Editorial do site Vermelho:
Nesta virada de ano estão confirmados os prognósticos sobre o governo Bolsonaro. Como era previsto, o Brasil caiu em um processo de regressão democrática. Os ataques às instituições que deram forma aos avanços que atravessaram sobretudo o século XX estão em curso e são cada vez mais ousados. Eles já provocaram estragos de grandes proporções, que poderiam ser piores se não houvesse a resistência democrática.
A síntese desse 2019 é uma boa mostra da evolução das contradições nesse cenário que começou a se formar com a marcha golpista. Depois do impeachment fraudulento de 2016 da ex-presidenta Dilma Rousseff e a eleição da extrema direita em 2018, a demarcação do terreno entre a democracia e os atentados à Constituição e ao Estado Democrático de Direito ficou mais nítida. Como é um processo, essa dicotomia está em evolução, uma formação de correlação de forças.
No campo governista, apesar da sua resiliência, avolumam-se revezes. A economia tende a seguir anêmica, com indicadores cada vez mais sacrificantes para o povo. Esse calcanhar de Aquiles pode trazer mais complicações para as demais pautas, a chamada “agenda de costumes”, a ofensiva em larga escala contra os direitos civis e individuais. Sem nada para apresentar como perspectiva para quem depende de emprego e salário, será difícil levar adiante os demais itens do programa de governo.
Mas não se deve subestimar o potencial do governo. Bolsonaro mantém uma base social ainda considerável. A coalização que se formou em sua eleição, embora contraditória, tem um objetivo bem definido – é a antítese dos saltos civilizatórios da história brasileira. Para compreendê-la, basta pegar a marcha e a contramarcha da luta por democracia e progresso social.
O governo Bolsonaro é mais um capítulo da contramarcha. Nele estão os arranjos que possibilitaram a derrocada da experiência democrática e progressista iniciada com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, com destaque para a Operação Lava jato. Sem essa força política revestida de poderes de Estado exceção, não seria possível pavimentar o caminho que levou ao golpe de 2016 e à eleição da extrema direita em 2018.
Com ela chegou o programa de governo comandado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para organizar politicamente essa composição, o clã Bolsonaro surgiu como a alternativa mais viável. Dessa junção surgiu um projeto de poder ambicioso e autoritário, nucleado por uma programa de governo antinacional e antipovo, ultraliberal e neocolonial.
Essa coalizão pode ser resumida com a definição de que o governo Bolsonaro é autoritário e entreguista. Isso é tudo o que Brasil e o seu povo têm combatido ao longo da história, a outra face da moeda. A experiência de luta por democracia e progresso social é uma poderosa arma para enfrentar esse governo. Mesmo ainda em um ambiente de dispersão, em 2019 as forças democráticas e patrióticas deram demonstrações de que é, sim, possível conter o avanço da extrema direita.
A experiência histórica de unidade ampla como melhor opção para enfrentar ataques ferozes à nação, às suas instituições e aos direitos do povo mostrou, em 2019, que esse é o caminho. Para 2020, a tendência é a de fortalecimento desse movimento, que pode ser ainda mais sólido com a unidade popular. Uma ação política que aglutine os movimentos sociais, as organizações populares e as forças políticas progressistas deve ampliar a resistência para um arco de alianças capaz de impor derrotas estratégicas ao projeto bolsonarista.
As eleições municipais de 2020 são um importante ponto de inflexão nessa jornada. Elas poderão se transformar em uma batalha com força para reverter, em grande medida, a evolução da marcha da extrema direita. Uma frente ampla, dinamizada pela unidade popular, seria um poderoso polo de resistência, com a possibilidade concreta de apontar novas perspectivas ao pais, resgatando a esperança do caminho do desenvolvimento com democracia e progresso social.
A síntese desse 2019 é uma boa mostra da evolução das contradições nesse cenário que começou a se formar com a marcha golpista. Depois do impeachment fraudulento de 2016 da ex-presidenta Dilma Rousseff e a eleição da extrema direita em 2018, a demarcação do terreno entre a democracia e os atentados à Constituição e ao Estado Democrático de Direito ficou mais nítida. Como é um processo, essa dicotomia está em evolução, uma formação de correlação de forças.
No campo governista, apesar da sua resiliência, avolumam-se revezes. A economia tende a seguir anêmica, com indicadores cada vez mais sacrificantes para o povo. Esse calcanhar de Aquiles pode trazer mais complicações para as demais pautas, a chamada “agenda de costumes”, a ofensiva em larga escala contra os direitos civis e individuais. Sem nada para apresentar como perspectiva para quem depende de emprego e salário, será difícil levar adiante os demais itens do programa de governo.
Mas não se deve subestimar o potencial do governo. Bolsonaro mantém uma base social ainda considerável. A coalização que se formou em sua eleição, embora contraditória, tem um objetivo bem definido – é a antítese dos saltos civilizatórios da história brasileira. Para compreendê-la, basta pegar a marcha e a contramarcha da luta por democracia e progresso social.
O governo Bolsonaro é mais um capítulo da contramarcha. Nele estão os arranjos que possibilitaram a derrocada da experiência democrática e progressista iniciada com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, com destaque para a Operação Lava jato. Sem essa força política revestida de poderes de Estado exceção, não seria possível pavimentar o caminho que levou ao golpe de 2016 e à eleição da extrema direita em 2018.
Com ela chegou o programa de governo comandado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para organizar politicamente essa composição, o clã Bolsonaro surgiu como a alternativa mais viável. Dessa junção surgiu um projeto de poder ambicioso e autoritário, nucleado por uma programa de governo antinacional e antipovo, ultraliberal e neocolonial.
Essa coalizão pode ser resumida com a definição de que o governo Bolsonaro é autoritário e entreguista. Isso é tudo o que Brasil e o seu povo têm combatido ao longo da história, a outra face da moeda. A experiência de luta por democracia e progresso social é uma poderosa arma para enfrentar esse governo. Mesmo ainda em um ambiente de dispersão, em 2019 as forças democráticas e patrióticas deram demonstrações de que é, sim, possível conter o avanço da extrema direita.
A experiência histórica de unidade ampla como melhor opção para enfrentar ataques ferozes à nação, às suas instituições e aos direitos do povo mostrou, em 2019, que esse é o caminho. Para 2020, a tendência é a de fortalecimento desse movimento, que pode ser ainda mais sólido com a unidade popular. Uma ação política que aglutine os movimentos sociais, as organizações populares e as forças políticas progressistas deve ampliar a resistência para um arco de alianças capaz de impor derrotas estratégicas ao projeto bolsonarista.
As eleições municipais de 2020 são um importante ponto de inflexão nessa jornada. Elas poderão se transformar em uma batalha com força para reverter, em grande medida, a evolução da marcha da extrema direita. Uma frente ampla, dinamizada pela unidade popular, seria um poderoso polo de resistência, com a possibilidade concreta de apontar novas perspectivas ao pais, resgatando a esperança do caminho do desenvolvimento com democracia e progresso social.
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