Nem presidente de Partido, nem político profissional, nem o Papa, sabem em quem votarão daqui a três anos. Toda pesquisa a tanta distância do pleito, só serve para os candidatos pedirem doações (caixa-2) e pra mídia ter assunto.
Lembro-me (e recordo a todos) que no primeiro mês do primeiro mandato de Lula, o Datafolha fez "pesquisa" que dava 40% dos votos a José Serra, quatro anos antes da sucessão! Aquele índice embasou toda a cobertura da mídia, os planejamentos dos atores políticos e econômicos, etc. Deu no que deu: Lula reeleito, Serra no fundo do poço (de onde nunca mais saiu, aliás).A menos que você seja assessor, ou parente de primeiro-grau de algum prefeito ou vereador candidatos em 2020 (menos de um ano a frente) duvido que você já tenha decidido o seu próprio voto: seu favorito de hoje pode desistir, pode mudar de partido e programa, surgirão outros que hoje você não conhece, enfim, Política é fluída, muda a cada momento.
Imaginem 2022! Nada será como hoje quando chegarmos lá! Pode até nem haver eleição, pois Bostonaro pode ser impichado antes, ou os milicos darem um golpe, ou o Lula continuar crescendo, ou surgir um novo nome da Esquerda num Tsunami dos sofridos e descontentes - posso eu cismar de disputar, ou você, why not? rs
Faço esse prepúcio (rs) prá dizer que é um erro dos sites amigos progressistas levarem muito a sério e fazerem projeções a partir desta pesquisa Datafolha. Ela não significa nada para o futuro, ou melhor, interessa aos propósitos manipuladores da direitona e sua velha mídia. Passaremos três anos lendo que Lula desceu ou subiu, Bozo idem, Moro, Huck, etc, sempre partindo deste falso patamar de dezembro de 2019!
É assim que uma pesquisa interessada no jogo estabelece a pauta da campanha. Até os melhores jogadores de xadrez aprendem a vencer o computador, que pode reunir todas as jogadas dos melhores campeões da História. Em Política, o imprevisto é a regra, ao contrário da Estatística, hoje aperfeiçoada na forma de IT.
Prá variar, a direitona e a velha mídia nos impõe temas e ritmo. Mas ela sabe que o movimento social, ainda desorganizado (e especialmente o desorganizado) pode alterar a qualquer momento todos os mapas e cenários cientificamente elaborados.
Não houvesse a reação popular a violência policial em Paraisópolis, nitidamente racista e anti-pobre, jamais o Bostonaro daria condolências as famílias, nem seu clone perfumado Dória, depois de elogiar a PM, permitiria o afastamento dos policiais que participaram da criminosa ação (sem punir nenhum oficial, é claro). Ambos os "governantes" assim agiram porque sabem que São Paulo esteve a beira de uma explosão social. E o clima de revolta permanece: outra Paraisópolis e São Paulo pega fogo, literalmente, sem lideranças, sem controle. Os analistas psicossociais da Segurança Pública e das Forças Armadas, sabem disso.
Em boa hora advertiram os mandantes desses massacres.
* Antonio Barbosa Filho é jornalista, coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé no Vale do Paraíba e autor de "Audálio, deputado", a venda nas livrarias virtuais.
mt. bom texto
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