Editorial do site Vermelho:
A informação de que o Brasil perdeu 17 fábricas por dia entre 2015 e 2018 diz muita coisa. De janeiro a novembro de 2019, últimos dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física do IBGE, a produção da indústria de transformação ficou praticamente estagnada. Como resultado do projeto de poder que se instalou após o rompimento golpista com o resultado das eleições de 2014, bem demarcado temporalmente, esses números explicam a explosão do desemprego no período e indicam que a desindustrialização está na sua base estrutural.
Os primeiros sinais das causas desse resultado apareceram ainda no segundo governo Dilma Rousseff, quando a economia enfrentou um ciclo de desaceleração puxado pela queda na taxa de investimento. A presidenta estava sob ataque frontal da direita, que não aceitou o resultado das eleições, inclusive com a agenda da chamada “pauta bomba”, um conjunto de projetos com o declarado intuito de inviabilizar o seu governo.
Pesou também muito os fatores internacionais e os primeiros efeitos do desgaste das empresas nacionais de infraestrutura pela Operação Lava Jato, mas não se pode ignorar os erros na condução da política econômica.
A recessão iniciada no primeiro trimestre de 2015 se agravou com o conjunto de políticas de “austeridade” adotado pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O programa do golpe consolidou essa tendência, radicalizada após a eleição da extrema direita em 2018. Toda essa trajetória foi guiada pelo manual do circuito financeiro, que prescreve a destruição das bases da economia nacional.
A consequência é o arrocho no consumo de massas e a queda da produção industrial, um efeito gerando outro; uma roda-viva que mergulhou o país na crise, sem perspectiva de recuperação. Ao esmagar o consumo, esse modelo econômico inibe o crescimento das forças produtivas e limita a divisão social do trabalho, o mecanismo detonador do desemprego em massa.
É preciso constatar que os consumidores não são apenas, nem principalmente, os que compram gêneros de primeira necessidade e bens de consumo, mas também, e sobretudo, os que compram matérias-primas e máquinas. Ou seja: além dos efeitos imediatos, essa política atravanca o futuro.
Uma política industrial e tecnológica firmemente instalada e um processo de distribuição de renda são a base para transformar muitas brasileiras e muitos brasileiros em cidadãs e cidadãos.
Essa é a questão: o Estado deve gerenciar a produção, não o circuito financeiro. Aqui está a essência de um projeto voltado para o sagrado direito de um país se desenvolver com soberania e democracia. No Brasil, a estrutura oligárquica, que ainda pesa sobre o país como um fardo insuportável, esmaga o consumo de massas, que funciona como estopim econômico de transformações sociais.
A síntese é regulação da economia pelo Estado e criação de um forte mercado interno. Regulação significa, em poucas palavras, retomar o planejamento, usar o Estado como elemento de coordenação e indução do processo de desenvolvimento. No Brasil já existem experiências suficientes para se saber que o livre funcionamento dos “mercados” não leva ao desenvolvimento.
Maior protagonismo do Estado para impulsionar a economia e mais estímulo ao mercado interno são variáveis proscritas do projeto neoliberal. O desafio histórico das forças democráticas, progressistas e patrióticas tem sido construir um conceito de soberania nacional costurando um projeto de desenvolvimento do país, com geração de emprego e distribuição de renda.
A questão nacional sempre esteve em pauta em boa parte dos séculos XX e XXI, e chegou a ser a base da plataforma política de alguns governos, mas nunca foi um valor cravado fundo no país. Exatamente pela predominância de projetos entreguistas e neocoloniais como o do governo Bolsonaro, que deverá agravar ainda mais o desmonte da indústria brasileira, com graves consequências sobre a vida do povo.
A informação de que o Brasil perdeu 17 fábricas por dia entre 2015 e 2018 diz muita coisa. De janeiro a novembro de 2019, últimos dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física do IBGE, a produção da indústria de transformação ficou praticamente estagnada. Como resultado do projeto de poder que se instalou após o rompimento golpista com o resultado das eleições de 2014, bem demarcado temporalmente, esses números explicam a explosão do desemprego no período e indicam que a desindustrialização está na sua base estrutural.
Os primeiros sinais das causas desse resultado apareceram ainda no segundo governo Dilma Rousseff, quando a economia enfrentou um ciclo de desaceleração puxado pela queda na taxa de investimento. A presidenta estava sob ataque frontal da direita, que não aceitou o resultado das eleições, inclusive com a agenda da chamada “pauta bomba”, um conjunto de projetos com o declarado intuito de inviabilizar o seu governo.
Pesou também muito os fatores internacionais e os primeiros efeitos do desgaste das empresas nacionais de infraestrutura pela Operação Lava Jato, mas não se pode ignorar os erros na condução da política econômica.
A recessão iniciada no primeiro trimestre de 2015 se agravou com o conjunto de políticas de “austeridade” adotado pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O programa do golpe consolidou essa tendência, radicalizada após a eleição da extrema direita em 2018. Toda essa trajetória foi guiada pelo manual do circuito financeiro, que prescreve a destruição das bases da economia nacional.
A consequência é o arrocho no consumo de massas e a queda da produção industrial, um efeito gerando outro; uma roda-viva que mergulhou o país na crise, sem perspectiva de recuperação. Ao esmagar o consumo, esse modelo econômico inibe o crescimento das forças produtivas e limita a divisão social do trabalho, o mecanismo detonador do desemprego em massa.
É preciso constatar que os consumidores não são apenas, nem principalmente, os que compram gêneros de primeira necessidade e bens de consumo, mas também, e sobretudo, os que compram matérias-primas e máquinas. Ou seja: além dos efeitos imediatos, essa política atravanca o futuro.
Uma política industrial e tecnológica firmemente instalada e um processo de distribuição de renda são a base para transformar muitas brasileiras e muitos brasileiros em cidadãs e cidadãos.
Essa é a questão: o Estado deve gerenciar a produção, não o circuito financeiro. Aqui está a essência de um projeto voltado para o sagrado direito de um país se desenvolver com soberania e democracia. No Brasil, a estrutura oligárquica, que ainda pesa sobre o país como um fardo insuportável, esmaga o consumo de massas, que funciona como estopim econômico de transformações sociais.
A síntese é regulação da economia pelo Estado e criação de um forte mercado interno. Regulação significa, em poucas palavras, retomar o planejamento, usar o Estado como elemento de coordenação e indução do processo de desenvolvimento. No Brasil já existem experiências suficientes para se saber que o livre funcionamento dos “mercados” não leva ao desenvolvimento.
Maior protagonismo do Estado para impulsionar a economia e mais estímulo ao mercado interno são variáveis proscritas do projeto neoliberal. O desafio histórico das forças democráticas, progressistas e patrióticas tem sido construir um conceito de soberania nacional costurando um projeto de desenvolvimento do país, com geração de emprego e distribuição de renda.
A questão nacional sempre esteve em pauta em boa parte dos séculos XX e XXI, e chegou a ser a base da plataforma política de alguns governos, mas nunca foi um valor cravado fundo no país. Exatamente pela predominância de projetos entreguistas e neocoloniais como o do governo Bolsonaro, que deverá agravar ainda mais o desmonte da indústria brasileira, com graves consequências sobre a vida do povo.
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