sexta-feira, 9 de agosto de 2019

General Mourão bate continência para os EUA

Por Altamiro Borges

O general Hamilton Mourão, o vice-presidente que andava meio sumido – talvez com medo dos hidrófobos tuítes do pitbull Carlos Bolsonaro, ou Carluxo para os íntimos –, voltou à cena nessa semana da forma mais canhestra possível. Em um almoço para empresários na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, na terça-feira (6), o falastrão debochou do estado de saúde de Angela Merkel, a chanceler alemã que tem criticado a política ambiental do governo federal, e tratou o fascista Donald Trump de “nosso presidente”. Com o seu complexo de vira-lata, o milico só faltou também bater continência para a bandeira dos Estados Unidos – a exemplo do "capetão" Jair Bolsonaro.

Até a Folha de S.Paulo, que no passado foi muito ligada ao generalato mais linha dura, questionou as bravatas do vice-presidente. “O general Hamilton Mourão (PRTB) relacionou recentes episódios de tremores em público da chanceler alemã a um suposto medo que ela tem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – a quem ele se referiu como ‘nosso presidente’”. O jornal registra que o milico usou em sua apresentação em power point uma foto de Angela Merkel que não tem nada a ver com seus atuais problemas de saúde – uma típica fake news. “Com a foto projetada em um telão, o vice-presidente disse: ‘Esse é o retrato do concerto das nações, o retrato dos mais desenvolvidos. O nosso presidente, Donald Trump, dando uma encarada na Merkel’”.

No mesmo dia, em outro evento já na capital gaúcha, o general-capacho fez questão de novamente prestar contas ao império. Ele afirmou que o governo vai adotar uma lista de venezuelanos que serão barrados de ingressar no Brasil em decorrência de vínculo com Nicolás Maduro, o presidente democraticamente eleito da nação vizinha. “Nós estamos cumprindo, a partir de agora, o que estava acordado na reunião do Grupo de Lima de janeiro. Que todos os países têm de ter uma lista daqueles elementos do regime que estão enquadrados em crimes contra a humanidade e também na corrupção e roubo dos recursos do povo venezuelano”.

Diante de tamanho servilismo frente aos EUA é até possível que o Carluxo dispare alguns tuítes elogiando o vice obediente do papai!

4 comentários:

  1. Meu caro jornalista, '''não se BATE continência''''', ''''se PRESTA continência'''''' .

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  2. E depois de tudo, absolutamente tudo, que foi descrito na postagem, a observação que alguém resolveu fazer foi sobre a porcaria do verbo da continência...
    As declarações indicadas, vindas de um general, são sintomáticas. Essa onagrocracia (termo que Benedetto Croce usou em relação a Mussolini), que assola Pindorama, matou a Política Externa Independente para inaugurar a "política externa genuflexa". Generais não brotam do nada, são construídos, fabricados. Esses são os generais que queremos?

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  3. Maria de Lourdes Cardoso10 de agosto de 2019 às 12:30

    Com o retrocesso à Idade Média, nada como nos adaptar a linguagem dos tempos idos, assim como "bater continência", à moda prussiana, com gestos das pontas dos dedos junto à cabeça. Não podemos esquecer que apesar de ser uma saudação que passa tranquilidade, pois a mão direita está desarmada, o militar bate com o calcanhar da botina contra o outro, pois o bater, não deixa dúvidas que que a continência está sendo enviada (a senha foi passada sem ser batida?) Que se viva a Idade Média, que se volte às cavernas pelo tempo necessário, até se possa sair dela e resistir a luz da sabedoria e do respeito.

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