Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Helena Chagas, n’Os Divergentes, indaga a razão de Bolsonaro não se calar e seguir produzindo declarações que lhe arranjam adversários em quase tudo.
Bernardo Mello Franco, em O Globo, escreve sobre a compulsão bolsonariana pela mentira, à moda de seu guru Donald Trump.
Ótimos artigos, à altura do vigor corajoso de seus autores.
Mas, modestamente, acho que não “chegaram ao ponto”.
Bolsonaro funciona de outra maneira e é isso o que explica porque age assim e fala asneiras às catadupas.
O atual presidente alimenta-se da divisão, da radicalização, da acusação.
A ele, de nada adiantam opiniões com as quais se possa racionalmente concordar.
Não é racionalidade o que ele persegue: o que visa alcançar são sentimentos irracionais: ódios, ressentimentos, a saída por culpar alguém pelos problemas, as frustrações, os recalques por existências que, embora materialmente razoáveis, do ponto de vista das ideias e do desenvolvimento intelectual são desgraçadamente miseráveis.
Bolsonaro não é apenas filho da mediocridade, é seu herói, seu líder, seu “rei”. É o que tem razão porque tem e terá sempre (claro, até que desmorone) razão e quem disso discordar será comunista, vagabundo, gay, drogado, bandido ou “protetor” destas categorias abjetas. Ou “melancia” se for um general da reserva que ouse dizer que é injusto discriminar os nordestinos.
Ele não pode, simplesmente por ser impossível, defender seu governo por desempenho administrativo – pois não administra – ou por bons sucessos econômicos – pois não há política econômica – ou por avanços sociais e civilizatórios – pois anda na contramão disto.
Justifica-se pelo “inimigo”, a quem cabem todas as responsabilidades pelo que se vive, passadas ou atuais. E, portanto, não tem nenhuma prioridade que não seja a destruição do que existe, não a construção de qualquer coisa.
Não é assim em matéria de previdência, de proteção ao emprego, ao meio ambiente, às relações com todos os povos do mundo, ao papel regulador do estado, à Universidade e, agora, até ao ressurgido cinema nacional?
O presidente, reconheça-se, não o esconde ou dissimula.
Jair Bolsonaro não pretendeu nem pretende ser um líder de massas, no sentido de liderá-las em um processo de crescimento ou redenção.
Ele é um líder de turbas, a quem incita à destruição.
Helena Chagas, n’Os Divergentes, indaga a razão de Bolsonaro não se calar e seguir produzindo declarações que lhe arranjam adversários em quase tudo.
Bernardo Mello Franco, em O Globo, escreve sobre a compulsão bolsonariana pela mentira, à moda de seu guru Donald Trump.
Ótimos artigos, à altura do vigor corajoso de seus autores.
Mas, modestamente, acho que não “chegaram ao ponto”.
Bolsonaro funciona de outra maneira e é isso o que explica porque age assim e fala asneiras às catadupas.
O atual presidente alimenta-se da divisão, da radicalização, da acusação.
A ele, de nada adiantam opiniões com as quais se possa racionalmente concordar.
Não é racionalidade o que ele persegue: o que visa alcançar são sentimentos irracionais: ódios, ressentimentos, a saída por culpar alguém pelos problemas, as frustrações, os recalques por existências que, embora materialmente razoáveis, do ponto de vista das ideias e do desenvolvimento intelectual são desgraçadamente miseráveis.
Bolsonaro não é apenas filho da mediocridade, é seu herói, seu líder, seu “rei”. É o que tem razão porque tem e terá sempre (claro, até que desmorone) razão e quem disso discordar será comunista, vagabundo, gay, drogado, bandido ou “protetor” destas categorias abjetas. Ou “melancia” se for um general da reserva que ouse dizer que é injusto discriminar os nordestinos.
Ele não pode, simplesmente por ser impossível, defender seu governo por desempenho administrativo – pois não administra – ou por bons sucessos econômicos – pois não há política econômica – ou por avanços sociais e civilizatórios – pois anda na contramão disto.
Justifica-se pelo “inimigo”, a quem cabem todas as responsabilidades pelo que se vive, passadas ou atuais. E, portanto, não tem nenhuma prioridade que não seja a destruição do que existe, não a construção de qualquer coisa.
Não é assim em matéria de previdência, de proteção ao emprego, ao meio ambiente, às relações com todos os povos do mundo, ao papel regulador do estado, à Universidade e, agora, até ao ressurgido cinema nacional?
O presidente, reconheça-se, não o esconde ou dissimula.
Jair Bolsonaro não pretendeu nem pretende ser um líder de massas, no sentido de liderá-las em um processo de crescimento ou redenção.
Ele é um líder de turbas, a quem incita à destruição.
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