Uma semana após outra, Bolsonaro segue empenhado em bater o próprio recorde de disparates. Num único dia, conseguiu defender abertamente o nepotismo, a censura e a inexistência da fome no Brasil. Num intervalo entre as declarações, foi flagrado chamando o Nordeste de “Paraíba” e atacando diretamente o governador do Maranhão, Flávio Dino.
Ao referir-se pejorativamente a uma região, Bolsonaro ofendeu os mais de 56 milhões de brasileiros que vivem no Nordeste. Para se justificar, chamou nordestinos de “paus de arara” e um de seus ministros de “cabeça chata”. A cada tentativa de remendo, o preconceito revela-se ainda mais autêntico. E chocante. Poderia ser mero diversionismo para afastar as atenções da nação de suas medidas antipopulares ou da proteção escandalosa das investigações contra seu filho Flávio.
Mas neste caso não é. Seu conflito com o Nordeste vai além da fraseologia. Bolsonaro é o primeiro presidente da história do País a adotar políticas contra a população de uma região inteira.
Antes mesmo do episódio, qualquer um que circulasse pelas cidades nordestinas podia sentir a desconfiança e até raiva de grande parte de seu povo contra o atual presidente. As eleições haviam mostrado o sentimento majoritário, que fez Bolsonaro perder naquelas bandas de 70% a 30% no segundo turno. Com seis meses de governo, sua desaprovação só tem crescido. Quando perguntados sobre o que o presidente havia feito de melhor, 47% dos nordestinos responderam “nada”.
Não por acaso, o medo de ser vaiado e hostilizado fez com que o governo transformasse a inauguração de um aeroporto em Vitória da Conquista numa cerimônia hermeticamente fechada para apoiadores escolhidos a dedo. O mesmo personagem metido a valentão nas redes sociais está cada vez mais acovardado, quando tem de encarar o povo do país que governa. Ou melhor, que deveria governar.
Com o tipo de política que tem implementado é de se esperar que não seja mesmo bem recebido em suas incursões pela região mais pobre do Brasil. O Nordeste possui a maior taxa de desemprego e concentra 60% dos quase 5 milhões de trabalhadores em situação de desalento, isto é, que desistiram de procurar emprego. Além disso, foi a região que mais perdeu profissionais com a saída dos cubanos do Programa Mais Médicos – 40% das cidades nordestinas perderam profissionais – e que sofre na pele a falta de assistência na Saúde da Família. Só em Pernambuco, 1,4 milhão de moradores ficaram sem atendimento.
Com a queda brutal de investimento público nos últimos anos, obras de infraestrutura e de habitação popular foram paralisadas. Só na capital paraibana, João Pessoa, são 1,5 mil unidades habitacionais com obras paradas desde janeiro, por falta de repasse. Isso sem falar na questão da Previdência e da Seguridade social. Os municípios menores e mais pobres – a maioria no interior nordestino – são os que mais dependem do pagamento de benefícios como aposentadorias e pensões para a movimentação da economia. Serão duramente atingidos, caso a Reforma da Previdência seja mesmo aprovada após o recesso parlamentar.
Ou seja, não são apenas frases infelizes e de nada adianta usar o chapéu de vaqueiro ou citar o sogro. O conflito de Bolsonaro contra o Nordeste está marcado na linha de seu governo. Ao sufocar o investimento público, particularmente em políticas sociais, prejudica os mais pobres e, por consequência, a região mais pobre do País. Ao retroceder no enfrentamento à desigualdade social, traz novamente à tona o aprofundamento das desigualdades regionais.
Mas o povo nordestino é valente. É o povo de Canudos e do Quilombo dos Palmares. O povo da Sabinada, da Balaiada e da Revolta dos Malês. De Maria Bonita, Paulo Freire e João Cabral de Melo Neto. O povo que, calejado pela vida severina, não aceita mais morrer “de velhice antes dos 30, de emboscada antes dos 20 e de fome um pouco por dia”. O Nordeste, seu povo e sua história são muito maiores do que o preconceito de gente medíocre como Bolsonaro.
Ao referir-se pejorativamente a uma região, Bolsonaro ofendeu os mais de 56 milhões de brasileiros que vivem no Nordeste. Para se justificar, chamou nordestinos de “paus de arara” e um de seus ministros de “cabeça chata”. A cada tentativa de remendo, o preconceito revela-se ainda mais autêntico. E chocante. Poderia ser mero diversionismo para afastar as atenções da nação de suas medidas antipopulares ou da proteção escandalosa das investigações contra seu filho Flávio.
Mas neste caso não é. Seu conflito com o Nordeste vai além da fraseologia. Bolsonaro é o primeiro presidente da história do País a adotar políticas contra a população de uma região inteira.
Antes mesmo do episódio, qualquer um que circulasse pelas cidades nordestinas podia sentir a desconfiança e até raiva de grande parte de seu povo contra o atual presidente. As eleições haviam mostrado o sentimento majoritário, que fez Bolsonaro perder naquelas bandas de 70% a 30% no segundo turno. Com seis meses de governo, sua desaprovação só tem crescido. Quando perguntados sobre o que o presidente havia feito de melhor, 47% dos nordestinos responderam “nada”.
Não por acaso, o medo de ser vaiado e hostilizado fez com que o governo transformasse a inauguração de um aeroporto em Vitória da Conquista numa cerimônia hermeticamente fechada para apoiadores escolhidos a dedo. O mesmo personagem metido a valentão nas redes sociais está cada vez mais acovardado, quando tem de encarar o povo do país que governa. Ou melhor, que deveria governar.
Com o tipo de política que tem implementado é de se esperar que não seja mesmo bem recebido em suas incursões pela região mais pobre do Brasil. O Nordeste possui a maior taxa de desemprego e concentra 60% dos quase 5 milhões de trabalhadores em situação de desalento, isto é, que desistiram de procurar emprego. Além disso, foi a região que mais perdeu profissionais com a saída dos cubanos do Programa Mais Médicos – 40% das cidades nordestinas perderam profissionais – e que sofre na pele a falta de assistência na Saúde da Família. Só em Pernambuco, 1,4 milhão de moradores ficaram sem atendimento.
Com a queda brutal de investimento público nos últimos anos, obras de infraestrutura e de habitação popular foram paralisadas. Só na capital paraibana, João Pessoa, são 1,5 mil unidades habitacionais com obras paradas desde janeiro, por falta de repasse. Isso sem falar na questão da Previdência e da Seguridade social. Os municípios menores e mais pobres – a maioria no interior nordestino – são os que mais dependem do pagamento de benefícios como aposentadorias e pensões para a movimentação da economia. Serão duramente atingidos, caso a Reforma da Previdência seja mesmo aprovada após o recesso parlamentar.
Ou seja, não são apenas frases infelizes e de nada adianta usar o chapéu de vaqueiro ou citar o sogro. O conflito de Bolsonaro contra o Nordeste está marcado na linha de seu governo. Ao sufocar o investimento público, particularmente em políticas sociais, prejudica os mais pobres e, por consequência, a região mais pobre do País. Ao retroceder no enfrentamento à desigualdade social, traz novamente à tona o aprofundamento das desigualdades regionais.
Mas o povo nordestino é valente. É o povo de Canudos e do Quilombo dos Palmares. O povo da Sabinada, da Balaiada e da Revolta dos Malês. De Maria Bonita, Paulo Freire e João Cabral de Melo Neto. O povo que, calejado pela vida severina, não aceita mais morrer “de velhice antes dos 30, de emboscada antes dos 20 e de fome um pouco por dia”. O Nordeste, seu povo e sua história são muito maiores do que o preconceito de gente medíocre como Bolsonaro.
Esse infeliz predador, hiena, mau caráter miliciano, quer é ficar na mídia. Precisa de desprezo. Todos os dias, ele ou um dos seus malucos da quadrilha, inventam alguma insanidade e a mídia enche as páginas com as fotos deles. Menos, menos.
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