Do blog Viomundo:
A família mais rica do Brasil aumentou em alguns graus a fervura do presidente da República, ao denunciar em editorial nesta sexta-feira, 27, que ele governa em causa própria, sugerindo que Jair Bolsonaro cometeu estelionato eleitoral em 2018.
Fique registrado que, com este mesmo mote, a Globo e seus parceiros midiáticos promoveram a campanha de impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016.
O estelionato de Dilma teria sido no campo econômico e foi verbalizado pelo senador tucano Aécio Neves logo depois do anúncio do resultado das eleições de 2014.
O episódio mais recente a estimular o ataque do Jardim Botânico a Bolsonaro é o fato de o presidente não ter vetado a instituição do juiz de garantias.
Partidários da Lava Jato dizem que a criação do juiz de garantias é uma forma de atrasar o andamento de processos de combate à corrupção.
Moro é candidato da Globo a ser homem forte do governo eleito em 2022.
Quando a Lava Jato esbarrou na emissora, ao longo de sua existência, as ações foram engavetadas.
Os casos mais óbvios foram anotações relativas à herdeira de Roberto Marinho em papéis apreendidos na sede da lavanderia de dinheiro Mossack & Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo, e a delação do ex-ministro Antonio Palocci, que prometeu falar sobre ajuda federal para evitar a falência de um grande grupo de comunicação mas teve este anexo “esquecido” (ou as investigações não andaram, ou não foram vazadas, diferentemente do que aconteceu quando foi politicamente conveniente).
A Lava Jato atua com claros objetivos políticos.
Ajudou a quebrar importantes empresas de setores-chave da economia brasileira, colocou na cadeia o ex-presidente Lula, inviabilizou a vitória eleitoral do PT em 2018, corrompeu jornalistas partidários, promoveu delações premiadas seletivamente, poupou aliados e engavetou a delação de Eduardo Cunha, que poderia ter jogado luz nos esquemas que levaram ao golpe de 2016.
Em mensagem revelada pela Vaza Jato, Moro se disse contra a delação premiada de Eduardo Cunha por motivo que não esclareceu.
Ele também sugeriu que seria inconveniente para a operação investigar um aliado importante como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Guindado por conta da Lava Jato ao cargo de ministro da Justiça, Moro articula com a Globo a chegada ao Planalto direta ou indiretamente.
Em recente evento da Organização dos Estados Americanos, o ex-juiz federal de Curitiba apresentou proposta de repressão preventiva a movimentos populares que possam “ameaçar a democracia”.
A proposta está em linha com a política externa do Departamento de Estado para a região: manter no poder a qualquer custo governos aliados a Washington que adotem políticas neoliberais que facilitem a reconquista política, econômica e diplomática da região pelos Estados Unidos.
Esta reconquista é essencial para garantir a Washington novos mercados, recursos naturais a preços desprezíveis, mão de obra barata e o afogamento no berço de qualquer movimento regional autonomista e soberano.
Bolívia, Chile e Equador viram recentemente a atuação concertada da OEA com os Estados Unidos em defesa do modelo que favorece os interesses de Washington, no qual Moro se encaixa como luva.
O ex-juiz trabalha por um punitivismo judicial de direita, que limite a atuação institucional de partidos e movimentos sociais de esquerda: uma democracia constrangida do século 21.
O bote pós-Natal da família Marinho no clã Bolsonaro advém da constatação de que o presidente da República tem poucas chances de reeleição.
A elite brasileira, da qual a Globo é porta-voz, abraçou Paulo Guedes e a política econômica de Jair Bolsonaro.
Recentemente, o ministro da Economia recebeu rasgados elogios do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um incansável articulador de bastidores.
Sem votos, os tucanos estão sempre disponíveis para golpes que os aproximem do poder pela via indireta.
Pesquisa recente do Datafolha mostra que 50% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo no combate à corrupção, que foi justamente o que catapultou Jair Bolsonaro ao Planalto.
Os casos do laranjal do PSL, ex-partido do presidente da República, e do filho senador Flávio Bolsonaro, investigado por lavagem de dinheiro, desgastaram o clã.
O presidente da República mentiu em seu pronunciamento de Natal, ao dizer que seu governo não tinha sido alvo de denúncias de corrupção.
O ministro do Turismo, Álvaro Antonio, foi mantido no poder apesar de indiciado pela PF por envolvimento no esquema do laranjal de Minas Gerais.
As suspeitas de que Jair Bolsonaro tenha se beneficiado e beneficiado milicianos da zona Oeste do Rio de Janeiro, um deles envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol, podem ter acelerado a constatação da Globo e da elite de que é preciso descartá-lo do poder.
O editorial desta sexta-feira dá várias caneladas no ocupante do Planalto:
"O presidente Jair Bolsonaro governa dando atenção prioritária aos seus próprios interesses. Da família, de currais eleitorais e de corporações que o apoiam. Não mede os riscos de decisões que toma em favor do seu entorno. Chega a retirar radares de rodovias federais para agradar a caminhoneiros. Mesmo que cresça o número de acidentes graves. E vai na mesma direção ao permitir, por meio de portaria, a venda de bebidas alcoólicas em postos de descanso de caminhoneiros localizados em perímetro urbano."
O Globo também sugere que Bolsonaro aceitou o juiz de garantias como forma de atrasar o inquérito sobre lavagem de dinheiro que pode resultar na cassação do senador Flávio Bolsonaro:
"Outra sugestiva coincidência é que a sanção por Bolsonaro do juiz de garantias pode ajudar seu filho Flávio, enredado em evidências de lavagem de dinheiro, por provocar um provável atraso no andamento do inquérito. É possível que aumente a percepção, detectada por pesquisa Datafolha, de que o presidente não combate a corrupção como prometera na campanha."
A decisão de Bolsonaro, que contrariou Moro, levou ex-seguidores do presidente a acusá-lo de traição nas redes sociais.
Um racha do racha do racha no bolsonarismo.
A última frase que reproduzimos do editorial de O Globo sugere que pode ser apenas uma questão de tempo a separar a “percepção” da “ação” para afastar Bolsonaro, com manifestações de rua devidamente propagadas pela mídia.
A família Marinho, é importante frisar, tem acesso privilegiado a informações sobre o andamento dos processos de investigação contra o clã Bolsonaro no Rio de Janeiro, desde os rolos de Fabrício Queiroz aos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
A família mais rica do Brasil aumentou em alguns graus a fervura do presidente da República, ao denunciar em editorial nesta sexta-feira, 27, que ele governa em causa própria, sugerindo que Jair Bolsonaro cometeu estelionato eleitoral em 2018.
Fique registrado que, com este mesmo mote, a Globo e seus parceiros midiáticos promoveram a campanha de impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016.
O estelionato de Dilma teria sido no campo econômico e foi verbalizado pelo senador tucano Aécio Neves logo depois do anúncio do resultado das eleições de 2014.
O episódio mais recente a estimular o ataque do Jardim Botânico a Bolsonaro é o fato de o presidente não ter vetado a instituição do juiz de garantias.
Partidários da Lava Jato dizem que a criação do juiz de garantias é uma forma de atrasar o andamento de processos de combate à corrupção.
Moro é candidato da Globo a ser homem forte do governo eleito em 2022.
Quando a Lava Jato esbarrou na emissora, ao longo de sua existência, as ações foram engavetadas.
Os casos mais óbvios foram anotações relativas à herdeira de Roberto Marinho em papéis apreendidos na sede da lavanderia de dinheiro Mossack & Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo, e a delação do ex-ministro Antonio Palocci, que prometeu falar sobre ajuda federal para evitar a falência de um grande grupo de comunicação mas teve este anexo “esquecido” (ou as investigações não andaram, ou não foram vazadas, diferentemente do que aconteceu quando foi politicamente conveniente).
A Lava Jato atua com claros objetivos políticos.
Ajudou a quebrar importantes empresas de setores-chave da economia brasileira, colocou na cadeia o ex-presidente Lula, inviabilizou a vitória eleitoral do PT em 2018, corrompeu jornalistas partidários, promoveu delações premiadas seletivamente, poupou aliados e engavetou a delação de Eduardo Cunha, que poderia ter jogado luz nos esquemas que levaram ao golpe de 2016.
Em mensagem revelada pela Vaza Jato, Moro se disse contra a delação premiada de Eduardo Cunha por motivo que não esclareceu.
Ele também sugeriu que seria inconveniente para a operação investigar um aliado importante como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Guindado por conta da Lava Jato ao cargo de ministro da Justiça, Moro articula com a Globo a chegada ao Planalto direta ou indiretamente.
Em recente evento da Organização dos Estados Americanos, o ex-juiz federal de Curitiba apresentou proposta de repressão preventiva a movimentos populares que possam “ameaçar a democracia”.
A proposta está em linha com a política externa do Departamento de Estado para a região: manter no poder a qualquer custo governos aliados a Washington que adotem políticas neoliberais que facilitem a reconquista política, econômica e diplomática da região pelos Estados Unidos.
Esta reconquista é essencial para garantir a Washington novos mercados, recursos naturais a preços desprezíveis, mão de obra barata e o afogamento no berço de qualquer movimento regional autonomista e soberano.
Bolívia, Chile e Equador viram recentemente a atuação concertada da OEA com os Estados Unidos em defesa do modelo que favorece os interesses de Washington, no qual Moro se encaixa como luva.
O ex-juiz trabalha por um punitivismo judicial de direita, que limite a atuação institucional de partidos e movimentos sociais de esquerda: uma democracia constrangida do século 21.
O bote pós-Natal da família Marinho no clã Bolsonaro advém da constatação de que o presidente da República tem poucas chances de reeleição.
A elite brasileira, da qual a Globo é porta-voz, abraçou Paulo Guedes e a política econômica de Jair Bolsonaro.
Recentemente, o ministro da Economia recebeu rasgados elogios do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um incansável articulador de bastidores.
Sem votos, os tucanos estão sempre disponíveis para golpes que os aproximem do poder pela via indireta.
Pesquisa recente do Datafolha mostra que 50% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo no combate à corrupção, que foi justamente o que catapultou Jair Bolsonaro ao Planalto.
Os casos do laranjal do PSL, ex-partido do presidente da República, e do filho senador Flávio Bolsonaro, investigado por lavagem de dinheiro, desgastaram o clã.
O presidente da República mentiu em seu pronunciamento de Natal, ao dizer que seu governo não tinha sido alvo de denúncias de corrupção.
O ministro do Turismo, Álvaro Antonio, foi mantido no poder apesar de indiciado pela PF por envolvimento no esquema do laranjal de Minas Gerais.
As suspeitas de que Jair Bolsonaro tenha se beneficiado e beneficiado milicianos da zona Oeste do Rio de Janeiro, um deles envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol, podem ter acelerado a constatação da Globo e da elite de que é preciso descartá-lo do poder.
O editorial desta sexta-feira dá várias caneladas no ocupante do Planalto:
"O presidente Jair Bolsonaro governa dando atenção prioritária aos seus próprios interesses. Da família, de currais eleitorais e de corporações que o apoiam. Não mede os riscos de decisões que toma em favor do seu entorno. Chega a retirar radares de rodovias federais para agradar a caminhoneiros. Mesmo que cresça o número de acidentes graves. E vai na mesma direção ao permitir, por meio de portaria, a venda de bebidas alcoólicas em postos de descanso de caminhoneiros localizados em perímetro urbano."
O Globo também sugere que Bolsonaro aceitou o juiz de garantias como forma de atrasar o inquérito sobre lavagem de dinheiro que pode resultar na cassação do senador Flávio Bolsonaro:
"Outra sugestiva coincidência é que a sanção por Bolsonaro do juiz de garantias pode ajudar seu filho Flávio, enredado em evidências de lavagem de dinheiro, por provocar um provável atraso no andamento do inquérito. É possível que aumente a percepção, detectada por pesquisa Datafolha, de que o presidente não combate a corrupção como prometera na campanha."
A decisão de Bolsonaro, que contrariou Moro, levou ex-seguidores do presidente a acusá-lo de traição nas redes sociais.
Um racha do racha do racha no bolsonarismo.
A última frase que reproduzimos do editorial de O Globo sugere que pode ser apenas uma questão de tempo a separar a “percepção” da “ação” para afastar Bolsonaro, com manifestações de rua devidamente propagadas pela mídia.
A família Marinho, é importante frisar, tem acesso privilegiado a informações sobre o andamento dos processos de investigação contra o clã Bolsonaro no Rio de Janeiro, desde os rolos de Fabrício Queiroz aos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
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