Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:
Nos últimos dias assistimos ao recrudescimento dos ataques ao conhecimento em nosso país. Já não são mais apenas os meninos barulhentos que pediam “mais Mises e menos Marx” sem, provavelmente, jamais ter lido uma página sequer de qualquer um dos dois.
Nos últimos dias assistimos ao recrudescimento dos ataques ao conhecimento em nosso país. Já não são mais apenas os meninos barulhentos que pediam “mais Mises e menos Marx” sem, provavelmente, jamais ter lido uma página sequer de qualquer um dos dois.
Os ataques de agora passaram a ser feitos por gente “grande”, pelo próprio Ministro da Educação e por outros que aparecem como “homens fortes” do governo Bolsonaro.
Os professores são cada vez mais apresentados como o inimigo público número um, como aqueles perversos que doutrinam os alunos e colocam em suas cabecinhas ideologias perversas e estrangeiras. Não soubéssemos que essas falas são ditas agora, poderíamos supor que elas saíram de algum diálogo dos anos de 1930, ou do primeiro período da chamada Guerra Fria.
As universidades, orgulho de qualquer país, de repente passaram a ser apresentadas como antros de libertinagem, onde reina a confusão, os professores não trabalham e os alunos andam pelados como se estivessem numa praia de nudismo. As universidades públicas não produzem nada, só servem para dilapidar o dinheiro do povo, no dizer de conhecidas “otoridades federais”.
Escutamos tantas barbaridades, tantas besteiras nos dias de hoje, que é de se lamentar tenha partido há tanto o genial Stanislaw Ponte Preta. Se vivo fosse, somente o Ministério da Educação lhe daria farto material para uns dois volumes do FEBEAPÁ, o Festival de Besteiras que Assola o País.
Às vezes temos que rir mesmo, temos que responder com o riso para ridicularizar os absurdos proferidos. O professor Rui Vicente Opermann, reitor da UFRGS, respondeu com bom humor quando lhe perguntaram se ele tinha conhecimento das tais festas com gente pelada dentro da universidade. “Só se for pela falta de salário, todo mundo anda meio pelado mesmo”, reagiu o reitor.
Mas o humor, embora necessário, não basta. Por trás de declarações que parecem absurdas, estapafúrdias, há em curso o desmonte das universidades, da educação pública, do conhecimento. O desmonte da educação pública é parte de um projeto maior de desmonte da nação. Vélez e Weintraub não são estúpidos, embora às vezes tenhamos a impressão de que eles se esforçam muito para parecer.
Os professores são cada vez mais apresentados como o inimigo público número um, como aqueles perversos que doutrinam os alunos e colocam em suas cabecinhas ideologias perversas e estrangeiras. Não soubéssemos que essas falas são ditas agora, poderíamos supor que elas saíram de algum diálogo dos anos de 1930, ou do primeiro período da chamada Guerra Fria.
As universidades, orgulho de qualquer país, de repente passaram a ser apresentadas como antros de libertinagem, onde reina a confusão, os professores não trabalham e os alunos andam pelados como se estivessem numa praia de nudismo. As universidades públicas não produzem nada, só servem para dilapidar o dinheiro do povo, no dizer de conhecidas “otoridades federais”.
Escutamos tantas barbaridades, tantas besteiras nos dias de hoje, que é de se lamentar tenha partido há tanto o genial Stanislaw Ponte Preta. Se vivo fosse, somente o Ministério da Educação lhe daria farto material para uns dois volumes do FEBEAPÁ, o Festival de Besteiras que Assola o País.
Às vezes temos que rir mesmo, temos que responder com o riso para ridicularizar os absurdos proferidos. O professor Rui Vicente Opermann, reitor da UFRGS, respondeu com bom humor quando lhe perguntaram se ele tinha conhecimento das tais festas com gente pelada dentro da universidade. “Só se for pela falta de salário, todo mundo anda meio pelado mesmo”, reagiu o reitor.
Mas o humor, embora necessário, não basta. Por trás de declarações que parecem absurdas, estapafúrdias, há em curso o desmonte das universidades, da educação pública, do conhecimento. O desmonte da educação pública é parte de um projeto maior de desmonte da nação. Vélez e Weintraub não são estúpidos, embora às vezes tenhamos a impressão de que eles se esforçam muito para parecer.
O primeiro caiu por não ter a habilidade necessária para tocar o desmonte. O segundo, mais agressivo, uma mistura de Olavo com Carlucho, com verniz mais autoritário ainda, tem mostrado que não está para brincadeiras. Ele quer servir, com competência, ao propósito de destruição do sistema educacional público brasileiro. O centro não é a “balbúrdia” e a “gente pelada”, o centro é o corte de verbas, é o ataque à autonomia universitária, é a falta de projetos para a educação básica, é a ausência total de preocupação com a continuidade do Fundeb.
É necessário que criemos as condições para a reação do conhecimento e da democracia, para reagirmos aos ataques do obscurantismo. A ofensiva é de um projeto que, para se tornar vitorioso, precisa que o saber seja destruído, que a inteligência seja morta, que a imbecilidade galope livremente, escoiceando sem freios.
O triunfo da imbecilidade pode representar, na verdade, a vitória do autoritarismo; pode representar, a passos largos, a escalada do fascismo tupiniquim.
É necessário que criemos as condições para a reação do conhecimento e da democracia, para reagirmos aos ataques do obscurantismo. A ofensiva é de um projeto que, para se tornar vitorioso, precisa que o saber seja destruído, que a inteligência seja morta, que a imbecilidade galope livremente, escoiceando sem freios.
O triunfo da imbecilidade pode representar, na verdade, a vitória do autoritarismo; pode representar, a passos largos, a escalada do fascismo tupiniquim.
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