Editorial do site Vermelho:
A humanidade enfrenta uma das piores pandemias da história recente. Milhares de vidas já foram ceifadas. A economia mundial, que há mais de uma década já se encontrava estruturalmente combalida pela crise do capitalismo, agora, impactada por esse fator, provavelmente irá mergulhar em nova recessão.
Diante dessa dramática circunstância, os governos pelo mundo afora buscam construir convergências entre todos os Poderes, conscientizar e mobilizar o seu povo, para enfrentar e vencer a pandemia de Covid 19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
Nesse sentido, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um apelo enfático para que todos se empenhem nesta histórica empreitada.
As evidências, com base no avanço da pandemia em países mais atingidos, são de que o Brasil passará por um pico de contaminação brevemente. Agora seria a hora do governo federal assumir o papel de liderança de um processo mobilizador para se adotar medidas que em outros países se mostraram eficientes e necessárias.
Mas o Brasil e seu povo se veem duplamente atingidos: pela ameaça da pandemia e por um presidente da República irresponsável, incapaz de atuar como um verdadeiro chefe de Estado.
No domingo (15), Jair Bolsonaro se juntou a manifestantes nas ruas de Brasília e postou nas suas redes sociais imagens das passeatas realizadas em outras cidades. Foi irresponsável, posto que se encontra em período de observação médica, uma vez que, tecnicamente, ainda não foi descartado que esteja contaminado pela doença. Foi negligente ao desrespeitar as orientações de seu próprio ministro da Saúde, que orienta que não se reúnam pessoas em aglomerações.
Igualmente grave, as ditas manifestações, verdadeiros desfiles de falanges fascistas, exigiam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro afronta e desafia o Poder Legislativo e o próprio Poder Judiciário, eleva a escala da instabilidade política, dá sequência às ameaças de ruptura com o regime democrático.
Quanto à saúde do povo, a vida dos brasileiros e brasileiras, sob a tormenta da Covid-19, o presidente da República dá sinais de que pouco importa. Do mesmo modo, em relação a economia. Ao contrário de outros governos que adotaram medidas ousadas para proteger e impulsionar a economia de seus países, anunciaram um pacote muito aquém das necessidades e insuficiente para assegurar a sobrevivência das empresas e preservar postos de trabalho.
Se recusam, ao óbvio: é imperativo elevar o investimento público, injetar recursos no montante necessário para o Sistema Único de Saúde (SUS), e executar um plano emergencial de socorro às empresas, em especial as pequenas e médias.
Mas, nem tudo, são trevas.
As forças vivas da nação, diante de um “governo zero” – como bem diagnosticou a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Perpétua Almeida –, aos poucos começam a tomar posição, que precisa ser acelerada, e, ao mesmo tempo, se movimentam para preservar a saúde e a vida dos brasileiros(as), defender a democracia e a economia nacional.
Diante da irresponsabilidade do presidente da República, de um governo inapto, cabe, também, aos demais poderes constitucionais – sobretudo o Legislativo – assumir protagonismo. Sua força política tem um grande peso que, nesse grave momento, precisa entrar em ação. As iniciativas gerais não podem prescindir dessa força, impulsionada, no caso do Congresso Nacional, por sua pluralidade representativa.
Partidos políticos, instituições, entidades, movimentos, empresários, intelectuais, artistas, religiosos - as forças que integram o campo da nação e da classe trabalhadora -, notadamente a esquerda, precisam adotar uma ampla convergência nacional em defesa dos interesses do país e do povo brasileiro.
Não há tempo a perder; as soluções requerem status de emergência. Em relação à prevenção e combate à Covid 19, felizmente governadores – a exemplo de Flávio Dino, do Maranhão, e Paulo Câmara, de Pernambuco –, e dezenas de prefeitos vem adotando as medidas que compõem o protocolo internacional de combate à pandemia: comunicação transparente, intensa e eficaz; severa restrição de contato social; dotar o sistema de saúde das condições necessárias para dar resposta à alta demanda; participação ativa da sociedade em apoio às medidas de prevenção.
Amplos setores da mídia têm feito um importante trabalho de esclarecimento e informação. A mídia alternativa, de esquerda, nas redes sociais, também, se desdobra para fazer sua parte.
As centrais sindicais, que junto com a União Nacional dos Estudantes (UNE) já deram seu exemplo ao cancelar a manifestação prevista para o dia 18, divulgaram um documento no qual apontam um conjunto de medidas de proteção à saúde dos trabalhadores(as) e à garantia a estabilidade no trabalho e de sua renda, além defender os investimentos públicos.
Com essa somatória, o país pode vir a ter uma grande mobilização social, inclusive para exigir do governo ações efetivas que socorram, além da saúde, os problemas econômicos decorrentes da pandemia. O mundo já sente os sinais das suas consequências econômicas e o Brasil precisa se preparar para elas.
Além dos efeitos da restrição de circulação e produção, a pandemia trouxe um grande choque para as cadeias de suprimento globais, com impactos diretos no cotidiano das pessoas. Para um país com elevado índice de desemprego e fraquíssimo desempenho econômico, esse cenário dramático se reflete em todas as atividades, atingindo de grandes a pequenos empreendimentos.
O Brasil e seu povo se encontram, portanto, diante de uma grave ameaça. Os próximos dias, semanas, meses, como atestam os especialistas, serão duros. A doença vai espalhar, haverá óbitos.
Em momentos assim, a responsabilidade recai sobre todos, mas as forças sociais e políticas identificadas com as demandas sociais são mais exigidas. Cabe a elas, as forças democráticas, patrióticas, populares, tomarem a dianteira onde atuam, seja no âmbito institucional ou representativo, e desenvolver ações condizentes com a gravidade do problema. O Brasil precisa, mais do que nunca, dessa soma de esforços para enfrentar mais um desafio de grandes proporções.
Apesar da irresponsabilidade de Bolsonaro, do desastre que é seu governo, o Brasil enfrentará e vencerá essa crise.
A humanidade enfrenta uma das piores pandemias da história recente. Milhares de vidas já foram ceifadas. A economia mundial, que há mais de uma década já se encontrava estruturalmente combalida pela crise do capitalismo, agora, impactada por esse fator, provavelmente irá mergulhar em nova recessão.
Diante dessa dramática circunstância, os governos pelo mundo afora buscam construir convergências entre todos os Poderes, conscientizar e mobilizar o seu povo, para enfrentar e vencer a pandemia de Covid 19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
Nesse sentido, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um apelo enfático para que todos se empenhem nesta histórica empreitada.
As evidências, com base no avanço da pandemia em países mais atingidos, são de que o Brasil passará por um pico de contaminação brevemente. Agora seria a hora do governo federal assumir o papel de liderança de um processo mobilizador para se adotar medidas que em outros países se mostraram eficientes e necessárias.
Mas o Brasil e seu povo se veem duplamente atingidos: pela ameaça da pandemia e por um presidente da República irresponsável, incapaz de atuar como um verdadeiro chefe de Estado.
No domingo (15), Jair Bolsonaro se juntou a manifestantes nas ruas de Brasília e postou nas suas redes sociais imagens das passeatas realizadas em outras cidades. Foi irresponsável, posto que se encontra em período de observação médica, uma vez que, tecnicamente, ainda não foi descartado que esteja contaminado pela doença. Foi negligente ao desrespeitar as orientações de seu próprio ministro da Saúde, que orienta que não se reúnam pessoas em aglomerações.
Igualmente grave, as ditas manifestações, verdadeiros desfiles de falanges fascistas, exigiam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro afronta e desafia o Poder Legislativo e o próprio Poder Judiciário, eleva a escala da instabilidade política, dá sequência às ameaças de ruptura com o regime democrático.
Quanto à saúde do povo, a vida dos brasileiros e brasileiras, sob a tormenta da Covid-19, o presidente da República dá sinais de que pouco importa. Do mesmo modo, em relação a economia. Ao contrário de outros governos que adotaram medidas ousadas para proteger e impulsionar a economia de seus países, anunciaram um pacote muito aquém das necessidades e insuficiente para assegurar a sobrevivência das empresas e preservar postos de trabalho.
Se recusam, ao óbvio: é imperativo elevar o investimento público, injetar recursos no montante necessário para o Sistema Único de Saúde (SUS), e executar um plano emergencial de socorro às empresas, em especial as pequenas e médias.
Mas, nem tudo, são trevas.
As forças vivas da nação, diante de um “governo zero” – como bem diagnosticou a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Perpétua Almeida –, aos poucos começam a tomar posição, que precisa ser acelerada, e, ao mesmo tempo, se movimentam para preservar a saúde e a vida dos brasileiros(as), defender a democracia e a economia nacional.
Diante da irresponsabilidade do presidente da República, de um governo inapto, cabe, também, aos demais poderes constitucionais – sobretudo o Legislativo – assumir protagonismo. Sua força política tem um grande peso que, nesse grave momento, precisa entrar em ação. As iniciativas gerais não podem prescindir dessa força, impulsionada, no caso do Congresso Nacional, por sua pluralidade representativa.
Partidos políticos, instituições, entidades, movimentos, empresários, intelectuais, artistas, religiosos - as forças que integram o campo da nação e da classe trabalhadora -, notadamente a esquerda, precisam adotar uma ampla convergência nacional em defesa dos interesses do país e do povo brasileiro.
Não há tempo a perder; as soluções requerem status de emergência. Em relação à prevenção e combate à Covid 19, felizmente governadores – a exemplo de Flávio Dino, do Maranhão, e Paulo Câmara, de Pernambuco –, e dezenas de prefeitos vem adotando as medidas que compõem o protocolo internacional de combate à pandemia: comunicação transparente, intensa e eficaz; severa restrição de contato social; dotar o sistema de saúde das condições necessárias para dar resposta à alta demanda; participação ativa da sociedade em apoio às medidas de prevenção.
Amplos setores da mídia têm feito um importante trabalho de esclarecimento e informação. A mídia alternativa, de esquerda, nas redes sociais, também, se desdobra para fazer sua parte.
As centrais sindicais, que junto com a União Nacional dos Estudantes (UNE) já deram seu exemplo ao cancelar a manifestação prevista para o dia 18, divulgaram um documento no qual apontam um conjunto de medidas de proteção à saúde dos trabalhadores(as) e à garantia a estabilidade no trabalho e de sua renda, além defender os investimentos públicos.
Com essa somatória, o país pode vir a ter uma grande mobilização social, inclusive para exigir do governo ações efetivas que socorram, além da saúde, os problemas econômicos decorrentes da pandemia. O mundo já sente os sinais das suas consequências econômicas e o Brasil precisa se preparar para elas.
Além dos efeitos da restrição de circulação e produção, a pandemia trouxe um grande choque para as cadeias de suprimento globais, com impactos diretos no cotidiano das pessoas. Para um país com elevado índice de desemprego e fraquíssimo desempenho econômico, esse cenário dramático se reflete em todas as atividades, atingindo de grandes a pequenos empreendimentos.
O Brasil e seu povo se encontram, portanto, diante de uma grave ameaça. Os próximos dias, semanas, meses, como atestam os especialistas, serão duros. A doença vai espalhar, haverá óbitos.
Em momentos assim, a responsabilidade recai sobre todos, mas as forças sociais e políticas identificadas com as demandas sociais são mais exigidas. Cabe a elas, as forças democráticas, patrióticas, populares, tomarem a dianteira onde atuam, seja no âmbito institucional ou representativo, e desenvolver ações condizentes com a gravidade do problema. O Brasil precisa, mais do que nunca, dessa soma de esforços para enfrentar mais um desafio de grandes proporções.
Apesar da irresponsabilidade de Bolsonaro, do desastre que é seu governo, o Brasil enfrentará e vencerá essa crise.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: