Por João Vicente Goulart, na revista Fórum:
Olhando neste sábado (29) a maioria das manchetes dos grandes jornalões brasileiros, assim como a programação dos maiores noticiários, como JN, GloboNews, Jornal da Band etc, deparei-me com as forçadas, grandes e espalhafatosas chamadas, do “maior acordo” que o Brasil, através de Bolsonaro-Macri, havia realizado com a União Europeia.
Olhando neste sábado (29) a maioria das manchetes dos grandes jornalões brasileiros, assim como a programação dos maiores noticiários, como JN, GloboNews, Jornal da Band etc, deparei-me com as forçadas, grandes e espalhafatosas chamadas, do “maior acordo” que o Brasil, através de Bolsonaro-Macri, havia realizado com a União Europeia.
Para os mais desavisados reforçava, ainda, as realizações de um governo totalmente desmoralizado, no que se refere à política externa e comércio entre blocos de países, já construídos em torno de interesses comerciais comuns.
Senão vejamos a incoerência de atitudes do vai e volta das políticas públicas deste séquito de ministros, dispostos ao puxa-saquismo ideológico e entreguista, que presenciamos nesses seis meses de desastre para o povo brasileiro.
Quem não se lembra, no início do governo, das palavras do Beato Salú, nosso chanceler, que creditou ao marxismo internacional a questão do aquecimento climático mundial. Ou do nosso “Superentreguista ao mercado”, nosso banqueiro Paulo Guedes, que pediu que o Mercosul fosse esquecido, pois nossas relações comerciais neste governo seriam de construção apenas na bilateralidade das relações políticas?
E agora nos vendem a ideia de que este “magnífico” acordo construído por Bolsonaro com o Mercosul será o grande trunfo econômico para o Brasil?
É o que disseram e fizeram antes, esculhambando as relações com vizinhos da América Latina, como a última visita de Bolsonaro, apoiando Macri, que afundou a economia argentina, gerando a volta do país ao Fundo Monetário Internacional, e ainda por cima dizendo que não queria uma outra Cuba no hemisfério sul da América Latina, não farão diferenças agora?
Realmente um gênio em política externa, seguindo os conselhos do Beato Salú, o ministro Ernesto Araújo, nos coloca hoje numa saia justa com “los Hermanos” argentinos.
Estão nos vendendo este acordo como milagroso e não olham para o umbigo dos países membros do Mercosul.
Vejamos, então, algumas complicações que não nos informam, como se fôssemos bestas quadradas a serviço da grande mídia que nos bombardeia para elogiar a política econômica de Guedes.
O Acordo, como sabemos, tinha várias etapas e estas foram seguidas conforme o cronograma estabelecido anos atrás. Mas o que não nos falam é que tem que ser aprovado por todos os parlamentos participantes dos blocos comerciais, e convenhamos, as desfeitas realizadas pelas burradas da política externa feriram nossas relações com vizinhos, e muito.
A Argentina fechou seu período de inscrição de chapas partidárias para as eleições de outubro, as quais os argentinos elegerão seus novos dirigentes, presidente, vice-presidente, senadores e deputados. E será que o nosso Bolsonaro, Beato Salú, Guedes e Cia. sabem quais são as últimas variações de pesquisa de intenção de voto naquele país?
O justicialismo (peronistas), com Alberto Fernadez-Cristina Kirtchner, para presidente e vice, respectivamente, estão variando com 20% acima das intenções de voto sobre Macri. E tende a aumentar com a aceitação de Sergio Massa integrar a chapa principal para deputado pela província de Buenos Aires, renunciando à terceira via somando-se a corrente “TODOS”, para ser o futuro presidente da Câmara de Deputados do Congresso Argentino.
E diante disso, vejamos o que diz o provável futuro presidente sobre o acordo do Mercosul, no jornal “EL Clarín”, de Buenos Aires.
Ele diz textualmente, “não fica claro quais seriam os benefícios concretos para o nosso país. Mas o que fica, sim, bem claro são os prejuízos para nossa indústria e o trabalho argentino”, disse ele, horas depois das comemorações dos dirigentes Macristas.
E ainda completou: “um acordo assim não gera nada para festejar, senão muitos motivos para preocuparmos”.
Estas palavras no jornal “El Clarín” foram uma crítica contundente, nada improvisada, que trouxe na página do referido diário uma foto do presidente Mauricio Macri e o mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro.
Uma outra pré-candidata à presidência do país, pelo partido socialista (Nuevo Movimiento al Socialismo) argentino, Manuela Castañeira, e que se agrupa em um segundo turno, se houver, ao peronismo, mostrou-se profundamente contrariada ao responder rispidamente ao ministro da fazenda argentino, Nicolás Dujovne, quem, como igual a mídia brasileira, havia classificado o acordo do Mercosul, com um grande “feito histórico” e com um “enorme potencial” para aumentar os investimentos e fomentar o crescimento econômico, ao dizer que esse procedimento era um engano à opinião pública.
Ironizando o ministro Dujovne, disse que “realmente é um acordo histórico. Sim, é histórico pela entrega e abertura ao livre comércio, ao livre mercado, que já destruiu postos de trabalho em nosso país. Rechaçamos este acordo entreguista”, afirmou com veemência.
O Partido Justicialista argentino não aprovará o que nossos grandes meios de comunicação estão a nos impregnar como o grande acordo do Mercosul. O partido distribuiu um texto claro e afirmativo, que caso vitorioso nas eleições argentinas de outubro, não deixará passar o acordo sem uma profunda e patriótica análise em defesa da nacionalidade argentina.
Em um texto anunciado este sábado (29), o partido peronista deixa claro esta posição: “O Partido Justicialista lamenta o anunciado pré-acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Trata-se de uma negociação que se desenvolveu, por parte do Mercosul, com o maior dos hermetismos, opacidade, sem dar nenhum tipo de informação ou participação aos setores produtivos afetados, e pior, nem sequer aos parlamentos de cada um dos países membros”.
“Como partido político de oposição e integrante da ‘Frente de Todos’, lembramos ao governo de Macri que desta vez não vai iludir a cuidadosa revisão parlamentaria que se produzirá com o novo parlamento argentino, em defesa do ‘Povo Argentino’, feito este acordo irresponsavelmente pelos funcionários e de costas para todos, pois defenderemos sem concessões os trabalhadores e a produção argentina”.
Não bastasse esta forte oposição dos parlamentares argentinos ao “grande e histórico acordo”, existe a forte oposição também dos produtores europeus, que têm sua produção primaria fortemente subsidiada.
O principal sindicato agrícola da União Europeia, o Copa Cocega, já criticou essa política do acordo com “standard duplo, e dupla vara para medir”, que aumenta a “distância entre o que se pede aos agricultores europeus e o que se tolera aos produtores do Mercosul”, com normas sanitárias diferentes e escala ambiental distintas.
Basta, brasileiros, de sermos bombardeados por essa mídia esconde-esconde, que não mostra a verdadeira consequência de um acordo firmado às pressas e sem conhecimento dos parlamentos que representam os povos que integram o Mercosul. Chega de fanfarronadas e exaltações da política econômica do Guedes e Bolsonaro, inflando ânimos que não se cumprirão, apenas para turbinar força para a cassação dos diretos de nosso povo, através de slogans propagandísticos como esses que estão na mídia: “grande acordo do Mercosul, agora só falta a reforma da Previdência para o Brasil explodir no desenvolvimento. ”
Parem de mentir, pois esse balão está murcho!!!
quando se lê 100 bilhões impressiona, mas o PIG não informa que o valor virá em 10 anos.
ResponderExcluirO PIB brasileiro em 2018 foi de 6,8 TRILHÔES
ou seja estes 100 bilhões em 10 anos não passam de dinheiro de pinga.
Vai impactar em algo como 0,1% de aumento no PIB anual
A Petrobras representa quase 15% do PIB anual e está sendo destruída.