A guerra no laranjal da extrema-direita tupiniquim está cada dia mais divertida. Na quinta-feira (12), a direção do PSL – o partido de aluguel que garantiu legenda ao “capetão” – expulsou uma das bolsonaristas mais estridentes e patéticas, a deputada federal Bia Kicis, do Distrito Federal. Em documento obtido pela Folha, Luciano Bivar, presidente da sigla, acusou a parlamentar de cometer “grave infração ética” e de infringir a disciplina partidária, fazendo o jogo da “Aliança Pelo Brasil”, a nova legenda fascistoide criada pelo clã Bolsonaro.
“É notório que a deputada em questão vem realizando campanha em favor do partido em formação denominado Aliança, e para tanto desacreditando a agremiação à qual pertence atualmente”, afirma o texto. Em outro trecho, ele aponta que a postura de Bia Kicis, “pública e reiterada, implica em ofensa inadmissível à imagem do partido, bem como evidencia ação contrária ao programa partidário”. Ao final, o documento conclui: “A gravidade da conduta e os prejuízos que vêm sendo suportados pela agremiação, justificam a gravidade da pena imposta”.
Na semana passada, o PSL já havia defecado o filhote 03 do “capetão”, Eduardo Bolsonaro, da liderança da sigla na Câmara Federal – repassando a função à “rebelde” Joice Hasselmann. Antes disso, 18 deputados bolsonaristas também foram punidos pela direção da legenda – medida que foi suspensa pela Justiça de Brasília. No caso de Bia Kicis, seus advogados ainda estudam se recorrerão contra a expulsão. Há boatos de que muita sujeira pode vir à tona nessa refrega. No início de outubro, circulou a denúncia de que a deputada foi eleita com base em caixa dois.
Denúncias de caixa dois
Segundo matéria da Folha na ocasião, “em meio à guerra dentro do PSL, um ex-apoiador da deputada Bia Kicis, o ativista Fernando Souza protocolou no MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) acusação contra a parlamentar por suposta prática de caixa dois durante o período eleitoral. A deputada nega a acusação e diz que todas as despesas de campanha foram declaradas e aprovadas. Bia é uma das principais parlamentares da tropa de choque de Bolsonaro na crise deflagrada entre o presidente e o grupo do dirigente Luciano Bivar”.
Na representação, Fernando Souza relatou que Bia Kicis usou como diretório da campanha um apartamento no hotel San Paul, no Distrito Federal, que seria do blogueiro Octavio Fakhoury, e que não declarou o uso do espaço à Justiça Eleitoral. “No período da campanha eleitoral do ano de 2018 presenciei por várias vezes a ida de alguns amigos para auxiliar a campanha de Bia Kicis, no hotel San Paul quarto 1015 de propriedade do senhor Otávio Oscar Fakhoury, e observando a documentação que chegou em minha residência, observo que tal endereço era utilizado como diretório político, mas não se encontra declarado na prestação de contas”, acusou.
O ex-apoiador da bolsonarista também questionou os valores gastos com combustível na campanha. “Souza diz que sua acusação não tem relação com a briga entre alas ligadas a Jair Bolsonaro e a Luciano Bivar, presidente do PSL, dentro do partido. ‘Não tem relação com a briga do PSL. Eu não tenho contato com o PSL’”, relata a Folha. Será? Hoje está patente que o partido que serviu de legenda de aluguel ao oportunista Jair Bolsonaro é um baita laranjal. Até aliados do governo, como Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, já tiram uma casquinha. “Essa briga do PSL é uma briga de poder, pelo tempo de TV e pelo fundo partidário”, afirmou ao site do jornal O Globo.
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