Por Luis Felipe Miguel
Folha faz hoje um editorial "forte" contra o presidente cuja eleição ela tanto apoiou.
Fiel à mitografia que criou para si mesma, coloca-se como pura representante da intrépida imprensa que desafia todos os poderes.
A frase que abre o texto é: "Ao completar 99 anos de fundação, esta Folha está mais uma vez sob ataque de um presidente da República".
Há apenas um trecho que, com enorme esforço e boa vontade, pode ser lido como esboço de início de tentativa de sugestão de envergonhada autocrítica: "Frustraram-se, faz tempo, as expectativas de que a elevação do deputado à suprema magistratura pudesse emprestar-lhe os hábitos para o bom exercício do cargo".
Estaria a Folha entre aqueles que esperavam uma miraculosa transformação de Bolsonaro e colheram frustração?
Nem isso, na verdade.
Vazado no tom altissonante e cafona que, não sei bem por quê, é padrão nos editoriais da grande imprensa brasileira, o texto prefere exaltar a Folha por integrar "o aparato que evita a penetração do veneno do despotismo no organismo institucional".
A Folha, que deu sua contribuição para cada passo no processo de destruição da democracia e dos direitos no Brasil nos últimos anos - honrando, aliás, seu passado, já que fez o mesmo durante a ditadura de 1964.
A Folha, que age incansavelmente para bloquear o debate sobre o papel do Estado e sobre os direitos da classe trabalhadora, a fim de viabilizar o maior retrocesso de nossa história para a maioria da população.
A Folha, que apesar das escaramuças com Bolsonaro, não recua um milímetro do apoio à política destrutiva de Guedes, fazendo o que for necessário, inclusive - e sobretudo - manipular a informação.
Basta ver, aliás, a cobertura sobre a greve dos petroleiros.
No trecho mais brega de todo o editorial, é dito que Bolsonaro tenta "desafiar o rochedo do Estado democrático de Direito", mas "não tem conseguido conspurcar a fortaleza".
Que rochedo? Que fortaleza?
O Estado democrático de Direito no Brasil hoje mal é um pedregulho.
Graças, também, à Folha - entre muitos outros.
A Folha que endossou a campanha sórdida contra Dilma, o PT e a esquerda em geral, a Folha que cevou o golpe, a Folha que incentivou a conspiração contra a democracia chamada Lava Jato, a Folha que ignorou a violação de garantias básicas sempre que lhe interessava, a Folha que fez o que pôde para naturalizar o fascismo como opção política.
Folha faz hoje um editorial "forte" contra o presidente cuja eleição ela tanto apoiou.
Fiel à mitografia que criou para si mesma, coloca-se como pura representante da intrépida imprensa que desafia todos os poderes.
A frase que abre o texto é: "Ao completar 99 anos de fundação, esta Folha está mais uma vez sob ataque de um presidente da República".
Há apenas um trecho que, com enorme esforço e boa vontade, pode ser lido como esboço de início de tentativa de sugestão de envergonhada autocrítica: "Frustraram-se, faz tempo, as expectativas de que a elevação do deputado à suprema magistratura pudesse emprestar-lhe os hábitos para o bom exercício do cargo".
Estaria a Folha entre aqueles que esperavam uma miraculosa transformação de Bolsonaro e colheram frustração?
Nem isso, na verdade.
Vazado no tom altissonante e cafona que, não sei bem por quê, é padrão nos editoriais da grande imprensa brasileira, o texto prefere exaltar a Folha por integrar "o aparato que evita a penetração do veneno do despotismo no organismo institucional".
A Folha, que deu sua contribuição para cada passo no processo de destruição da democracia e dos direitos no Brasil nos últimos anos - honrando, aliás, seu passado, já que fez o mesmo durante a ditadura de 1964.
A Folha, que age incansavelmente para bloquear o debate sobre o papel do Estado e sobre os direitos da classe trabalhadora, a fim de viabilizar o maior retrocesso de nossa história para a maioria da população.
A Folha, que apesar das escaramuças com Bolsonaro, não recua um milímetro do apoio à política destrutiva de Guedes, fazendo o que for necessário, inclusive - e sobretudo - manipular a informação.
Basta ver, aliás, a cobertura sobre a greve dos petroleiros.
No trecho mais brega de todo o editorial, é dito que Bolsonaro tenta "desafiar o rochedo do Estado democrático de Direito", mas "não tem conseguido conspurcar a fortaleza".
Que rochedo? Que fortaleza?
O Estado democrático de Direito no Brasil hoje mal é um pedregulho.
Graças, também, à Folha - entre muitos outros.
A Folha que endossou a campanha sórdida contra Dilma, o PT e a esquerda em geral, a Folha que cevou o golpe, a Folha que incentivou a conspiração contra a democracia chamada Lava Jato, a Folha que ignorou a violação de garantias básicas sempre que lhe interessava, a Folha que fez o que pôde para naturalizar o fascismo como opção política.
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