Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:
A defesa de Paulo Guedes do AI-5, ecoando Eduardo Bolsonaro, além de mentirosa, revela o caráter autoritário do ministro da Economia e sua nostalgia pinochetista.
Primeiro, a mentira.
Em Washington, numa entrevista, declarou o seguinte sobre Lula:
“Chamar o povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para a rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI5, aí todo mundo assusta, fala o que que é?”
Eduardo Bolsonaro evocou o infame ato institucional no canal de Leda Nagle no Youtube no final de outubro.
Lula saiu da cadeia em 8 de novembro.
Ainda que o ex-presidente tivesse convocado um protesto: e daí? Qual é o problema?
Manifestação boa é só da extrema direita, com aqueles beócios jogando tomate podre em cartazes de ministros do STF?
Ou para fazer passeata precisa de autorização de Guedes e seu bando?
Num perfil do sujeito publicado na Piauí, assinado por Malu Gaspar, ele comentou sobre sua vilegiatura no governo Pinochet.
Guedes lecionou no começo dos anos 80 na Universidade do Chile por um salário de 10 mil dólares, mais passagens pagas para o Brasil uma vez por ano.
A ditadura comia solta e a universidade vivia sob intervenção militar. Os “Chicago Boys”, liberais que formularam a política econômica do regime, tinham bons cargos.
O convite a Guedes partiu de um deles, Jorge Selume, então diretor da Faculdade de Economia e Negócios e diretor de Orçamento de Pinochet.
Relata Malu:
Quando o questionei pela primeira vez a respeito disso, Guedes rechaçou a associação com a ditadura chilena. “O [economista Edmar] Bacha dava aulas aqui na PUC durante a ditadura e ninguém fala nada.”
Comentei que havia uma diferença importante: a Universidade do Chile era dirigida por um general, e a PUC, não. Ele ficou sem jeito. Mas afirmou: “Eu sabia zero do regime político. Eu sabia que tinha uma ditadura, mas para mim isso era irrelevante do ponto de vista intelectual.”
Vou repetir: a ditadura para ele era “irrelevante do ponto de vista intelectual.”
Se estavam torturando, executando e matando, tanto faz. Talquei?
Cidadão jura que “sabia zero do regime”. Ou era um completo idiota ou está mentindo. Pode ser ambos.
Paulo Guedes não tem mais essa desculpa.
Sabe muito bem onde está metido e quer repetir aqui aquela fórmula de vale tudo moral.
Se for bom para ele e o mercado, a porrada está valendo. Mudou apenas o padrinho.
Primeiro, a mentira.
Em Washington, numa entrevista, declarou o seguinte sobre Lula:
“Chamar o povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para a rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI5, aí todo mundo assusta, fala o que que é?”
Eduardo Bolsonaro evocou o infame ato institucional no canal de Leda Nagle no Youtube no final de outubro.
Lula saiu da cadeia em 8 de novembro.
Ainda que o ex-presidente tivesse convocado um protesto: e daí? Qual é o problema?
Manifestação boa é só da extrema direita, com aqueles beócios jogando tomate podre em cartazes de ministros do STF?
Ou para fazer passeata precisa de autorização de Guedes e seu bando?
Num perfil do sujeito publicado na Piauí, assinado por Malu Gaspar, ele comentou sobre sua vilegiatura no governo Pinochet.
Guedes lecionou no começo dos anos 80 na Universidade do Chile por um salário de 10 mil dólares, mais passagens pagas para o Brasil uma vez por ano.
A ditadura comia solta e a universidade vivia sob intervenção militar. Os “Chicago Boys”, liberais que formularam a política econômica do regime, tinham bons cargos.
O convite a Guedes partiu de um deles, Jorge Selume, então diretor da Faculdade de Economia e Negócios e diretor de Orçamento de Pinochet.
Relata Malu:
Quando o questionei pela primeira vez a respeito disso, Guedes rechaçou a associação com a ditadura chilena. “O [economista Edmar] Bacha dava aulas aqui na PUC durante a ditadura e ninguém fala nada.”
Comentei que havia uma diferença importante: a Universidade do Chile era dirigida por um general, e a PUC, não. Ele ficou sem jeito. Mas afirmou: “Eu sabia zero do regime político. Eu sabia que tinha uma ditadura, mas para mim isso era irrelevante do ponto de vista intelectual.”
Vou repetir: a ditadura para ele era “irrelevante do ponto de vista intelectual.”
Se estavam torturando, executando e matando, tanto faz. Talquei?
Cidadão jura que “sabia zero do regime”. Ou era um completo idiota ou está mentindo. Pode ser ambos.
Paulo Guedes não tem mais essa desculpa.
Sabe muito bem onde está metido e quer repetir aqui aquela fórmula de vale tudo moral.
Se for bom para ele e o mercado, a porrada está valendo. Mudou apenas o padrinho.
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