Por Luciana Santos, no Blog do Renato:
Nesta última sexta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro lançou uma cartada perigosa. Pelas redes sociais, fez um chamado aos seus apoiadores para se engajarem numa manifestação cujos alvos são o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) - instituições indispensáveis ao regime democrático.
O presidente endossa a fantasia de que há um complô das corporações do Estado contra seu governo. Chancela a visão de que é impossível governar nos marcos de um regime democrático. Então, a saída que aponta, ao que parece, é tentar arrastar o país para uma aventura autoritária e para tal busca adeptos.
Bolsonaro e seu governo estão, em certa medida, isolados. Isso se constata. Porém, essa condição de isolamento não provém de nenhuma conspiração, tal como ele e seus filhos disseminam. A responsabilidade é do presidente, de suas concepções políticas reacionárias, que enxerga inimigos por toda parte, inclusive dentro de seu próprio governo e da base partidária que o sustenta. Bolsonaro despreza o diálogo, amaldiçoa a política, e estabelece o ódio e a intolerância como regra.
O isolamento, também, vem da tomada de consciência de largos setores da sociedade de que os graves problemas do país não estão na agenda do governo. A economia está estagnada, a recessão volta a bater à porta. Bolsonaro quando eleito, sob euforia do mercado, projetava um crescimento da econômica de 2,4%, hoje, por consequência de seu projeto e de sua pura incapacidade, o Produto Interno Bruto (PIB), uma vez mais, não ultrapassará 1%. O desemprego não para de crescer, já atinge a 13,4 milhões de pessoas.
Diante disto, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, não anunciam nenhuma medida para impulsionar a retomada do crescimento e a geração de empregos. Privilegiam os interesses do sistema financeiro, que cresceram, somente neste primeiro trimestre 22,3%. Essa total falta de perspectiva de melhora revela o fracasso da agenda ultraliberal do governo.
A recente turnê nos Estados Unidos dá demonstrações de que Bolsonaro está se tornando persona non grata nos círculos diplomáticos. No país de seu principal aliado externo, foi chamado de penetra e encontrou somente portas fechadas. Talvez esta seja a imagem mais desoladora do que é ser um vassalo em política internacional.
É pequeno o respaldo do governo no Congresso Nacional. Até agora não conseguiu aprovar nenhum projeto importante por pura incapacidade.
A situação política do presidente se agrava com as investigações do Ministério Público nas contas do senador Flávio Bolsonaro, onde há indícios de lavagem de dinheiro e de conexão com as milícias. O presidente Jair Bolsonaro que busca se apresentar com outsider, e de forte critica a política, no entanto não foram suficientes seis meses no governo para que a máscara do Mito de combate a corrupção e a violência caíssem.
Neste ambiente de esgarçamento da base de apoio social e política do governo, veio a boa-nova do último dia 15 de maio, quando se deram as grandes passeatas em defesa da Educação e das universidades, contra o corte de verbas. Foram manifestações amplas, massivas, de caráter cívico, as maiores contra este governo até aqui.
Ao ver o povo na rua, democraticamente defendendo seus direitos, diante da perda crescente de governabilidade, vendo-se como num beco sem saída, o presidente dobra a aposta na confrontação e flerta abertamente com o autoritarismo.
Diante desse fato, eleva-se a importância de uma convergência de amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais em torno da defesa da democracia e dos direitos. Não podemos subestimar as ameaças de Bolsonaro. Obra do desespero, cortina de fumaça ao seu fracasso, de qualquer modo, tais investidas precisam ser eficazmente repelidas.
Devemos reforçar ainda mais a agenda de mobilizações do campo democrático, popular e patriótico em defesa da Educação e da aposentadoria, vinculando-as, fortemente, ao rechaço da ameaça autoritária de Bolsonaro e de defesa do regime democrático.
* Luciana Santos é presidenta do Partido Comunista Brasil (PCdoB).
Nesta última sexta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro lançou uma cartada perigosa. Pelas redes sociais, fez um chamado aos seus apoiadores para se engajarem numa manifestação cujos alvos são o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) - instituições indispensáveis ao regime democrático.
O presidente endossa a fantasia de que há um complô das corporações do Estado contra seu governo. Chancela a visão de que é impossível governar nos marcos de um regime democrático. Então, a saída que aponta, ao que parece, é tentar arrastar o país para uma aventura autoritária e para tal busca adeptos.
Bolsonaro e seu governo estão, em certa medida, isolados. Isso se constata. Porém, essa condição de isolamento não provém de nenhuma conspiração, tal como ele e seus filhos disseminam. A responsabilidade é do presidente, de suas concepções políticas reacionárias, que enxerga inimigos por toda parte, inclusive dentro de seu próprio governo e da base partidária que o sustenta. Bolsonaro despreza o diálogo, amaldiçoa a política, e estabelece o ódio e a intolerância como regra.
O isolamento, também, vem da tomada de consciência de largos setores da sociedade de que os graves problemas do país não estão na agenda do governo. A economia está estagnada, a recessão volta a bater à porta. Bolsonaro quando eleito, sob euforia do mercado, projetava um crescimento da econômica de 2,4%, hoje, por consequência de seu projeto e de sua pura incapacidade, o Produto Interno Bruto (PIB), uma vez mais, não ultrapassará 1%. O desemprego não para de crescer, já atinge a 13,4 milhões de pessoas.
Diante disto, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, não anunciam nenhuma medida para impulsionar a retomada do crescimento e a geração de empregos. Privilegiam os interesses do sistema financeiro, que cresceram, somente neste primeiro trimestre 22,3%. Essa total falta de perspectiva de melhora revela o fracasso da agenda ultraliberal do governo.
A recente turnê nos Estados Unidos dá demonstrações de que Bolsonaro está se tornando persona non grata nos círculos diplomáticos. No país de seu principal aliado externo, foi chamado de penetra e encontrou somente portas fechadas. Talvez esta seja a imagem mais desoladora do que é ser um vassalo em política internacional.
É pequeno o respaldo do governo no Congresso Nacional. Até agora não conseguiu aprovar nenhum projeto importante por pura incapacidade.
A situação política do presidente se agrava com as investigações do Ministério Público nas contas do senador Flávio Bolsonaro, onde há indícios de lavagem de dinheiro e de conexão com as milícias. O presidente Jair Bolsonaro que busca se apresentar com outsider, e de forte critica a política, no entanto não foram suficientes seis meses no governo para que a máscara do Mito de combate a corrupção e a violência caíssem.
Neste ambiente de esgarçamento da base de apoio social e política do governo, veio a boa-nova do último dia 15 de maio, quando se deram as grandes passeatas em defesa da Educação e das universidades, contra o corte de verbas. Foram manifestações amplas, massivas, de caráter cívico, as maiores contra este governo até aqui.
Ao ver o povo na rua, democraticamente defendendo seus direitos, diante da perda crescente de governabilidade, vendo-se como num beco sem saída, o presidente dobra a aposta na confrontação e flerta abertamente com o autoritarismo.
Diante desse fato, eleva-se a importância de uma convergência de amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais em torno da defesa da democracia e dos direitos. Não podemos subestimar as ameaças de Bolsonaro. Obra do desespero, cortina de fumaça ao seu fracasso, de qualquer modo, tais investidas precisam ser eficazmente repelidas.
Devemos reforçar ainda mais a agenda de mobilizações do campo democrático, popular e patriótico em defesa da Educação e da aposentadoria, vinculando-as, fortemente, ao rechaço da ameaça autoritária de Bolsonaro e de defesa do regime democrático.
* Luciana Santos é presidenta do Partido Comunista Brasil (PCdoB).
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