Por Mino Carta, na revista CartaCapital:
Tivesse Bolsonaro realizado a encenação humorística do seu discurso de terça 24 de setembro em algum teatro off Broadway de um bairro periférico de Nova York, teria conseguido notável êxito de público e crítica. Infelizmente, para todos nós, conscientes ou não, o ex-capitão falou da tribuna das Nações Unidas e ofereceu ao mundo a sua capacidade de representar tanto a patetice quanto a parvoíce que caracterizam o Brasil pós-golpe de 2016.
O Le Monde escreveu que se tratou do discurso de um ditador e não me permito negar que Bolsonaro revela uma vocação ditatorial. Vai além, entretanto, ele se atribui a tarefa messiânica de doutrinar a população global em peso. Está claro que sua defesa da soberania nacional, formulada em tom imperioso, apela para velhos, insopitáveis recalques do país do futebol, embora a lição seja de mais largo alcance, trata-se de recolocar nos trilhos não somente o Brasil, mas também o próprio mundo, envenenado pela ideologia.
Assunto já caduco desde a queda do Muro de Berlim, e que o bolsonarismo renova com o transparente propósito de elucidá-lo mais profundamente ao propor a sua ideologia. Assim como a corrupção nasce do socialismo, o tormento ambiental que hoje move fluviais manifestações da juventude de inúmeros países foi inculcado pela tal da ideologia daninha, de resto igual ao que se deu em relação a todos os males a afligir o planeta, os mesmos que a ditadura nativa e seus torturadores e censores tão bravamente combateram. No mais sobram as falácias que a humanidade engole, tais como a ideia de que a Amazônia é o pulmão da Terra. De verdade, ela é território brasileiro e nós ali agimos como bem entendemos, até fazer dela o Saara americano.
Bolsonaro diz quanto realmente logra pensar, e creio não caber dúvida de que considera ter argumentos irrefutáveis para convencer a plateia nativa e semear dúvidas naquela internacional. Quem convoca o general Heleno e o chanceler Araújo entre seus conselheiros guarda na algibeira os endereços do Bem e do Mal. Ocorre-me a possibilidade de que tenha plantado a árvore do Paraíso Terrestre, rincão infinito do esboço divino do Brasil atual, “seguro e hospitaleiro”, onde balas muito bem intencionadas abatem meninas faveladas.
O cidadão ancorado ainda à Razão, a despeito da mídia, tibiamente crítica desta vez, mas sempre determinada a manter a mão longe da ferida, encara o bestialógico bolsonarista tomado de espanto, quando não de terror, diante de uma situação gravíssima, criada por um bando de dementes levados ao poder pelo próprio Brasil. A demência no caso é resultado de delírios alucinados que encontram ecos na chamada classe média brasileira jamais bafejada pelos valores da civilização em um país dos mais desiguais e ignorantes do mundo e agora, graças a Bolsonaro, encaminhado inexoravelmente para o suicídio, máxima negação de si mesmo.
Tivesse Bolsonaro realizado a encenação humorística do seu discurso de terça 24 de setembro em algum teatro off Broadway de um bairro periférico de Nova York, teria conseguido notável êxito de público e crítica. Infelizmente, para todos nós, conscientes ou não, o ex-capitão falou da tribuna das Nações Unidas e ofereceu ao mundo a sua capacidade de representar tanto a patetice quanto a parvoíce que caracterizam o Brasil pós-golpe de 2016.
O Le Monde escreveu que se tratou do discurso de um ditador e não me permito negar que Bolsonaro revela uma vocação ditatorial. Vai além, entretanto, ele se atribui a tarefa messiânica de doutrinar a população global em peso. Está claro que sua defesa da soberania nacional, formulada em tom imperioso, apela para velhos, insopitáveis recalques do país do futebol, embora a lição seja de mais largo alcance, trata-se de recolocar nos trilhos não somente o Brasil, mas também o próprio mundo, envenenado pela ideologia.
Assunto já caduco desde a queda do Muro de Berlim, e que o bolsonarismo renova com o transparente propósito de elucidá-lo mais profundamente ao propor a sua ideologia. Assim como a corrupção nasce do socialismo, o tormento ambiental que hoje move fluviais manifestações da juventude de inúmeros países foi inculcado pela tal da ideologia daninha, de resto igual ao que se deu em relação a todos os males a afligir o planeta, os mesmos que a ditadura nativa e seus torturadores e censores tão bravamente combateram. No mais sobram as falácias que a humanidade engole, tais como a ideia de que a Amazônia é o pulmão da Terra. De verdade, ela é território brasileiro e nós ali agimos como bem entendemos, até fazer dela o Saara americano.
Bolsonaro diz quanto realmente logra pensar, e creio não caber dúvida de que considera ter argumentos irrefutáveis para convencer a plateia nativa e semear dúvidas naquela internacional. Quem convoca o general Heleno e o chanceler Araújo entre seus conselheiros guarda na algibeira os endereços do Bem e do Mal. Ocorre-me a possibilidade de que tenha plantado a árvore do Paraíso Terrestre, rincão infinito do esboço divino do Brasil atual, “seguro e hospitaleiro”, onde balas muito bem intencionadas abatem meninas faveladas.
O cidadão ancorado ainda à Razão, a despeito da mídia, tibiamente crítica desta vez, mas sempre determinada a manter a mão longe da ferida, encara o bestialógico bolsonarista tomado de espanto, quando não de terror, diante de uma situação gravíssima, criada por um bando de dementes levados ao poder pelo próprio Brasil. A demência no caso é resultado de delírios alucinados que encontram ecos na chamada classe média brasileira jamais bafejada pelos valores da civilização em um país dos mais desiguais e ignorantes do mundo e agora, graças a Bolsonaro, encaminhado inexoravelmente para o suicídio, máxima negação de si mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: