terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Lula alerta que "está solto, não está livre"

Um comentário:

  1. Se Lula morresse, coisa comum de ocorrer com os seres humanos com mais de 70 anos, o PT e os lulistas ficariam sem nada para oferecer como alternativa ao povo brasileiro. Esse foi o resultado final de um partido que sempre se estruturou muito mais em função de um culto à personalidade de um único homem, cheio de defeitos políticos e ideológicos típicos dos que se guiam pela intuição politica, torcendo o nariz para a Ciência Política,para o marxismo-leninismo, acreditando que as experiências exitosas em negociações com o patronato em São Bernardo do Campo poderiam fundar a transformação do Brasil através de uma política de conciliação de interesses de classes,do tipo ganha ganha, onde o capital e o trabalho são sempre vitoriosos. Fiz campanha para Lula de preferência em favelas, feiras e bairros populares. Panfletei sozinho em pontos de grande concentração de trabalhadores, sobretudo, a partir de 2002, quando me afastei da vida partidária com a morte de João Amazonas (essa é outra crítica), mas jamais acreditei que o Brasil seria transformado profundamente pela via eleitoral. A intenção sempre foi criar melhores condições de vitória e conquista para a luta de classes que se trava fora das instituições burguesas. Em momento algum me ocorrerreu a possibilidade de substituição da luta dos movimentos sociais nas ruas, através de protestos, manifestações, paralisações, greves etc., por câmaras de negociações tal como foram estruturadas durante os governos do PT. Não foi para desacelerar a luta de classes, para domesticá-la, que me esforcei por eleger Lula e Dilma, ao contrário, foi para aprofundá-la, para levar a um outro patamar o nível de consciência, mobilização e organização dos trabalhadores e do povo. Denunciei a prisão de Lula em uma cidade do interior controlada pela extrema direita,com grande presença de militares, ruralistas, maçonaria, milicianos e até mesmo (incrível!)traficantes que fizeram campanha para Bolsonaro, gritei, subindo no banco da praça, "fascistas!" para os jovens fascistas que fizeram campanha diária, com potente carro de som, pelo "fora Dilma" na principal praça da cidade, sozinho, correndo o risco de ser massacrado; com a vitória de Bolsonaro, tive que sair da cidade para não ser morto. Isso significa que dou importância à luta institucional, mas somente a importância que a ela dariam Lênin, Marx, Engels, Stalin, Diógenes Arruda, Rogério Lustosa... A relação invertida entre a luta institucional e a luta de classes fora das instituições foi a principal causa do estado de coisas que estamos a viver. Não espero nenhuma autocrítica do PT sobre isso, quem reler o artigo de João Amazonas na Princípios n°2 sobre o significado "genético" do PT compreenderá, acredito, as razões porque jamais esperaria. De certa forma, aquele artigo fornece elementos contundentes para explicar o momento em que vivemos. Há quem discorde. Resta saber se é apenas diferença de interpretação.

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