Por Antonio Barbosa Filho, direto de Berlim (Alemanha)
No painel que abriu os trabalhos do II Encontro da Fibra - Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe -, a brasileira que elegeu-se pela região da Catalunha para o Congresso dos Deputados da Espanha, Maria Dantas, afirmou que para lutar contra o fascismo é preciso lutar igualmente contra o racismo e o machismo.
"O Fascismo se alimenta do racismo, no Brasil e em qualquer parte do mundo, inclusive na Espanha. O VOX, partido espanhol que não apenas defende a ditadura de Franco como se diz uma nova Cavalaria Templária medieval, elegeu apenas três vereadores na Catalunha, numa cidade onde 82% dos eleitores são imigrantes negros. Ou seja: os fascistas aproveitam-se dos mais excluídos para implantar seu discurso de ódio e fazer com que as pessoas votem contra si próprias. Isso ocorreu no Brasil, mas é prática geral da extrema-direita", afirmou a deputada.
Maria Dantas milita em movimentos sociais há mais de vinte anos, desde que radicou-se em Barcelona. Eleita há poucos meses, ela já causou polêmica ao questionar a ministra da Defesa da Espanha e o Rei Felipe VI, por terem permitido uma condecoração ao general Edson Leal Pujol, comandante do Exército brasileiro. "Ele defende o golpe militar de 1964", justificou.
Em setembro a deputada vai liderar no Congresso em Madri uma jornada de estudos e protestos contra o genocídio dos negros no Brasil, antes e depois de Bolsonaro. O evento deverá reunir militantes, partidos e movimentos ligados aos Direitos Humanos de toda a península ibérica.
Na sua fala aos membros da Fibra, Maria disse ainda que "não há luta contra o fascismo que não seja internacionalista e que não seja anti-racista. É preciso estar ao lado das lutas locais, do povo, sempre com essas bandeiras e com a defesa da mulher e outros grupos perseguidos pela direita. Temos tido derrotas, na Espanha pode-se votar livremente num partido, a Falange, que é como foi a SS aqui na Alemanha. Em compensação, havia um partido extremista de direita, a Plataforma, que chegou a ter 68 vereadores e agora reduziu-se a zero. Lutamos contra o Fascismo onde ele se manifestar, e somos totalmente por Lula Livre".
Reunião
O encontro de Berlim estende-se pelo final de semana, e no sábado terá a participação da filósofa Márcia Tiburi e do ex-deputado federal Jean Wyllys, ambos vivendo fora do Brasil devido a graves ameaças que receberam de grupos bolsonaristas do Rio de Janeiro.
O encontro é organizado pela Fibra, organização que reúne cerca de 80 coletivos de brasileiros que vivem fora do Brasil, em todos os continentes. As coordenadoras-gerais são Cristina Francisco, Márcia Nunes e Fernanda Otero, mas o evento conta com o trabalho de uma grande equipe em Berlim e espalhada pelo mundo.
O Instituto Rosa Luxembrugo tem uma seção dedicada a América Latina, que está apoiando o encontro juntamente com a Iniciativa Brasil-Berlim, o Centro de Pesquisa e Documentação Chile-América Latina e o Fórum Resiste Brasil-Berlim.
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Não queremos mais mártires, afirma deputada do Rio de Janeiro
A deputada estadual Renata Souza (Psol), afirmou ontem no II Encontro da Fibra - Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe -, em Berlim, que "o feminicídio político vem aumentando no Brasil, ou seja, o assassinato de mulheres por razão política" como ocorreu com a vereadora Marielle Franco e, anos antes, com a irmã Dorothy Stang, morta em 2005 por ordem de latifundiários do Pará.
Mais de 500 dias depois do crime a polícia ainda não apontou os mandantes do assassinato da vereadora, o que gera uma sensação de impunidade que ameaça outras militantes políticas das esquerdas e dos movimentos sociais em geral. "Nós não queremos virar mártires. Não queremos virar botons e camisetas. Queremos estar vivas para lutar contra o fascismo e o machismo", afirmou a deputada aos mais de 200 participantes do evento, que acontece até domingo no Instituto Rosa Luxemburgo, na capital alemã.
Renata disse que "o governador não tem outra proposta para a segurança pública que não seja matar jovens negros. Ele usa helicópteros como plataforma de tiro e morreram pessoas portando furadeira, guarda-chuva e até uma muleta, confundidas com armas perigosas". Nesta semana o governador lançou ao ar a acusação de que os defensores dos direitos humanos são responsáveis pelas mortes causadas pela polícia. "Isso é uma irresponsabilidade, para criminalizar os militantes que atuam nos movimentos sociais. Nós sempre defendemos as vítimas de violência do Estado, agora intensificada por um ex-juiz que não respeita princípios básicos de Justiça", declarou a parlamentar.
O primeiro painel do encontro da Fibra contou ainda com a artista Bárbara Santos, a deputada brasileira eleita para o Parlamento espanhol, Maria Dantas, e o jornalista Breno Altman.
No painel que abriu os trabalhos do II Encontro da Fibra - Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe -, a brasileira que elegeu-se pela região da Catalunha para o Congresso dos Deputados da Espanha, Maria Dantas, afirmou que para lutar contra o fascismo é preciso lutar igualmente contra o racismo e o machismo.
"O Fascismo se alimenta do racismo, no Brasil e em qualquer parte do mundo, inclusive na Espanha. O VOX, partido espanhol que não apenas defende a ditadura de Franco como se diz uma nova Cavalaria Templária medieval, elegeu apenas três vereadores na Catalunha, numa cidade onde 82% dos eleitores são imigrantes negros. Ou seja: os fascistas aproveitam-se dos mais excluídos para implantar seu discurso de ódio e fazer com que as pessoas votem contra si próprias. Isso ocorreu no Brasil, mas é prática geral da extrema-direita", afirmou a deputada.
Maria Dantas milita em movimentos sociais há mais de vinte anos, desde que radicou-se em Barcelona. Eleita há poucos meses, ela já causou polêmica ao questionar a ministra da Defesa da Espanha e o Rei Felipe VI, por terem permitido uma condecoração ao general Edson Leal Pujol, comandante do Exército brasileiro. "Ele defende o golpe militar de 1964", justificou.
Em setembro a deputada vai liderar no Congresso em Madri uma jornada de estudos e protestos contra o genocídio dos negros no Brasil, antes e depois de Bolsonaro. O evento deverá reunir militantes, partidos e movimentos ligados aos Direitos Humanos de toda a península ibérica.
Na sua fala aos membros da Fibra, Maria disse ainda que "não há luta contra o fascismo que não seja internacionalista e que não seja anti-racista. É preciso estar ao lado das lutas locais, do povo, sempre com essas bandeiras e com a defesa da mulher e outros grupos perseguidos pela direita. Temos tido derrotas, na Espanha pode-se votar livremente num partido, a Falange, que é como foi a SS aqui na Alemanha. Em compensação, havia um partido extremista de direita, a Plataforma, que chegou a ter 68 vereadores e agora reduziu-se a zero. Lutamos contra o Fascismo onde ele se manifestar, e somos totalmente por Lula Livre".
Reunião
O encontro de Berlim estende-se pelo final de semana, e no sábado terá a participação da filósofa Márcia Tiburi e do ex-deputado federal Jean Wyllys, ambos vivendo fora do Brasil devido a graves ameaças que receberam de grupos bolsonaristas do Rio de Janeiro.
O encontro é organizado pela Fibra, organização que reúne cerca de 80 coletivos de brasileiros que vivem fora do Brasil, em todos os continentes. As coordenadoras-gerais são Cristina Francisco, Márcia Nunes e Fernanda Otero, mas o evento conta com o trabalho de uma grande equipe em Berlim e espalhada pelo mundo.
O Instituto Rosa Luxembrugo tem uma seção dedicada a América Latina, que está apoiando o encontro juntamente com a Iniciativa Brasil-Berlim, o Centro de Pesquisa e Documentação Chile-América Latina e o Fórum Resiste Brasil-Berlim.
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Não queremos mais mártires, afirma deputada do Rio de Janeiro
A deputada estadual Renata Souza (Psol), afirmou ontem no II Encontro da Fibra - Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe -, em Berlim, que "o feminicídio político vem aumentando no Brasil, ou seja, o assassinato de mulheres por razão política" como ocorreu com a vereadora Marielle Franco e, anos antes, com a irmã Dorothy Stang, morta em 2005 por ordem de latifundiários do Pará.
Mais de 500 dias depois do crime a polícia ainda não apontou os mandantes do assassinato da vereadora, o que gera uma sensação de impunidade que ameaça outras militantes políticas das esquerdas e dos movimentos sociais em geral. "Nós não queremos virar mártires. Não queremos virar botons e camisetas. Queremos estar vivas para lutar contra o fascismo e o machismo", afirmou a deputada aos mais de 200 participantes do evento, que acontece até domingo no Instituto Rosa Luxemburgo, na capital alemã.
Renata Souza trabalhou durante dez anos ao lado de Marielle Franco na assessoria do então deputado estadual Marcelo Freixo que liderava a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, que hoje ela preside. Na sua função, denunciou o governador do Rio, Wilson Witzel à ONU e a OEA, pela sua constante apologia ao assassinato de suspeitos - na verdade, na imensa maioria jovens negros e pobres moradores de favelas.
Renata disse que "o governador não tem outra proposta para a segurança pública que não seja matar jovens negros. Ele usa helicópteros como plataforma de tiro e morreram pessoas portando furadeira, guarda-chuva e até uma muleta, confundidas com armas perigosas". Nesta semana o governador lançou ao ar a acusação de que os defensores dos direitos humanos são responsáveis pelas mortes causadas pela polícia. "Isso é uma irresponsabilidade, para criminalizar os militantes que atuam nos movimentos sociais. Nós sempre defendemos as vítimas de violência do Estado, agora intensificada por um ex-juiz que não respeita princípios básicos de Justiça", declarou a parlamentar.
O primeiro painel do encontro da Fibra contou ainda com a artista Bárbara Santos, a deputada brasileira eleita para o Parlamento espanhol, Maria Dantas, e o jornalista Breno Altman.
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