Fotos: Instagram/Gustavo Bebianno |
A morte súbita do ex-bolsonarista Gustavo Bebianno – que sofreu um infarto no sábado (14) em seu sítio em Teresópolis – causou estranhamento. Ele presidiu o PSL, coordenou a campanha do "capetão", virou ministro no laranjal, mas não durou muito tempo no cargo. Foi defenestrado e virou alvo do ódio do clã Bolsonaro.
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Para o empresário Paulo Marinho, outro ex-bolsonarista, a morte de Bebianno decorreu das tensões políticas com o clã Bolsonaro. Recentemente, os dois inclusive deixaram o PSL e ingressaram no PSDB. "Eu perdi um irmão. Gustavo morreu de tristeza por tudo que ele passou", garante Marinho.
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No mesmo rumo, o senador Major Olímpio (PSL-SP) acha que o infarto tem relação com a tensão política dos últimos meses. "Bebianno teve um papel decisivo e foi fundamental para a eleição de 2018. Foi injustiçado e emotivo como era, ele agonizava a cada dia com a tristeza da execração pública não merecida".
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Já a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que agora virou alvo das milícias digitais bolsonaristas, afirma que Bebianno "foi injustiçado, maltratado, ofendido. Ele pretendia provar que sempre disse a verdade". Morreu antes! Até agora, o "capetão" não se pronunciou sobre a morte do seu ex-braço direito!
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“A característica dos Bolsonaro é a ingratidão. Não esperávamos nada deles, até preferimos o silêncio. A minha estranheza se dá pelo silêncio de Paulo Guedes e de outros ministros que ficaram ao lado dele no passado”, lamenta o empresário Paulo Marinho em notinha na Folha.
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O blogueiro Kennedy Alencar atiça o estranhamento ao postar que Bebianno "nunca revelou os podres da campanha bolsonarista, como a máquina de fake news com disparos pelos WhatsApp... Há rumores de que ele teria deixado gravações e cartas com essas informações". Ele temia ser morto!
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Já o blogueiro Luis Nassif, sempre bem informado, reforça as dúvidas na postagem intitulada "A morte de Bebianno e as técnicas de assassinato simulado em ataque cardíaco". Para ele, o episódio "é um capítulo a mais na tenebrosa história do país rumo à era do crime institucionalizado".
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Sem descartar a morte por causa natural, Nassif lembra que "Adriano da Nóbrega e Gustavo Bebianno eram testemunhas centrais, capazes de produzir um terremoto político, em função de informações que detinham sobre a família Bolsonaro". Um foi executado na Bahia numa operação suspeita; outro foi vítima de infarto.
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Nassif lembra que "em conversas com jornalistas, no final da entrevista ao Roda Viva [da TV Cultura], Bebianno evitou responder algumas perguntas, alegando receio de sofrer algum atentado". O ex-braço direito de Bolsonaro estava sofrendo ameaças? O sinistro Moro vai investigar?
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Sobre as cartas escritas pelo receoso Gustavo Bebianno, a primeira foi postada nesta semana em vários sites. Ela foi escrita logo após a sua exoneração do laranjal, em fevereiro de 2019. Endereçada ao “meu capitão”, a carta centra as críticas no filhote 02, o pitbull Carlos Bolsonaro, mas também fustiga o presidente do ódio.
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“Carlos vive em uma prisão mental e emocional. Sofre intensamente em função do próprio ódio. Cultiva esse ódio contra tudo e contra todos, principalmente contra as pessoas por quem o senhor demonstra afeto. Ele é consumido pelo ódio 24h por dia... Aprendeu a ser assim e não sabe fazer de outra forma”, afirma Bebianno.
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Em outro trecho, o ex-braço direito de Bolsonaro dispara: “O senhor tem alimentado essa situação... Para manter o vínculo afetivo com ele, para manter a conexão física e emocional, o senhor embarca nessas fantasias, nessas paranoias, nas eternas teorias de conspiração. Carlos aprendeu a ser assim com o senhor”.
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“Foi o senhor que o ensinou, desde pequeno, a viver em confronto. Vide o que assumiu contra a própria mãe, ainda quando jovem”. Deixando de lado o Carluxo, Bebianno dispara: “O senhor cultiva e alimenta teorias de conspiração, intrigas e ódio, e ensinou seus filhos a fazerem o mesmo. O melhor discípulo foi o Carlos”.
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“O problema é que ele é muito forte, muito intenso, e o senhor perdeu o controle sobre o ‘pitbull’. Hoje, ele morde aleatoriamente as pessoas, sem que o senhor consiga segurá-lo. Pior do que isso, quando o senhor tenta segurá-lo, ele se vira e morde o senhor mesmo”. De fato, Bebianno conhecia o doentio clã Bolsonaro.
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