Por Bepe Damasco, em seu blog:
Li nas redes sociais uma manifestação indignada da professora Ester Solano que merece registro. Referindo-se aos bolsonaristas arrependidos, ela foi no fígado: “Eles sabiam perfeitamente quem estavam apoiando. Por isso, quero que todos se fodam.”
Compartilho desse sentimento de revolta, afinal a maioria esmagadora dos eleitores de Bolsonaro, seja durante a campanha eleitoral ou em períodos anteriores, teve acesso a áudios, textos e imagens do capitão ameaçando uma deputada de estupro, pregando o racismo, a misoginia e o extermínio de adversários políticos, fazendo apologia da tortura e endeusando torturadores, atacando os homossexuais, defendendo a censura e a sonegação de impostos, elogiando as milícias e tantas outras barbaridades.
Noves fora, então, os beócios, desinformados crônicos ou os superalienados - aqueles tipos totalmente alheios a tudo que se passa ao redor -, expressiva parcela dos eleitores do sujeito que ostenta a faixa presidencial de forma indigna votou absolutamente consciente do que fazia. Sabia das consequências e implicações de sua decisão.
É certo que suas motivações são múltiplas e que uma investigação profunda acerca dessa opção político-eleitoral doentia demanda estudos complexos e multidisciplinares envolvendo fatores de ordem política, sociológica e psicanalítica.
Mas é possível cravar que entre as 57 milhões de pessoas que sufragaram o candidato Bolsonaro, no segundo turno da eleição, uma boa parte o escolheu justamente por se identificar com seus valores desumanos e anticivilizatórios e seus projetos antipopulares e antinacionais. Se é que existiu um dia, o homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda ficou no passado.
Não só as eleições, mas as pesquisas que se seguiram mostram que em torno de um terço dos brasileiros e brasileiras apoiam cegamente as teses obscurantistas do bolsonarismo, criticam o "excesso de direitos", veem comunismo na própria sombra e aplaudem quando um presidente declara guerra ao seu próprio povo.
Desejo ardentemente que suas consciências queimem em brasa até o fim dos seus dias como castigo pelo mal que causaram ao país. Tampouco cogito reatar com conhecidos e parentes que votaram no “Coisa Ruim" ou dividir uma mesa de cerveja com essa gente. Mas isso é no plano pessoal.
Na política, a história é outra, e deve ser vista com pragmatismo pelos democratas. Convencido de que Bolsonaro precisa ser contido antes que destrua literalmente o país, vejo cada defecção em suas fileiras como positiva, pois contribui para enfraquecê-lo.Tanto melhor se essa turma do mea culpa assumir um discurso de oposição.
Vale destacar um alerta recente do professor e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, no qual ele é taxativo : “Se quisermos nos livrar de Bolsonaro, temos que parar de xingar os que estavam do outro lado.”
Em público, é claro.
Li nas redes sociais uma manifestação indignada da professora Ester Solano que merece registro. Referindo-se aos bolsonaristas arrependidos, ela foi no fígado: “Eles sabiam perfeitamente quem estavam apoiando. Por isso, quero que todos se fodam.”
Compartilho desse sentimento de revolta, afinal a maioria esmagadora dos eleitores de Bolsonaro, seja durante a campanha eleitoral ou em períodos anteriores, teve acesso a áudios, textos e imagens do capitão ameaçando uma deputada de estupro, pregando o racismo, a misoginia e o extermínio de adversários políticos, fazendo apologia da tortura e endeusando torturadores, atacando os homossexuais, defendendo a censura e a sonegação de impostos, elogiando as milícias e tantas outras barbaridades.
Noves fora, então, os beócios, desinformados crônicos ou os superalienados - aqueles tipos totalmente alheios a tudo que se passa ao redor -, expressiva parcela dos eleitores do sujeito que ostenta a faixa presidencial de forma indigna votou absolutamente consciente do que fazia. Sabia das consequências e implicações de sua decisão.
É certo que suas motivações são múltiplas e que uma investigação profunda acerca dessa opção político-eleitoral doentia demanda estudos complexos e multidisciplinares envolvendo fatores de ordem política, sociológica e psicanalítica.
Mas é possível cravar que entre as 57 milhões de pessoas que sufragaram o candidato Bolsonaro, no segundo turno da eleição, uma boa parte o escolheu justamente por se identificar com seus valores desumanos e anticivilizatórios e seus projetos antipopulares e antinacionais. Se é que existiu um dia, o homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda ficou no passado.
Não só as eleições, mas as pesquisas que se seguiram mostram que em torno de um terço dos brasileiros e brasileiras apoiam cegamente as teses obscurantistas do bolsonarismo, criticam o "excesso de direitos", veem comunismo na própria sombra e aplaudem quando um presidente declara guerra ao seu próprio povo.
Desejo ardentemente que suas consciências queimem em brasa até o fim dos seus dias como castigo pelo mal que causaram ao país. Tampouco cogito reatar com conhecidos e parentes que votaram no “Coisa Ruim" ou dividir uma mesa de cerveja com essa gente. Mas isso é no plano pessoal.
Na política, a história é outra, e deve ser vista com pragmatismo pelos democratas. Convencido de que Bolsonaro precisa ser contido antes que destrua literalmente o país, vejo cada defecção em suas fileiras como positiva, pois contribui para enfraquecê-lo.Tanto melhor se essa turma do mea culpa assumir um discurso de oposição.
Vale destacar um alerta recente do professor e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, no qual ele é taxativo : “Se quisermos nos livrar de Bolsonaro, temos que parar de xingar os que estavam do outro lado.”
Em público, é claro.
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