terça-feira, 3 de setembro de 2019

Bolsonaro prepara novo golpe trabalhista

Por Altamiro Borges

Na surdina, sem consultar as centrais sindicais, Jair Bolsonaro acaba de criar um grupo especial para elaborar uma nova “reforma trabalhista” – seria a terceira desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. O “capetão” não esconde de ninguém que morre de amores pela cloaca empresarial, que o ajudou a ganhar as eleições e ainda é a principal base de apoio do seu laranjal, conforme atestou a última pesquisa Datafolha. Ele também já disse várias vezes que há muitos direitos trabalhistas no Brasil e que é melhor não ter direitos do que perder o emprego. O trabalhador que votou nele optou pela guilhotina e nem pode chiar muito!

Segundo o noticiário, o grupo de carrascos foi montado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, ligada ao Ministério da Economia chefiado pelo abutre Paulo Guedes. Ele é composto por ministros, juízes e desembargadores e tomou posse, “discretamente”, na última sexta-feira (30), em São Paulo. O seu objetivo explícito é radicalizar ainda mais as regressões na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que já havia sido estuprada pela quadrilha de Michel Temer no final de 2017. Na ocasião, os golpistas e sua mídia garantiram que a “reforma trabalhista” geraria milhões de empregos. A promessa só enganou mesmo os babacas!

Já em agosto último, por iniciativa dos milicianos de Jair Bolsonaro, o Congresso Nacional aprovou a medida provisória cinicamente batizada de MP da Liberdade Econômica – uma minirreforma que retirou mais alguns direitos dos assalariados e alegrou a cloaca burguesa. Mas o patronato quer mais e seu “laranja” em Brasília, Jair Bolsonaro, atendeu com a criação, agora, do Grupo de Altos Estudos do Trabalho (Gaet).

Segundo ofício do jagunço Rogério Marinho, um conhecido inimigo dos trabalhadores – que foi enxotado nas urnas no Rio Grande do Norte, mas ganhou um carguinho do “capetão” – o grupo tratará da “modernização das relações trabalhistas” e “avaliará o mercado de trabalho sob a ótica da melhoria da competitividade da economia, da desburocratização e da simplificação de normativos e processos [regras e leis]”. A intenção do carrasco é concluir o trabalho sujo iniciado por ele no covil de Michel Temer. Ou seja: um novo golpe está em curso. O sindicalismo precisará investir muito em comunicação para alertar as bases e garantir a resistência.

Em tempo: Não é apenas a CLT que corre risco de uma nova regressão. É o próprio sindicalismo que está na mira dos milicianos no governo. Segundo matéria da Folha, o tal Gaet discutirá “o fim da unicidade sindical. Hoje, a lei permite apenas uma entidade por base territorial – por município, uma região, estado ou país. A meta é promover a pluralidade sindical no Brasil. A reforma de Temer já alterou regras para as entidades e acabou com o imposto sindical obrigatório”.

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