Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:
Os sucessivos panelaços que o presidente Jair Bolsonaro vem enfrentando desde a última terça-feira (17) demonstram que o “derretimento” da sua popularidade é inevitável, segundo o cientista político e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) Vitor Marchetti. A crise decorrente da pandemia do coronavírus tem feito setores da classe média, que ajudaram a eleger o presidente, a despertar para os efeitos das suas ações.
São microempresários, comerciantes e profissionais liberais que foram seduzidos pelo discurso de suposto combate à corrupção e promessas de crescimento econômico, representados pelos ministros Sergio Moro e Paulo Guedes. Sem as expectativas correspondidas nos dois campo, na medida em que o presidente se isola junto a grupos radicais de extrema-direita, a tendência é que essas parcelas da população se afastem ainda mais do atual presidente.
Segundo Marchetti, a pandemia de coronavírus tem servido para demonstrar os efeitos do desmonte do Estado promovido pelas políticas do governo Bolsonaro, iniciadas ainda no governo anterior, com as ditas “reformas” trabalhista e da Previdência, que teriam os efeitos sentidos mais a médio e longo prazos.
“Os empregos, em sua maior parte, são precários. A economia não vinha decolando. Só o dólar que sobe. Uma série de medidas econômicas já não estava produzindo os efeitos pretendidos. A gente sabia que ia bater no bolso. Na hora que isso se materializa na geladeira, as pessoas passam a ter percepções políticas distintas. A pandemia antecipou esses efeitos”, afirmou Marchetti ao jornalista Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta sexta-feira (20).
São microempresários, comerciantes e profissionais liberais que foram seduzidos pelo discurso de suposto combate à corrupção e promessas de crescimento econômico, representados pelos ministros Sergio Moro e Paulo Guedes. Sem as expectativas correspondidas nos dois campo, na medida em que o presidente se isola junto a grupos radicais de extrema-direita, a tendência é que essas parcelas da população se afastem ainda mais do atual presidente.
Segundo Marchetti, a pandemia de coronavírus tem servido para demonstrar os efeitos do desmonte do Estado promovido pelas políticas do governo Bolsonaro, iniciadas ainda no governo anterior, com as ditas “reformas” trabalhista e da Previdência, que teriam os efeitos sentidos mais a médio e longo prazos.
“Os empregos, em sua maior parte, são precários. A economia não vinha decolando. Só o dólar que sobe. Uma série de medidas econômicas já não estava produzindo os efeitos pretendidos. A gente sabia que ia bater no bolso. Na hora que isso se materializa na geladeira, as pessoas passam a ter percepções políticas distintas. A pandemia antecipou esses efeitos”, afirmou Marchetti ao jornalista Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta sexta-feira (20).
Evangélicos
Além de parte da classe média, o cientista político destaca os evangélicos como outro grupo importante na base de sustentação social do governo Bolsonaro. Ele afirma que a atitude de certos líderes religiosos em relação aos efeitos da pandemia e à manutenção da defesa intransigente do presidente pode levar ao afastamento desse grupo.
“Se os pastores continuarem a tensionar, com a manutenção de cultos e a defesa do Bolsonaro, essas pessoas, que são muito mais vulneráveis, vão começar a sentir os efeitos dessa pandemia, do ponto de vista de saúde e da economia, e vão começar a perder a confiança nessas lideranças.”
Além de parte da classe média, o cientista político destaca os evangélicos como outro grupo importante na base de sustentação social do governo Bolsonaro. Ele afirma que a atitude de certos líderes religiosos em relação aos efeitos da pandemia e à manutenção da defesa intransigente do presidente pode levar ao afastamento desse grupo.
“Se os pastores continuarem a tensionar, com a manutenção de cultos e a defesa do Bolsonaro, essas pessoas, que são muito mais vulneráveis, vão começar a sentir os efeitos dessa pandemia, do ponto de vista de saúde e da economia, e vão começar a perder a confiança nessas lideranças.”
Diálogo
Caberá aos setores de oposição ao atual governo buscarem se reconectar com esses grupos, com propostas baseadas no fortalecimento do atendimento do Estado e adoção de políticas públicas “mais responsáveis e republicanas”, segundo Marchetti. “Com essa crise de legitimidade, essas pessoas passam a estar mais abertas a ouvir. É o momento de ampliar o diálogo e falar dos riscos que esse governo representa, principalmente para os mais pobres.”
Caberá aos setores de oposição ao atual governo buscarem se reconectar com esses grupos, com propostas baseadas no fortalecimento do atendimento do Estado e adoção de políticas públicas “mais responsáveis e republicanas”, segundo Marchetti. “Com essa crise de legitimidade, essas pessoas passam a estar mais abertas a ouvir. É o momento de ampliar o diálogo e falar dos riscos que esse governo representa, principalmente para os mais pobres.”
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