Por Altamiro Borges
Totalmente identificada com a agenda ultraneoliberal da dupla Bolsonaro-Guedes, como demonstrou em sua militância ativa pela aprovação do golpe da Previdência, a ‘Veja’ vinha se distanciando do governo no tocante à pauta política. Parecia temer o avanço do autoritarismo. Tanto que virou parceira do site The Intercept na difusão das mensagens dos jagunços da Lava-Jato – que antes eram tratados como heróis pela revista. Esta mudança na linha editorial até nutriu algumas ilusões sobre o semanário. Mas não durou muito tempo.
Na edição desta semana, a Veja voltou à origem. De forma irresponsável, sempre apostando na escandalização da política para elevar sua tiragem, a revista da marginal estampou na capa que haveria um plano terrorista para assassinar o “capetão” Jair Bolsonaro. Em um cenário de polarização e radicalização, no qual as milícias bolsonaristas ameaçam jornalistas – como Glenn Greenwald na Flip de Paraty e até a ex-musa Miriam Leitão em uma feira do livro de Santa Catarina –, a “reporcagem” serve apenas para estimular a violência e o ódio.
Não há qualquer comprovação para a escandalosa capa. A matéria é toda baseada na entrevista feita com um pretenso “terrorista” por computador – sem contato direto, sem registro, sem averiguações. Identificado como “Anhangá”, o sujeito diz pertencer a uma seita “ambientalista-terrorista” – a desconhecida Sociedade Secreta Silvestre (SSS). Ele afirma que o grupo teria como objetivo matar Jair Bolsonaro e dois ministros do laranjal, o jagunço ruralista Ricardo Salles e a fundamentalista Damares “da Goiabeira” Alves. De imediato, a entrevista sem pé nem cabeça virou motivo de chacota nas redes sociais.
Como ironizou o veterano e irreverente jornalista Alex Solnik, em postagem no site Brasil-247, “se Anhangá é terrorista mesmo, já deve ter sido executado pelos comparsas, pois terrorista que é terrorista não revela seus planos. Ou alguém viu Bin Laden avisar que estouraria as Torres Gêmeas? Ao expor o plano de matar o presidente ele colocou em risco todos os demais ‘silvestristas’... A matéria se presta a transformar Bolsonaro em vítima, o que já rendeu bons frutos durante a campanha. Mas envergonha o jornalismo”. O objetivo da capa espalhafatosa, portanto, seria eminentemente político, o de favorecer o “capetão”.
Já o jornalista Luis Nassif suspeita que a “reporcagem” da Veja tenha objetivos mercenários mais concretos. Sob controle de um novo consórcio empresarial, que adquiriu o Grupo Abril que estava falido e em processo de recuperação judicial, a revista depende mais do que nunca dos recursos do governo para sobreviver. Isto explicaria porque “a Veja voltou ao seu velho ofício de criadora de factoides, com uma matéria de capa denunciando a presença de uma organização terrorista – dessas que os personagens vestem roupa preta e capuz para dar entrevistas – ameaçando a vida da família Bolsonaro. A capa cai como uma luva na prévia do incêndio do Reichstag, que é a saída de todo ditador acuado”.
Há ainda uma terceira hipótese – e elas não são excludentes. Na semana passada, o Secretário de Estado dos EUA, o autêntico terrorista Mike Pompeo, participou de reunião com representantes de 21 países da América Latina, em Buenos Aires. Arrogante e falastrão, ele esbravejou na abertura do encontro. “Vim para dizer que estamos de volta à América Latina, e vamos ajudá-los a atacar o terrorismo”. Sem qualquer evidência, ele ainda bravateou que “os grupos terroristas estão se radicalizando e encontrando nossas vulnerabilidades. Na América Latina já foram detectados membros do Hizbullah na Argentina, no Peru, no Brasil e no Paraguai”.
A Veja, que há muito tempo virou uma sucursal rastaquera do império, talvez já esteja sintonizada com as novas ordens dos EUA, que procuram criar um clima de guerra na América Latina.
Totalmente identificada com a agenda ultraneoliberal da dupla Bolsonaro-Guedes, como demonstrou em sua militância ativa pela aprovação do golpe da Previdência, a ‘Veja’ vinha se distanciando do governo no tocante à pauta política. Parecia temer o avanço do autoritarismo. Tanto que virou parceira do site The Intercept na difusão das mensagens dos jagunços da Lava-Jato – que antes eram tratados como heróis pela revista. Esta mudança na linha editorial até nutriu algumas ilusões sobre o semanário. Mas não durou muito tempo.
Na edição desta semana, a Veja voltou à origem. De forma irresponsável, sempre apostando na escandalização da política para elevar sua tiragem, a revista da marginal estampou na capa que haveria um plano terrorista para assassinar o “capetão” Jair Bolsonaro. Em um cenário de polarização e radicalização, no qual as milícias bolsonaristas ameaçam jornalistas – como Glenn Greenwald na Flip de Paraty e até a ex-musa Miriam Leitão em uma feira do livro de Santa Catarina –, a “reporcagem” serve apenas para estimular a violência e o ódio.
Não há qualquer comprovação para a escandalosa capa. A matéria é toda baseada na entrevista feita com um pretenso “terrorista” por computador – sem contato direto, sem registro, sem averiguações. Identificado como “Anhangá”, o sujeito diz pertencer a uma seita “ambientalista-terrorista” – a desconhecida Sociedade Secreta Silvestre (SSS). Ele afirma que o grupo teria como objetivo matar Jair Bolsonaro e dois ministros do laranjal, o jagunço ruralista Ricardo Salles e a fundamentalista Damares “da Goiabeira” Alves. De imediato, a entrevista sem pé nem cabeça virou motivo de chacota nas redes sociais.
Como ironizou o veterano e irreverente jornalista Alex Solnik, em postagem no site Brasil-247, “se Anhangá é terrorista mesmo, já deve ter sido executado pelos comparsas, pois terrorista que é terrorista não revela seus planos. Ou alguém viu Bin Laden avisar que estouraria as Torres Gêmeas? Ao expor o plano de matar o presidente ele colocou em risco todos os demais ‘silvestristas’... A matéria se presta a transformar Bolsonaro em vítima, o que já rendeu bons frutos durante a campanha. Mas envergonha o jornalismo”. O objetivo da capa espalhafatosa, portanto, seria eminentemente político, o de favorecer o “capetão”.
Já o jornalista Luis Nassif suspeita que a “reporcagem” da Veja tenha objetivos mercenários mais concretos. Sob controle de um novo consórcio empresarial, que adquiriu o Grupo Abril que estava falido e em processo de recuperação judicial, a revista depende mais do que nunca dos recursos do governo para sobreviver. Isto explicaria porque “a Veja voltou ao seu velho ofício de criadora de factoides, com uma matéria de capa denunciando a presença de uma organização terrorista – dessas que os personagens vestem roupa preta e capuz para dar entrevistas – ameaçando a vida da família Bolsonaro. A capa cai como uma luva na prévia do incêndio do Reichstag, que é a saída de todo ditador acuado”.
Há ainda uma terceira hipótese – e elas não são excludentes. Na semana passada, o Secretário de Estado dos EUA, o autêntico terrorista Mike Pompeo, participou de reunião com representantes de 21 países da América Latina, em Buenos Aires. Arrogante e falastrão, ele esbravejou na abertura do encontro. “Vim para dizer que estamos de volta à América Latina, e vamos ajudá-los a atacar o terrorismo”. Sem qualquer evidência, ele ainda bravateou que “os grupos terroristas estão se radicalizando e encontrando nossas vulnerabilidades. Na América Latina já foram detectados membros do Hizbullah na Argentina, no Peru, no Brasil e no Paraguai”.
A Veja, que há muito tempo virou uma sucursal rastaquera do império, talvez já esteja sintonizada com as novas ordens dos EUA, que procuram criar um clima de guerra na América Latina.
SSS? Terrorista a anunciando a morte de alguém? Só pode ser grupo terrorista tabajara. Qual o grau de imbecilidade de um sujeito que acredita nisso? Só podem ser terraplanistas acéfalos. Bom, em se tratando de bolsomínions, qualquer imbecilidade é plausível.
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