Por Marcelo Zero
Para o governo Bolsonaro, não basta ser o patético vira-lata que abana o rabo para Trump.
Tem de ser idiota, também.
É o que se deduz da atitude da Petrobras, que se recusa a abastecer dois navios iranianos que vieram comprar milho brasileiro no porto de Paranaguá.
De fato, os navios Bavand e Termeh chegaram ao porto no sul do país no início de junho trazendo ureia, que é usada para fazer fertilizantes.
Eles deveriam retornar ao Irã com milho brasileiro. Juntos, transportariam 116 mil toneladas do cereal.
Ou seja, vieram trazer ureia para fabricarmos fertilizantes e voltariam com essa carga toda de milho brasileiro. Estão aqui para nos beneficiar.
Para quem não sabe, o Irã é o quinto maior mercado para os produtos agrícolas do Brasil e o principal comprador de milho brasileiro, mesmo com o embargo comercial imposto pelos EUA.
O nosso país é o principal fornecedor para o Irã de complexo de soja, milho, açúcar, carne bovina, papel e celulose. Merece ainda destaque a exportação de produtos de confeitaria, resíduos das indústrias alimentares, alimentos para animais e, por fim, veículos aéreos, automóveis, tratores e ciclos.
Nos últimos 10 anos (2009-2018), o Brasil exportou para o Irã, ainda que com crise e embargo, US$ 19, 611 bilhões, com um superávit de incríveis US$ 19, 234 bilhões.
Para Israel exportamos, no mesmo período, US$ 3, 941 bilhões, com um déficit de US$ 5,485 bilhões.
Ou seja, exportamos para o Irã cerca de 5 vezes mais que para Israel, com enorme superávit a nosso favor, ao contrário do que acontece com esse último país.
O mais importante, contudo, é que o potencial das relações bilaterais entre Brasil e o Irã é muito maior do que deixam entrever esses números.
O Irã tem apenas 11% de seu território de terras agricultáveis. Assim, as nossas exportações para lá poderiam aumentar muito, caso não houvesse o embargo imposto pelos EUA.
Quando Ahmadinejad esteve no Brasil, em 2010, foram feitos planos para quintuplicar nossa corrente de comércio em 5 anos. Também foram realizadas parcerias na área de energia, cooperação tecnológica, agricultura, educação, etc.
Dada à complementaridade das duas economias, o potencial é, de fato, imenso.
Mas o glorioso governo Bolsonaro, que não tem pensamento estratégico ou mesmo pensamento algum, quer agradar os psicopatas de Trump, os quais sonham em destruir o Irã e jogar o Oriente Médio numa guerra de consequências imprevisíveis.
Duvidamos que a decisão de não abastecer os navios que vieram comprar produtos do Brasil tenha sido da Petrobras, isoladamente.
Deve ter sido ordem da presidência acéfala ou do MRE olavista. A bem da verdade, deve ter sido uma instrução do Departamento de Estado dos EUA, que o governo do capitão se apressou em cumprir
Acontece que tal decisão parva e beócia contraria a tradição diplomática brasileira, que, até a tragédia bolsonarista, só observava sanções, quando elas eram devidamente emanadas do Conselho de Segurança da ONU, o único organismo internacional que tem legitimidade para tanto.
O Brasil nunca cumpriu sanções unilaterais decretadas por qualquer país.
Ademais, tal decisão oligofrênica contraria também a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a qual, em seu artigo 17, prevê o direito da “passagem inocente” às embarcações de qualquer país nos mares territoriais, inclusive com a perspectiva de atracar e reabastecer.
Por outro lado, a Petrobras, cuja gestão foi entregue, na prática, à supervisão do governo dos EUA pela Lava Jato, tem medo que seus novos controladores ianques adotem represálias, caso ela abasteça navios que vieram aqui em paz para beneficiar nossa economia.
É só isso que pode explicar tal atitude. Afinal, produtores agrícolas brasileiros continuam a vender centenas de milhares de seus bens aos iranianos sem problema algum.
Esse episódio demonstra que chegamos ao fundo do poço em subserviência estratégica e estupidez geopolítica.
Vira-latas costumam ser espertos, ao menos.
Mas o Brasil se converteu no vira-lata burro.
Espécie única no mundo.
Certamente fadada à extinção.
Para o governo Bolsonaro, não basta ser o patético vira-lata que abana o rabo para Trump.
Tem de ser idiota, também.
É o que se deduz da atitude da Petrobras, que se recusa a abastecer dois navios iranianos que vieram comprar milho brasileiro no porto de Paranaguá.
De fato, os navios Bavand e Termeh chegaram ao porto no sul do país no início de junho trazendo ureia, que é usada para fazer fertilizantes.
Eles deveriam retornar ao Irã com milho brasileiro. Juntos, transportariam 116 mil toneladas do cereal.
Ou seja, vieram trazer ureia para fabricarmos fertilizantes e voltariam com essa carga toda de milho brasileiro. Estão aqui para nos beneficiar.
Para quem não sabe, o Irã é o quinto maior mercado para os produtos agrícolas do Brasil e o principal comprador de milho brasileiro, mesmo com o embargo comercial imposto pelos EUA.
O nosso país é o principal fornecedor para o Irã de complexo de soja, milho, açúcar, carne bovina, papel e celulose. Merece ainda destaque a exportação de produtos de confeitaria, resíduos das indústrias alimentares, alimentos para animais e, por fim, veículos aéreos, automóveis, tratores e ciclos.
Nos últimos 10 anos (2009-2018), o Brasil exportou para o Irã, ainda que com crise e embargo, US$ 19, 611 bilhões, com um superávit de incríveis US$ 19, 234 bilhões.
Para Israel exportamos, no mesmo período, US$ 3, 941 bilhões, com um déficit de US$ 5,485 bilhões.
Ou seja, exportamos para o Irã cerca de 5 vezes mais que para Israel, com enorme superávit a nosso favor, ao contrário do que acontece com esse último país.
O mais importante, contudo, é que o potencial das relações bilaterais entre Brasil e o Irã é muito maior do que deixam entrever esses números.
O Irã tem apenas 11% de seu território de terras agricultáveis. Assim, as nossas exportações para lá poderiam aumentar muito, caso não houvesse o embargo imposto pelos EUA.
Quando Ahmadinejad esteve no Brasil, em 2010, foram feitos planos para quintuplicar nossa corrente de comércio em 5 anos. Também foram realizadas parcerias na área de energia, cooperação tecnológica, agricultura, educação, etc.
Dada à complementaridade das duas economias, o potencial é, de fato, imenso.
Mas o glorioso governo Bolsonaro, que não tem pensamento estratégico ou mesmo pensamento algum, quer agradar os psicopatas de Trump, os quais sonham em destruir o Irã e jogar o Oriente Médio numa guerra de consequências imprevisíveis.
Duvidamos que a decisão de não abastecer os navios que vieram comprar produtos do Brasil tenha sido da Petrobras, isoladamente.
Deve ter sido ordem da presidência acéfala ou do MRE olavista. A bem da verdade, deve ter sido uma instrução do Departamento de Estado dos EUA, que o governo do capitão se apressou em cumprir
Acontece que tal decisão parva e beócia contraria a tradição diplomática brasileira, que, até a tragédia bolsonarista, só observava sanções, quando elas eram devidamente emanadas do Conselho de Segurança da ONU, o único organismo internacional que tem legitimidade para tanto.
O Brasil nunca cumpriu sanções unilaterais decretadas por qualquer país.
Ademais, tal decisão oligofrênica contraria também a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a qual, em seu artigo 17, prevê o direito da “passagem inocente” às embarcações de qualquer país nos mares territoriais, inclusive com a perspectiva de atracar e reabastecer.
Por outro lado, a Petrobras, cuja gestão foi entregue, na prática, à supervisão do governo dos EUA pela Lava Jato, tem medo que seus novos controladores ianques adotem represálias, caso ela abasteça navios que vieram aqui em paz para beneficiar nossa economia.
É só isso que pode explicar tal atitude. Afinal, produtores agrícolas brasileiros continuam a vender centenas de milhares de seus bens aos iranianos sem problema algum.
Esse episódio demonstra que chegamos ao fundo do poço em subserviência estratégica e estupidez geopolítica.
Vira-latas costumam ser espertos, ao menos.
Mas o Brasil se converteu no vira-lata burro.
Espécie única no mundo.
Certamente fadada à extinção.
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