Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
No primeiro ano do governo de Bolsonaro a economia cresceu menos que no último ano de Temer. A prévia do Banco Central (Índice de Atividade Econômica-IBC-BR) divulgada hoje previu um “pibinho” de apenas 0,89% em 2019, contra 1,34% de 2018, derrubando as previsões do governo e do mercado, de algo em torno de 1,12%.
Agora acabou a conversa de colocar a culpa no PT, fora do governo desde 2016.
É de Guedes, mas também de Bolsonaro, a fatura do encolhimento da economia em relação ao último resultado de Temer.
Tivemos uma recessão em novembro em relação a outubro. Uma queda de 0,11% contra a previsão de alta de 0,18%. No começo do culpou-se o rompimento da barragem de Brumadinho, que reduziu as exportações de minérios, pela contração econômica.
Mas ela voltou forte no último trimestre do ano, apesar dos juros baixos, da liberação de recursos do FGTS para aquecer o consumo e da aprovação da reforma previdenciária, que era apontado como elixir do crescimento. O coronavírus ainda não tinha surgido. Inibirá a economia do mundo e terá efeito negativo aqui também, mas sobre PIB deste ano.
A indústria seguiu em queda e o comércio varejista só não despencou por conta dos supermercados, porque ninguém deixa de comer, mesmo trocando a carne por frango e ovos.
Isso foi no ano em que Bolsonaro tinha seu mais alto capital de popularidade para queimar, o mercado não tinha dúvidas sobre a capacidade de Guedes e o Congresso assumiu a tarefa de aprovar a reforma da Previdência e avalizar as medidas provisórias. Já não é mais assim.
As estripulias verbais de Guedes e os ruídos constantes produzidos por Bolsonaro na relação com o Congresso estão mudando o clima por lá.
A reforma administrativa empacou desde que Guedes chamou os servidores de parasitas e agora o governo pode nem apresentar sua proposta.
A tributária pode sair, mas como o Congresso quiser, negociando com Executivo e com os governadores. A ofensa às empregadas domésticas lançou dúvidas sobre aonde Guedes pretende chegar dando tanto tiro no pé.
Temer passou dois anos e meio dizendo ter recebido um país em recessão e culpando o PT.
Fez seu arrocho fiscal, que aprofundou a recessão causada, em grande parte, pela sabotagem de Eduardo Cunha, do PMDB e do Congresso ao governo de Dilma, ao longo de 2016 e nos meses de 2016 que precederam o golpe do impeachment.
Temer conseguiu, entretanto, entregar a Bolsonaro um país que cresceu 1,34% em 2018.
Para este ano, o atual governo projeta crescimento de 2,5%, previsão que já foi puxada para baixo depois do início da crise do coronavírus.
Mas ninguém subestime a contribuição do governo, com sua capacidade de criar ruídos e conflitos que atemorizam investidores. O dólar sobe também por isso. Porque o investimento mais volátil sai em busca de lugar mais seguro, menos esquizofrênico.
Do ponto de vista político-eleitoral, um pibinho também este ano, ou bem abaixo de 2%, deixará Bolsonaro sem poder usar seu saco de pancadas, o PT e seus governos. Vai ter que arranjar um culpado. Será o Congresso, serão os políticos, será o tal sistema?
Ou serão as domésticas e os funcionários públicos?
No primeiro ano do governo de Bolsonaro a economia cresceu menos que no último ano de Temer. A prévia do Banco Central (Índice de Atividade Econômica-IBC-BR) divulgada hoje previu um “pibinho” de apenas 0,89% em 2019, contra 1,34% de 2018, derrubando as previsões do governo e do mercado, de algo em torno de 1,12%.
Agora acabou a conversa de colocar a culpa no PT, fora do governo desde 2016.
É de Guedes, mas também de Bolsonaro, a fatura do encolhimento da economia em relação ao último resultado de Temer.
Tivemos uma recessão em novembro em relação a outubro. Uma queda de 0,11% contra a previsão de alta de 0,18%. No começo do culpou-se o rompimento da barragem de Brumadinho, que reduziu as exportações de minérios, pela contração econômica.
Mas ela voltou forte no último trimestre do ano, apesar dos juros baixos, da liberação de recursos do FGTS para aquecer o consumo e da aprovação da reforma previdenciária, que era apontado como elixir do crescimento. O coronavírus ainda não tinha surgido. Inibirá a economia do mundo e terá efeito negativo aqui também, mas sobre PIB deste ano.
A indústria seguiu em queda e o comércio varejista só não despencou por conta dos supermercados, porque ninguém deixa de comer, mesmo trocando a carne por frango e ovos.
Isso foi no ano em que Bolsonaro tinha seu mais alto capital de popularidade para queimar, o mercado não tinha dúvidas sobre a capacidade de Guedes e o Congresso assumiu a tarefa de aprovar a reforma da Previdência e avalizar as medidas provisórias. Já não é mais assim.
As estripulias verbais de Guedes e os ruídos constantes produzidos por Bolsonaro na relação com o Congresso estão mudando o clima por lá.
A reforma administrativa empacou desde que Guedes chamou os servidores de parasitas e agora o governo pode nem apresentar sua proposta.
A tributária pode sair, mas como o Congresso quiser, negociando com Executivo e com os governadores. A ofensa às empregadas domésticas lançou dúvidas sobre aonde Guedes pretende chegar dando tanto tiro no pé.
Temer passou dois anos e meio dizendo ter recebido um país em recessão e culpando o PT.
Fez seu arrocho fiscal, que aprofundou a recessão causada, em grande parte, pela sabotagem de Eduardo Cunha, do PMDB e do Congresso ao governo de Dilma, ao longo de 2016 e nos meses de 2016 que precederam o golpe do impeachment.
Temer conseguiu, entretanto, entregar a Bolsonaro um país que cresceu 1,34% em 2018.
Para este ano, o atual governo projeta crescimento de 2,5%, previsão que já foi puxada para baixo depois do início da crise do coronavírus.
Mas ninguém subestime a contribuição do governo, com sua capacidade de criar ruídos e conflitos que atemorizam investidores. O dólar sobe também por isso. Porque o investimento mais volátil sai em busca de lugar mais seguro, menos esquizofrênico.
Do ponto de vista político-eleitoral, um pibinho também este ano, ou bem abaixo de 2%, deixará Bolsonaro sem poder usar seu saco de pancadas, o PT e seus governos. Vai ter que arranjar um culpado. Será o Congresso, serão os políticos, será o tal sistema?
Ou serão as domésticas e os funcionários públicos?
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