quarta-feira, 29 de maio de 2019

Por que caminhar em defesa da universidade?

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

O ano letivo de 2018 ainda não havia concluído o seu papel inclusivo quando, desavisada e surpreendentemente, uma deputada estadual catarinense recém-eleita vociferava que o alunato deveria fiscalizar, denunciar e gravar o conteúdo das aulas dos professores. Era a senha do que seria a “nova política” do “novo” governo eleito que acredita na força do canhão vencendo os livros da educação. Foi o que se revelou nos refrões governamentais seguintes, especialmente quando o próprio presidente e o já exonerado primeiro ministro da área começaram a caminhar e a cantar as rimas dessa “nova lição”.

Radiografia dos massacres no Amazonas

Editorial do site Vermelho:

Ninguém de bom senso nega que a criminalidade atingiu proporções inaceitáveis no Brasil. Não se pode ignorar, também, que essa situação exige pulso firme e medidas urgentes. E isso passa pelo Estado de Direito, com instituições capazes de impor a sua presença e coibir a marginalidade. A violação do arcabouço da legalidade abre caminho para a aceitação de regras que florescem no submundo da sociedade. E há várias formas de se fazer isso, inclusive em nome de uma suposta legalidade para combater o crime.

Bolsonaro quer pacto para submeter poderes

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A notícia de que Jair Bolsonaro pretende convencer o Congresso e o Supremo a formalizar um pacto político já indica, em si, a profundidade da crise em que seu governo se encontra, antes de terminar o quinto mês no Planalto.

A pauta do pretendido acordo é uma aberração pela forma e pelo conteúdo.

Não por acaso a divisão entre poderes ("harmônicos e independentes entre si") é um dos princípios fundamentais da Carta de 1988 e de todo regime democrático digno deste nome.

Sobram democratas, falta democracia

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil vive uma situação insólita: possui excesso de democratas mas convive com muito pouca democracia. Democratas saíram às ruas no domingo 26 para, muitos deles, pedirem o fim da democracia com o fechamento do Congresso e do Supremo. Democraticamente.

É preciso admitir, porém, que nem o parlamento nem o judiciário são, por assim dizer, entusiastas da democracia. Ambos assinaram embaixo dos golpes de estado de 1964 e de 2016. Mais delicada ainda a situação do STF. Embora entre suas atribuições conste o papel de “Guardião da Constituição”, num momento e noutro, achou por bem cuidar mais de suas lagostas do que da Carta Magna. Assim, em Pindorama, o amor dos democratas por sua condição convive sem sobressaltos com sua ojeriza à democracia.

Neoliberalismo, neofascismo e burguesia

Por Luiz Filgueiras e Graça Druck, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O objetivo deste texto é discutir a conjuntura imediata que, nas últimas semanas, tem se acelerado de forma impressionante. Para isso, se faz necessário tentar identificar e estabelecer o nexo, as relações existentes, entre neoliberalismo, neofascismo e burguesia no Brasil; tal como se evidenciou a partir do movimento social de massa que desembocou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Dessa forma, espera-se conseguir contextualizar a conjuntura para além de sua aparência imediata, reconstituindo-se a disputa dos interesses de classe, e frações de classe, que estão subjacentes. Acredita-se que essa contextualização permitirá identificar e compreender melhor as possíveis ações das distintas classes, frações de classe e sujeitos em disputa; permitindo especular acerca do futuro do Governo Bolsonaro.


Um pacto para destruir o Brasil

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

No último domingo (26), as hordas fascistas bolsonarianas, sob o comando do seu líder, declararam guerra aos poderes Legislativo e Judiciário. “Fechar o STF e o Congresso Nacional” foram palavras de ordem e ameaças com que a militância de extrema-direita arremeteu contra a democracia e o Estado de direito.

A empresa não é fácil e o resultado é duvidoso, mas num quadro em que a luta política é aberta e sem quartel, as forças que têm sentido estratégico e objetivos finais desvelam a sua identidade, mesmo quando determinados objetivos são de imediato inexequíveis.

A insana e insólita destruição do Brasil

Por José Eduardo Bicudo, no Diário do Centro do Mundo:

Muito já foi dito sobre o processo de desconstrução do Brasil, desde o golpe branco de 2016 até o presente momento. Certamente o que escrevo não é novidade para ninguém.

O que ocorre, e não posso me conformar com isso, é que a destruição vem sendo feita de maneira insana e insólita, às vezes de modo silencioso e nefasto. Até agora, porém, sem os tanques nas ruas, sob o comando de um terrorista amplamente conhecido desde os tempos da ditadura militar e eleito presidente pelos “bolsocrentes”, conforme qualificação muito bem posta por Eliane Brum em seu artigo recente no El País. Dentre esses bolsocrentes há uma parcela ponderável da classe média, inclusive uma parte que se considera intelectualizada. Alguns destes são também fiéis seguidores do “deus mercado”, mas que desconhecem ou preferem desconhecer a história recente do país. É curioso, no entanto, ouvir com frequência desses bolsocrentes intelectualizados que eles depositavam esperanças em um “novo governo”, que as coisas poderiam ser diferentes.

O day after da farra dos bolsominions

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Cessada a farra de domingo, recolhidas as faixas e bandeiras e guardadas as camisetas amarelas da CBF, voltamos à vida real.

Como as manifestações a favor do governo não geraram nenhum emprego, a segunda-feira de ressaca começa com novos números negativos na economia.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a previsão de crescimento do PIB para este ano caiu pela 13ª vez e está em 1,23%, um colosso produzido pelos frentistas do Posto Ipiranga. A China que se cuide…

Estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revela que estão novamente fechando mais lojas do que sendo abertas no país.