domingo, 5 de maio de 2019

Helicóptero e avião bloqueados irritam Neymar

Por Altamiro Borges

Agora está explicado o motivo da sinistra reunião do pai do craque Neymar com o ministro Paulo Guedes, da Economia, e das constrangedoras selfies com o “capetão” Jair Bolsonaro. Segundo reportagem publicada na Folha na semana passada, o objetivo foi tentar liberar os bens bloqueados por sonegação fiscal do bilionário jogador, incluindo um avião e um helicóptero. Até agora, aparentemente, o bajulador do presidente não teve sucesso – mas a bola segue rolando e pode haver um daqueles tapetões tão famosos no mundo do futebol.

Ainda líder, Globo perde força na TV aberta

Por Altamiro Borges

Em seus levantamentos sobre audiência na televisão brasileira, o jornalista Ricardo Feltrin postou no site UOL nesta quarta-feira (1) um dado que explica os temores da famiglia Marinho. Mesmo ainda mantendo folgada liderança na TV aberta, a Globo segue perdendo participação – o que, com certeza, tem reflexos negativos no bilionário e hermético mundo da publicidade. A notinha do colunista é emblemática:

Bolsonaro extingue conselhos e STF reage

Por Altamiro Borges

O ministro Marco Aurélio Mello decidiu submeter ao pleno do Supremo Tribunal Federal uma ação ajuizada pelo PT contra o decreto do “capetão” Jair Bolsonaro que extingue os conselhos, comitês e outros colegiados da administração pública federal. Ainda não há data definida para o julgamento da liminar, mas a tendência é que o assunto seja agendado pelo ministro Dias Toffoli, presidente do STF, antes que o decreto fascistoide entre em vigor, em 28 de junho, e destrua o pouco que ainda resta de canais democráticos no Brasil.

Indústria afunda e agrava a crise econômica

Por Altamiro Borges

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar que a produção industrial em março caiu 1,3%, na comparação com fevereiro. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 6,1% – a maior desde a paralisação dos caminhoneiros. Para a mídia ultraliberal, que apostou todas as suas fichas na recuperação econômica a partir do golpe do impeachment de Dilma Rousseff, a informação é desesperadora. “Queda no setor industrial reforça a retração no crescimento da economia brasileira”, destacou a Folha em título bem pessimista.

A “marxismo cultural” e o macro-fascismo

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Felix Guattari faleceu em 1992 aos 62 anos. Filósofo, estudioso, crítico e intérprete da psicanálise, deixou uma obra inquietante e desbravadora dos novos tempos da subjetividade moderna e das novas formas de revolucionarização da vida. Refiro-me a ele porque estamos vivendo uma época em que os instrumentos de interpretação histórica vindos da economia e da teoria política - aplicados sem mediações - são mais insuficientes do que antes para pensar o presente de crise da economia e da moralidade política democrática, ora vivida no Brasil e no mundo.

Governo sabota a agricultura familiar

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

O BNDES suspendeu novamente o repasse de verbas para investimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) estima em R$ 800 milhões o montante que deixará de ser repassado aos trabalhadores, sendo que projetos da ordem de R$ 350 milhões já haviam sido apresentados, apenas no Banco do Brasil, que representa metade desse tipo de financiamento. Além disso, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) deixou de repassar ao menos R$ 6 bilhões dos R$ 30 bilhões anunciados para a safra 2018/2019 da agricultura familiar.

A destruição como tática de uma estratégia

Por Altair Freitas, no site Vermelho:

O que pretende o governo Bolsonaro? Por que é "conservador nos costumes e liberal na economia"? São mesmo um bando de boçais governando o Brasil?

O bolsonarismo é uma força destrutiva. Reparem que, em quatro meses de governo, todas as iniciativas fundamentais dele e seus ministros são para destruir, desmontar, desqualificar, serviços públicos, direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, a educação pública, a cultura, as históricas posições da diplomacia brasileira no campo externo, e tudo o mais relacionado às regulamentações que o Estado Nacional estabeleceu sobre o capital privado visando diminuir ao menos um pouco sua natural selvageria e anseio pelo lucro fácil a qualquer preço. E vem muito mais por aí, caso sigam governando.

Bolsonaro e a destruição das universidades

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Mais recente protagonista do circo de horrores em exibição em tantos países neste momento, o correto entendimento dos horizontes políticos de Jair Bolsonaro é um aspecto crucial da luta política de 2019.

Desde 1 de janeiro, a democracia e o bem-estar dos brasileiros encontram, no Planalto, um adversário que está longe de ser banal. A prova mais recente ficou clara no debate em torno das universidades públicas, que levou alunos e professores a organizar a paralisação nacional marcada para 15 de maio.

Num editorial (4/5/2019), o Estado de S. Paulo observa que Bolsonaro "mostra desconhecimento, despreza estatísticas e comete erros factuais" em seus tuítes sobre ensino superior no país. Tentando justificar um corte drástico de 30% ele escreveu que "poucas universidades públicas têm pesquisas e, dessas poucas, grande parte está na iniciativa privada."

Juristas chamam Dallagnol de “171”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não está na maioria dos jornais, mas saiu no Valor: em jantar promovido em São Paulo pelo site jurídico Conjur, quando o presidente do STF disse que o Ministério Público “não pode querer ser o dono do poder, criando, inclusive, do nada, recursos para tal finalidade” e que isso “tem até nome no Código Penal”, a platéia gritou:

– 171, 171!

A crise de hegemonia e a tutela militar

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Não parece haver muitas dúvidas estarmos vivendo uma crise hegemônica no país, e se quiséssemos fixar uma data para sua deflagração aberta não seria difícil cravar 2013, quando teve início a luta para a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, e isso se dava quando as condições começavam a ficar propícias. Tanto pela conjuntura econômica quanto pela insatisfação da juventude, que não havia sentido de perto, não vivera os efeitos da era Lula, com todos seus benefícios, e reclamava mais e mais direitos. As classes dominantes souberam cavalgar as manifestações daquele ano, sobretudo a mídia, virar o jogo e seguir adiante criando o caldo de cultura que iria desembocar no golpe de 2016.

Brasil tem 39 milhões no trabalho informal

Por Anelize Moreira e Marcos Hermanson, no jornal Brasil de Fato:

Dentro dos vagões do metrô, dos ônibus e trens das grandes cidades, trabalhando entre estações e vivendo o risco de ser pego pela fiscalização, vendedores oferecem aos passageiros fones de ouvido, doces, suportes para celulares e toda sorte de mercadorias. Fora dos vagões, no entorno dos pontos de ônibus, das estações e terminais de transporte coletivo, vendem produtos diversos como frutas, café, sucos e bolos em barracas.

Com roupas, relógios e acessórios ocupam as calçadas, no centro comercial dos bairros, ou estão no trânsito levando algum passageiro ao seu destino. Segundo a Pnad Contínua do IBGE, 39,5 milhões de trabalhadores estão na informalidade no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a 43% da população ocupada no país. O Brasil de Fato foi às ruas ouvir trabalhadores e trabalhadoras informais e compreender as perspectivas do trabalho que exercem.

O bolsonarismo e a proteção aos corruptos

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O brasileiro está ficando de saco cheio do governo Bolsonaro. Em pouco mais de 3 meses, dobrou o número de pessoas insatisfeitas com o presidente, revelou a última pesquisa Ibope. A aprovação do modo de Bolsonaro governar caiu 16 pontos percentuais e chegou a 51%. A confiança no presidente caiu 11 pontos, enquanto a desconfiança subiu 15. É o mais mal avaliado início de governo entre todos os presidentes eleitos após a redemocratização.

A crescente insatisfação popular não parece abalar o governo. O presidente governa exclusivamente para a sua base mais fiel, os chamados bolsominions, e não há indícios de que isso vai mudar.

Quem a polícia prende e quem a justiça solta?

Por Roberta Canheo, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

As audiências de custódia, instituídas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2015, constituem um instrumento importante, por se tratarem do primeiro encontro da pessoa com a autoridade judicial, após sua prisão em flagrante. Nesse sentido, o programa Justiça Sem Muros, do ITTC, realizou a pesquisa “MulhereSemPrisão: enfrentando a (in)visibilidade das mulheres submetidas à justiça criminal”, para analisar como o sistema de justiça criminal valora, prende ou concede liberdade a determinadas mulheres, neste que é o primeiro filtro do Poder Judiciário.