entre 7h e 0h, o chamado horário comercial da TV). Em fevereiro o canal noticioso obteve 0,29 ponto (0,66%); e em janeiro, 0,31 (0,72%)”.
No caso da TV paga, o império global também mantém liderança folgada. “A Globosat, braço do Grupo Globo da TV por assinatura, continua nadando de braçadas nesse setor. Dos 10 canais pagos mais vistos no Brasil, nada menos que cinco são Globosat (SporTV, Viva, GloboNews, Megapix e Gloob). Há explicações: a Globosat investe em TV paga há mais de 25 anos. É praticamente uma fundadora dessa mídia no país”. Mesmo assim, os últimos levantamentos apontam quedas de audiências – e, consequentemente, de anúncios publicitários.
Em seus levantamentos sobre audiência na televisão brasileira, o jornalista Ricardo Feltrin postou no site UOL nesta quarta-feira (1) um dado que explica os temores da famiglia Marinho. Mesmo ainda mantendo folgada liderança na TV aberta, a Globo segue perdendo participação – o que, com certeza, tem reflexos negativos no bilionário e hermético mundo da publicidade. A notinha do colunista é emblemática:
“A Globo ainda está longe de ter sua liderança ameaçada na TV aberta, mas tem registrado em 2019 a menor participação no universo de TVs ligadas no país desde que a medição começou a ser feita. É o que mostram os dados consolidados do Ibope no Painel Nacional de Televisão, da Kantar, que mensura o público consumidor de TV nas 15 maiores regiões metropolitanas do país. Os dados se referem ao chamado ‘share’ – de todas as TVs ligadas, que porcentagem tem cada emissora – e a medição é das 24 horas do dia”.
“A Globo até o momento em 2019 tem 34% de share no PNT (12,5 pontos) na média das 24 horas do dia. Esse índice está caindo pelo terceiro ano seguido: 35,9% (2018) e 36,7% (2017)... Nessa medição, a Record tem share de 15,2%; o SBT tem 15%; a Band tem 3,3%; e a RedeTV, 1,8%. Então vale repetir: a Globo está perdendo participação, mas ainda está longe de perder a liderança para a concorrência”.
A ironia da história
Ironia da história recente, os melhores anos do império global se deram no período do tão satanizado ex-presidente Lula. “Neste século, a melhor participação da Globo nas TVs ligadas nas 24 horas foi em 2004. Naquele ano ela era sintonizada por 55,1%. Ou seja, 55 de cada 100 TVs ligadas nos maiores centros urbanos brasileiros passavam 24 horas ligadas na Globo. Hoje são 34... Comparativamente, em 2004 o SBT tinha 19,3% de share e este ano está com 15%. Já a Record tinha 7,8% há 15 anos e agora está com 15,2%”.
O jornalista enfatiza que a TV Globo, que completou 54 anos na semana passada, “ainda é a maior emissora do país tanto em ibope quanto em infraestrutura. Tem cinco emissoras próprias da família Marinho e 118 afiliadas (pertencentes a outros grupos). Atinge hoje 5.490 cidades no país”. Veja abaixo a audiência da TV Globo desde 2001 – em pontos e share (PNT):
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2001 - 16 pontos e 50,1%
2002 - 17,5 e 53,4%
2003 - 17,8 e 54,0%
2004 - 18,3 e 55,1%
2005 - 18,0 e 53,4%
2006 - 18,0 e 52,4%
2007 - 16,1 e 47,9%
2008 - 15,3 e 44,8%
2009 - 15,8 e 45,5%
2010 - 14,6 e 43,2%
2011 - 14,3 e 42,0%
2012 - 13,7 e 41,6%
2013 - 13,1 e 39,5%
2014 - 12,2 e 36,1%
2015 - 12,4 e 35,4%
2016 - 13,3 e 35,6%
2017 - 13,9 e 36,7%
2018 - 13,3 e 35,9%
2019 - 12,5 e 34,0% (*)
(*) Até março; dados obtidos por terceiros; foram mensurados pela Kantar Ibope
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GloboNews em queda
Em outro levantamento, postado em abril, o mesmo Ricardo Feltrin já havia apontado que a situação também não era nada tranquila para os canais por assinatura do império global – em especial para o canal de notícias que “nunca desliga”. “Os primeiros três meses do ano apontam queda de audiência da GloboNews no ranking da televisão brasileira... No mês passado a GloboNews ficou em 13º lugar, com 0,24 pontos de audiência e 0,53% de share (ou seja, cerca de 0,53% das TVs sintonizavam o canal entre 7h e 0h, o chamado horário comercial da TV). Em fevereiro o canal noticioso obteve 0,29 ponto (0,66%); e em janeiro, 0,31 (0,72%)”.
No caso da TV paga, o império global também mantém liderança folgada. “A Globosat, braço do Grupo Globo da TV por assinatura, continua nadando de braçadas nesse setor. Dos 10 canais pagos mais vistos no Brasil, nada menos que cinco são Globosat (SporTV, Viva, GloboNews, Megapix e Gloob). Há explicações: a Globosat investe em TV paga há mais de 25 anos. É praticamente uma fundadora dessa mídia no país”. Mesmo assim, os últimos levantamentos apontam quedas de audiências – e, consequentemente, de anúncios publicitários.
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