Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:
A mídia empresarial-monopolista brasileira foi surpreendida pelo jornalismo.
Parece ironia, jogo de palavras.
Mas não é.
O The Intercept, assim como um raio caído num dia de céu azul, deixou-a estupefata e sem rumo, num primeiro momento.
Curioso vê-la girando em torno de um site, mariposa diante da luz, quase cega.
Lembra a população de Galveias, em Portugal, no belo romance de José Luís Peixoto, sem saber como lidar com algo que caíra do céu, abrira uma cratera gigantesca de onde exalava um insuportável cheiro de enxofre.
Que diabo é isso? – pareciam perguntar editores tão acostumados à placidez dos dias.
Placidez em dias tão turbulentos?
Placidez porque estava tudo acordado, rumo traçado. Vivera tão agarrada a um projeto político, a uma pauta diária tão rotineira, conservadora que só ela.
Nunca se conformara com a ascensão de Lula, fizera dele seu inimigo predileto, apoiara o golpe de 2016, engajara-se na campanha de Bolsonaro, fizera da Lava Jato e de seu juiz-comandante uma fonte inesgotável de pautas-vazamento, fazia uma ou outra crítica ao novo presidente, mas nada que a tirasse do apoio às reformas, sobretudo à reforma da Previdência, sua cláusula pétrea nesse momento.
Que placidez, que águas tão tranquilas.
Havia tempo, muito tempo, que a mídia empresarial desconhecia o que fosse jornalismo investigativo.
Conscientemente.
Isso demanda tempo e dinheiro.
Tempo até dispunha, mas não iria gastá-lo para detalhar o que já sabia.
Dinheiro é sempre questão de prioridade.
Ora, ora, quem não sabia que a operação Lava Jato tinha objetivos definidos, o mais caro deles, a prisão de Lula?
Prisão executada, eleição dele evitada, agora era levar em banho-maria, e se fosse inevitável a eleição de Bolsonaro, que viesse.
E houve momento em que todos embarcaram.
Qualquer coisa melhor que o Lula.
Qualquer coisa melhor que o PT.
E se viessem escândalos no novo governo, era alimentá-los por um tempo em fogo brando, não recusar a notícia, mas pouco a pouco tratava-se de ir sepultando-os, fazendo de conta não fossem tão importantes assim, escondendo-os num canto de página, ou pé de página.
Notícia, ora notícia.
Nós a fazemos, sempre acreditaram os editores, atentos ao que o negócio define como tal, alertas ao rumo político das grandes corporações midiáticas.
Quando algum editor, algum jornalista capaz de raciocinar por conta própria, se dá o direito de se manifestar, que se jogue-o no olho da rua, e são vários os exemplos recentes.
Milicianos, Queiroz, um escândalo vinculado à família presidencial, ao mais íntimo dela, podem ser jogados para debaixo do tapete, como tem sido.
E tem sido porque o jornalismo é ignorado, razões políticas se impõem.
E econômicas.
Há alguma desculpa para que não se descubra o cidadão Fabrício Queiroz?
Para que não se saiba o endereço dele?
Nenhuma.
E no caso não era necessário nem tempo nem dinheiro.
Bastava fosse uma prioridade.
E não era.
Como provado está.
Antes do The Intercept, para fazer justiça, Lula, seus advogados de defesa, centenas de outros, livros e mais livros, tantos blogs e sites progressistas, militantes, denunciaram ao Brasil e ao mundo o caráter da Lava Jato e a obsessão de Moro com relação a Lula.
A mídia empresarial jamais deu importância à afirmação comprovada da inocência de Lula, nem à impressionante repercussão na mídia do mundo inteiro, que o considera um prisioneiro político, como de fato é.
A operação Lava Jato nunca teve nada a ver com justiça.
E sempre foi acompanhada, em seus objetivos, pela mídia empresarial, que serviu aos desígnios dela com um servilismo a dar vergonha a quem quer que exerça jornalismo com algum grau de seriedade.
E de repente, surge quem faça jornalismo.
Simples: jornalismo.
Aquele que os manuais de antigamente ensinavam, desconhecido havia muito tempo de nossa mídia monopolista.
Snowden, Assange, Greenwald, tantos outros, chegaram para evidenciar a pobreza do jornalismo no mundo. Para desafiar até mesmo os quase impenetráveis arquivos dos EUA. Provaram que é possível o jornalismo investigativo, se houver disposição, coragem, clareza de objetivos para tanto.
Abriu-se a cratera.
Um corre-corre.
O The Intercept desnudava o herói inventado pela mídia empresarial-monopolista.
Além da quebra de todas as regras da relação entre procuradores e juiz, da notória decisão prévia quanto à condenação de Lula, do escárnio permanente em relação à defesa, do desprezo às provas, do desrespeito do juiz aos seus próprios pares, da subordinação absoluta e vergonhosa dos procuradores a ele, a transformar tudo num simulacro de julgamento, há a evidência manifesta da relação entre a mídia e a Lava Jato, a pauta conduzida pela República de Curitiba, procedimento obscenamente naturalizado, sem que repórteres e editores sequer corassem.
E na mídia empresarial-monopolista não houve exceção. Todos os veículos beberam da mesma fonte sem pudor, fingindo que faziam jornalismo, sem checar nada do que lhes era dito.
E agora, José?
Não há desculpa possível.
Há repórteres bem-intencionados e que não tinham conhecimento de tanta cumplicidade da mídia com a Lava Jato a se perguntar: por que não fomos nós a descobrir tudo isso?
Porque não havia interesse, caras-pálidas.
Porque os interesses eram bem outros, e coincidiam com os da República de Curitiba.
Diante da cratera, a parte majoritária correu em socorro de seu herói, morou?
Rede Globo de Televisão, Rede Record, SBT, O Globo, Estadão, entre outros veículos, seguiram a linha editorial ditada por Moro – estão até agora à procura de hackers, de “vazamentos criminosos”, num dois pesos e duas medidas absurdo.
Moro e procuradores sempre defenderam os vazamentos, subsidiando manchetes a serviço de óbvios interesses políticos, que pudessem ir minando Lula e o PT, coisa já dita antes por quem tinha olhos para ver, agora revelada pelo exercício de um jornalismo independente, por um site.
A Folha de S. Paulo, depois de alguns dias de vacilação, resolve fazer parceria com o site The Intercept, e isso deve ser saudado como positivo, como o é o trabalho jornalístico de Reinaldo Azevedo, âncora do programa “O É da Coisa”, da BandNews, antigo crítico do PT, hoje defensor da soltura de Lula pela ausência de provas. Nas últimas horas, fala-se que outro veículo irá difundir também o material do The Intercept.
Curioso, não é?
Autocrítica que é bom, nada.
As revistas semanais, de modo geral, se mexeram, sem a ousadia da Folha e de Azevedo.
Alguns repórteres da Folha, quem sabe, podem ter ficado decepcionados ao ter que simplesmente serem checadores do material feito pelo The Intercept.
Nunca é a mesma coisa, não?
O tesão de ir atrás da verdade, investigar malfeitos, flagrar autoridades cometendo crimes, ainda mais se a dita autoridade simulasse sempre a integridade que não tem, desmontar sepulcros caiados, esse tesão não tem preço.
Não, mas faz tempo que a Folha não tem mais nada a ver com tal jornalismo.
Já é muito para ela ir atrás da apuração de um site.
Lembrar: Paulo Henrique Amorim foi afastado do "Domingo Espetacular", da Record, por pressão do governo Bolsonaro. É editor-apresentador do blog Conversa Afiada, cujo jornalismo combate criativa e firmemente o governo atual. Um dos mais notáveis jornalistas brasileiros, situados entre os poucos que não esqueceram antigas lições, coragem e verdade andando juntas na sua atuação.
Marco Antônio Villa, crítico contumaz do PT, foi demitido da Jovem Pan porque vinha criticando o governo federal, Bolsonaro de modo particular.
Difícil dizer se, diante da cratera aberta, a mídia empresarial-monopolista vai tentar fazer jornalismo.
Não vai.
Para ela, não tem mais volta.
Uma escolha.
Há muito tempo atravessou o Rubicão, unificando seus interesses aos dos poderosos, exclusivamente.
Vai se equilibrar na corda bamba até que o vendaval The Intercept passe, fazer de conta que nada aconteceu, esperar a aprovação da reforma da Previdência, e depois avaliar o que fazer.
E é muito difícil que seja enfrentar pra valer Bolsonaro porque qualquer contratempo mais sério pode implicar num fortalecimento da esquerda, o PT ou outro partido qualquer desse campo.
Como se sabe, ela quer tudo, menos Lula, menos o PT, menos qualquer um de esquerda.
Melhor um presidente mambembe do que um a querer novamente governar para os pobres.
A mídia empresarial-monopolista não se dispõe a fazer jornalismo liberal-republicano.
Não sei se chegou a existir a modalidade num Brasil marcado por privilégios seculares, advindos de uma história marcada pela escravidão.
A luta de classes perpassa o jornalismo em qualquer parte do mundo.
No Brasil, de modo muito mais acentuado, a ponto de transformar essa mídia empresarial-monopolista num partido monolítico mais sólido do que em qualquer outro país, sempre a favor das classes dominantes, que ela integra como porta-voz essencial.
O episódio do The Intercept a deixou nua.
Novamente.
Não é uma imagem bonita quando tudo é revelado.
Mas, insista-se: ela nem corar, cora.
Procura novas vestes, e segue adiante como se nada tivesse ocorrido.
Até que encontre o fundo do poço.
A mídia empresarial-monopolista brasileira foi surpreendida pelo jornalismo.
Parece ironia, jogo de palavras.
Mas não é.
O The Intercept, assim como um raio caído num dia de céu azul, deixou-a estupefata e sem rumo, num primeiro momento.
Curioso vê-la girando em torno de um site, mariposa diante da luz, quase cega.
Lembra a população de Galveias, em Portugal, no belo romance de José Luís Peixoto, sem saber como lidar com algo que caíra do céu, abrira uma cratera gigantesca de onde exalava um insuportável cheiro de enxofre.
Que diabo é isso? – pareciam perguntar editores tão acostumados à placidez dos dias.
Placidez em dias tão turbulentos?
Placidez porque estava tudo acordado, rumo traçado. Vivera tão agarrada a um projeto político, a uma pauta diária tão rotineira, conservadora que só ela.
Nunca se conformara com a ascensão de Lula, fizera dele seu inimigo predileto, apoiara o golpe de 2016, engajara-se na campanha de Bolsonaro, fizera da Lava Jato e de seu juiz-comandante uma fonte inesgotável de pautas-vazamento, fazia uma ou outra crítica ao novo presidente, mas nada que a tirasse do apoio às reformas, sobretudo à reforma da Previdência, sua cláusula pétrea nesse momento.
Que placidez, que águas tão tranquilas.
Havia tempo, muito tempo, que a mídia empresarial desconhecia o que fosse jornalismo investigativo.
Conscientemente.
Isso demanda tempo e dinheiro.
Tempo até dispunha, mas não iria gastá-lo para detalhar o que já sabia.
Dinheiro é sempre questão de prioridade.
Ora, ora, quem não sabia que a operação Lava Jato tinha objetivos definidos, o mais caro deles, a prisão de Lula?
Prisão executada, eleição dele evitada, agora era levar em banho-maria, e se fosse inevitável a eleição de Bolsonaro, que viesse.
E houve momento em que todos embarcaram.
Qualquer coisa melhor que o Lula.
Qualquer coisa melhor que o PT.
E se viessem escândalos no novo governo, era alimentá-los por um tempo em fogo brando, não recusar a notícia, mas pouco a pouco tratava-se de ir sepultando-os, fazendo de conta não fossem tão importantes assim, escondendo-os num canto de página, ou pé de página.
Notícia, ora notícia.
Nós a fazemos, sempre acreditaram os editores, atentos ao que o negócio define como tal, alertas ao rumo político das grandes corporações midiáticas.
Quando algum editor, algum jornalista capaz de raciocinar por conta própria, se dá o direito de se manifestar, que se jogue-o no olho da rua, e são vários os exemplos recentes.
Milicianos, Queiroz, um escândalo vinculado à família presidencial, ao mais íntimo dela, podem ser jogados para debaixo do tapete, como tem sido.
E tem sido porque o jornalismo é ignorado, razões políticas se impõem.
E econômicas.
Há alguma desculpa para que não se descubra o cidadão Fabrício Queiroz?
Para que não se saiba o endereço dele?
Nenhuma.
E no caso não era necessário nem tempo nem dinheiro.
Bastava fosse uma prioridade.
E não era.
Como provado está.
Antes do The Intercept, para fazer justiça, Lula, seus advogados de defesa, centenas de outros, livros e mais livros, tantos blogs e sites progressistas, militantes, denunciaram ao Brasil e ao mundo o caráter da Lava Jato e a obsessão de Moro com relação a Lula.
A mídia empresarial jamais deu importância à afirmação comprovada da inocência de Lula, nem à impressionante repercussão na mídia do mundo inteiro, que o considera um prisioneiro político, como de fato é.
A operação Lava Jato nunca teve nada a ver com justiça.
E sempre foi acompanhada, em seus objetivos, pela mídia empresarial, que serviu aos desígnios dela com um servilismo a dar vergonha a quem quer que exerça jornalismo com algum grau de seriedade.
E de repente, surge quem faça jornalismo.
Simples: jornalismo.
Aquele que os manuais de antigamente ensinavam, desconhecido havia muito tempo de nossa mídia monopolista.
Snowden, Assange, Greenwald, tantos outros, chegaram para evidenciar a pobreza do jornalismo no mundo. Para desafiar até mesmo os quase impenetráveis arquivos dos EUA. Provaram que é possível o jornalismo investigativo, se houver disposição, coragem, clareza de objetivos para tanto.
Abriu-se a cratera.
Um corre-corre.
O The Intercept desnudava o herói inventado pela mídia empresarial-monopolista.
Além da quebra de todas as regras da relação entre procuradores e juiz, da notória decisão prévia quanto à condenação de Lula, do escárnio permanente em relação à defesa, do desprezo às provas, do desrespeito do juiz aos seus próprios pares, da subordinação absoluta e vergonhosa dos procuradores a ele, a transformar tudo num simulacro de julgamento, há a evidência manifesta da relação entre a mídia e a Lava Jato, a pauta conduzida pela República de Curitiba, procedimento obscenamente naturalizado, sem que repórteres e editores sequer corassem.
E na mídia empresarial-monopolista não houve exceção. Todos os veículos beberam da mesma fonte sem pudor, fingindo que faziam jornalismo, sem checar nada do que lhes era dito.
E agora, José?
Não há desculpa possível.
Há repórteres bem-intencionados e que não tinham conhecimento de tanta cumplicidade da mídia com a Lava Jato a se perguntar: por que não fomos nós a descobrir tudo isso?
Porque não havia interesse, caras-pálidas.
Porque os interesses eram bem outros, e coincidiam com os da República de Curitiba.
Diante da cratera, a parte majoritária correu em socorro de seu herói, morou?
Rede Globo de Televisão, Rede Record, SBT, O Globo, Estadão, entre outros veículos, seguiram a linha editorial ditada por Moro – estão até agora à procura de hackers, de “vazamentos criminosos”, num dois pesos e duas medidas absurdo.
Moro e procuradores sempre defenderam os vazamentos, subsidiando manchetes a serviço de óbvios interesses políticos, que pudessem ir minando Lula e o PT, coisa já dita antes por quem tinha olhos para ver, agora revelada pelo exercício de um jornalismo independente, por um site.
A Folha de S. Paulo, depois de alguns dias de vacilação, resolve fazer parceria com o site The Intercept, e isso deve ser saudado como positivo, como o é o trabalho jornalístico de Reinaldo Azevedo, âncora do programa “O É da Coisa”, da BandNews, antigo crítico do PT, hoje defensor da soltura de Lula pela ausência de provas. Nas últimas horas, fala-se que outro veículo irá difundir também o material do The Intercept.
Curioso, não é?
Autocrítica que é bom, nada.
As revistas semanais, de modo geral, se mexeram, sem a ousadia da Folha e de Azevedo.
Alguns repórteres da Folha, quem sabe, podem ter ficado decepcionados ao ter que simplesmente serem checadores do material feito pelo The Intercept.
Nunca é a mesma coisa, não?
O tesão de ir atrás da verdade, investigar malfeitos, flagrar autoridades cometendo crimes, ainda mais se a dita autoridade simulasse sempre a integridade que não tem, desmontar sepulcros caiados, esse tesão não tem preço.
Não, mas faz tempo que a Folha não tem mais nada a ver com tal jornalismo.
Já é muito para ela ir atrás da apuração de um site.
Lembrar: Paulo Henrique Amorim foi afastado do "Domingo Espetacular", da Record, por pressão do governo Bolsonaro. É editor-apresentador do blog Conversa Afiada, cujo jornalismo combate criativa e firmemente o governo atual. Um dos mais notáveis jornalistas brasileiros, situados entre os poucos que não esqueceram antigas lições, coragem e verdade andando juntas na sua atuação.
Marco Antônio Villa, crítico contumaz do PT, foi demitido da Jovem Pan porque vinha criticando o governo federal, Bolsonaro de modo particular.
Difícil dizer se, diante da cratera aberta, a mídia empresarial-monopolista vai tentar fazer jornalismo.
Não vai.
Para ela, não tem mais volta.
Uma escolha.
Há muito tempo atravessou o Rubicão, unificando seus interesses aos dos poderosos, exclusivamente.
Vai se equilibrar na corda bamba até que o vendaval The Intercept passe, fazer de conta que nada aconteceu, esperar a aprovação da reforma da Previdência, e depois avaliar o que fazer.
E é muito difícil que seja enfrentar pra valer Bolsonaro porque qualquer contratempo mais sério pode implicar num fortalecimento da esquerda, o PT ou outro partido qualquer desse campo.
Como se sabe, ela quer tudo, menos Lula, menos o PT, menos qualquer um de esquerda.
Melhor um presidente mambembe do que um a querer novamente governar para os pobres.
A mídia empresarial-monopolista não se dispõe a fazer jornalismo liberal-republicano.
Não sei se chegou a existir a modalidade num Brasil marcado por privilégios seculares, advindos de uma história marcada pela escravidão.
A luta de classes perpassa o jornalismo em qualquer parte do mundo.
No Brasil, de modo muito mais acentuado, a ponto de transformar essa mídia empresarial-monopolista num partido monolítico mais sólido do que em qualquer outro país, sempre a favor das classes dominantes, que ela integra como porta-voz essencial.
O episódio do The Intercept a deixou nua.
Novamente.
Não é uma imagem bonita quando tudo é revelado.
Mas, insista-se: ela nem corar, cora.
Procura novas vestes, e segue adiante como se nada tivesse ocorrido.
Até que encontre o fundo do poço.
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