Por Bepe Damasco, em seu blog:
Não tem tanta relevância como parece à primeira vista a polêmica sobre a presença ou não de Bolsonaro no Condomínio Vivendas da Barra quando um dos assassinos de Marielle pediu permissão ao porteiro para acessar a casa 58, de propriedade do presidente.
O fato é que alguém da casa de Bolsonaro autorizou. Claro que se o responsável por permitir a entrada do meliante fosse o próprio presidente, a situação seria ainda mais grave. Mas pouco importa se a autorização para a entrada do bandido tenha partido de um parente do dono da casa ou de um empregado. O sinal verde, por óbvio, só aconteceu devido à intimidade da família com o miliciano.
Embora o contato entre o porteiro e o então deputado federal possa ter sido feito por telefone celular, vamos admitir que naquela tarde do dia 14 de março, horas antes do assassinato de Marielle e Anderson, Bolsonaro estivesse mesmo em Brasília, conforme os registros de presença na Câmara indicam, e não seja dele a voz do "Seu Jair." Não me atrevo a cravar que Bolsonaro estava em Brasília porque em se tratando dele tudo é possível. O caso da facada, coberto por um nuvem de suspeição cada vez mais espessa, recomenda cautela em tudo que o envolve.
Ainda assim, não deixa de ser gravíssima a suspeita de que a residência do presidente da República serviu como uma espécie de ponto de apoio para a ação criminosa levada a cabo naquela noite. Poucos estão prestando atenção em um trecho do depoimento do porteiro à Polícia, no qual ele relata um segundo contato por interfone com a casa 58.
O porteiro diz que interfonou mais uma vez para a casa 58 ao perceber pelo circuito interno de imagem que o carro do visitante Élcio Queiroz estava se dirigindo para outra casa, a de número 66, alugada por Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que tiraram a vida de Marielle e Anderson. E a resposta foi sugestiva : a mesma voz que permitira a entrada informou que tinha conhecimento disso.
Hoje, dando uma de detetive para tentar livrar a cara do seu pai, Carlos Bolsonaro, com a “credibilidade” que lhe é peculiar, postou uma lista com os contatos feitos entre a portaria e as casas dos condomínio no dia 14 de março. Isso sem a menor comprovação da autenticidade desse relatório. Contudo, como a inteligência decididamente não é forte da família, ele acabou divulgando uma imagem em que aparece um contato entre portaria e a casa 58.
Bolsonaro já colocou Moro no encalço do porteiro. Na certa, moverão mundos e fundos para desmoralizar seu depoimento, quem sabe até denunciá-lo criminalmente por falso testemunho. Pau mandado de Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, já entrou em cena para blindá-lo.
Mas algo me diz que a verdade vai prevalecer.
Não tem tanta relevância como parece à primeira vista a polêmica sobre a presença ou não de Bolsonaro no Condomínio Vivendas da Barra quando um dos assassinos de Marielle pediu permissão ao porteiro para acessar a casa 58, de propriedade do presidente.
O fato é que alguém da casa de Bolsonaro autorizou. Claro que se o responsável por permitir a entrada do meliante fosse o próprio presidente, a situação seria ainda mais grave. Mas pouco importa se a autorização para a entrada do bandido tenha partido de um parente do dono da casa ou de um empregado. O sinal verde, por óbvio, só aconteceu devido à intimidade da família com o miliciano.
Embora o contato entre o porteiro e o então deputado federal possa ter sido feito por telefone celular, vamos admitir que naquela tarde do dia 14 de março, horas antes do assassinato de Marielle e Anderson, Bolsonaro estivesse mesmo em Brasília, conforme os registros de presença na Câmara indicam, e não seja dele a voz do "Seu Jair." Não me atrevo a cravar que Bolsonaro estava em Brasília porque em se tratando dele tudo é possível. O caso da facada, coberto por um nuvem de suspeição cada vez mais espessa, recomenda cautela em tudo que o envolve.
Ainda assim, não deixa de ser gravíssima a suspeita de que a residência do presidente da República serviu como uma espécie de ponto de apoio para a ação criminosa levada a cabo naquela noite. Poucos estão prestando atenção em um trecho do depoimento do porteiro à Polícia, no qual ele relata um segundo contato por interfone com a casa 58.
O porteiro diz que interfonou mais uma vez para a casa 58 ao perceber pelo circuito interno de imagem que o carro do visitante Élcio Queiroz estava se dirigindo para outra casa, a de número 66, alugada por Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que tiraram a vida de Marielle e Anderson. E a resposta foi sugestiva : a mesma voz que permitira a entrada informou que tinha conhecimento disso.
Hoje, dando uma de detetive para tentar livrar a cara do seu pai, Carlos Bolsonaro, com a “credibilidade” que lhe é peculiar, postou uma lista com os contatos feitos entre a portaria e as casas dos condomínio no dia 14 de março. Isso sem a menor comprovação da autenticidade desse relatório. Contudo, como a inteligência decididamente não é forte da família, ele acabou divulgando uma imagem em que aparece um contato entre portaria e a casa 58.
Bolsonaro já colocou Moro no encalço do porteiro. Na certa, moverão mundos e fundos para desmoralizar seu depoimento, quem sabe até denunciá-lo criminalmente por falso testemunho. Pau mandado de Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, já entrou em cena para blindá-lo.
Mas algo me diz que a verdade vai prevalecer.
Algo me diz que não, como sempre.
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