Por Altamiro Borges
Isolado e cambaleante, Jair Bolsonaro decidiu usar a tal da cloroquina como sua salvação. Inimigo da ciência, o "capetão" virou garoto propaganda do remédio. Mas ainda não há qualquer comprovação científica – no mundo e no Brasil – sobre a eficácia do medicamento no tratamento do coronavírus.
Segundo informa a Folha, "o Conselho Federal de Medicina deve se posicionar nos próximos dias sobre o uso da cloroquina para o coronavírus. Mas já avisou o Ministério da Saúde que não encontrou na literatura científica nenhum estudo que comprove que o remédio funcione no tratamento".
Ainda segundo o jornal, o CFM até ouviu, por três horas, a doutora Nise Yamaguchi, já apelidada de "médica do fascista". Mas ela "não convenceu" os conselheiros e não apresentou base científica. "A tendência, portanto, é de não recomendar o uso indiscriminado do remédio, apesar dos apelos de Bolsonaro".
British Medical Journal e Lancet
Já O Globo estampa no título: "Cloroquina: única certeza são os efeitos colaterais”. O jornal relata que "duas das publicações de pesquisa em medicina mais importantes do mundo acabam de fazer alertas contra o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19".
Uma delas, a respeitada British Medical Journal adverte em editorial que “o uso dessas drogas é prematuro e potencialmente prejudicial”. Já a revista Lancet, uma das mais importantes da medicina mundial, critica os governos dos EUA e da França, “que autorizaram o uso dessas drogas sem garantia de segurança”.
A revista Lancet destaca que a Organização Mundial da Saúde reafirmou que “não há informação suficiente para mostrar a eficácia dessas drogas no tratamento de paciente com Covid-19, ou em prevenir que alguém contraia coronavírus”. Outras instituições de saúde do mundo inteiro têm feito o mesmo alerta.
“O que eu sei como cardiologista é que esses medicamentos têm efeitos colaterais importantes, incluindo a rara morte súbita”, disse à revista Lancet, Michael Ackerman, diretor da Clínica Windland Smith Rice, uma das divisões da Clínica de Mayo nos EUA.
A revista Lancet ainda ouviu a ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina de 2008 e presidenta do comitê de pesquisa da Covid-19 da França, a imunologista Françoise Barré-Sinoussi. Ela afirma que “a cloroquina pode ter efeitos deletérios nos pacientes e aumentar o risco para o coração”.
Efeitos colaterais na França e Suécia
O site UOL também aborda o uso desses medicamentos no exterior. "Na França, pacientes com coronavírus tratados com hidroxicloroquina apresentaram problemas cardíacos e quatro deles morreram, informou a Agência Nacional de Vigilância de Medicamentos francesa, a ANSM".
Como base em reportagem do jornal L`Express, o UOL relata que "a agência francesa informou ter identificado ao menos 43 pacientes com complicações cardíacas após o uso de hidroxicloroquina no tratamento... Sete pacientes sofreram paradas cardíacas e, entre esses, quatro morreram".
Outra notinha do UOL informa que "hospitais de ponta da Suécia interromperam o uso do medicamento cloroquina em pacientes infectados com coronavírus em consequência de relatos de graves efeitos colaterais – como arritmias cardíacas e perda de visão periférica".
"Tomamos a decisão de interromper o uso da cloroquina diante da série de casos suspeitos de efeitos colaterais severos, sobre os quais tivemos notícia tanto aqui na Suécia como através de colegas de hospitais em outros países", destacou o professor Magnus Gisslén – relata o UOL.
Trump e seu vira-lata sarnento
Donald Trump e seu vira-lata sarnento no Brasil são hoje os maiores defensores da cloroquina. Mas o jornal New York Times revelou recentemente que a posição do presidente do EUA pode ser motivada por interesses pessoais: ele é acionista da Sanofi, a indústria farmacêutica que detém a patente da droga.
Ainda segundo a bombástica reportagem do jornal New York Times, um dos principais acionistas da empresa farmacêutica Sanofi é Ken Fisher, que está entre os maiores doares de campanha para o Partido Republicano de Donald Trump. Mas tudo é pura coincidência. O maluco ianque é santo!
Também por pura coincidência, o site Metrópoles relata que o "medicamento composto por hidroxicloroquina que o presidente Bolsonaro tem propagandeado como esperança de cura para a Covid-19 é produzido por uma empresa farmacêutica, Apsen, que tem como dono um grande entusiasta do bolsonarismo".
Ainda segundo o site, "a Apsen, que registrou lucro de R$ 696 milhões em 2018, produz o Reuquinol, que Bolsonaro mostrou até para líderes do G-20... Presidente da empresa, Renato Spallicci faz apaixonada defesa de Jair Bolsonaro e críticas ao PT em suas redes sociais".
Isolado e cambaleante, Jair Bolsonaro decidiu usar a tal da cloroquina como sua salvação. Inimigo da ciência, o "capetão" virou garoto propaganda do remédio. Mas ainda não há qualquer comprovação científica – no mundo e no Brasil – sobre a eficácia do medicamento no tratamento do coronavírus.
Segundo informa a Folha, "o Conselho Federal de Medicina deve se posicionar nos próximos dias sobre o uso da cloroquina para o coronavírus. Mas já avisou o Ministério da Saúde que não encontrou na literatura científica nenhum estudo que comprove que o remédio funcione no tratamento".
Ainda segundo o jornal, o CFM até ouviu, por três horas, a doutora Nise Yamaguchi, já apelidada de "médica do fascista". Mas ela "não convenceu" os conselheiros e não apresentou base científica. "A tendência, portanto, é de não recomendar o uso indiscriminado do remédio, apesar dos apelos de Bolsonaro".
British Medical Journal e Lancet
Já O Globo estampa no título: "Cloroquina: única certeza são os efeitos colaterais”. O jornal relata que "duas das publicações de pesquisa em medicina mais importantes do mundo acabam de fazer alertas contra o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19".
Uma delas, a respeitada British Medical Journal adverte em editorial que “o uso dessas drogas é prematuro e potencialmente prejudicial”. Já a revista Lancet, uma das mais importantes da medicina mundial, critica os governos dos EUA e da França, “que autorizaram o uso dessas drogas sem garantia de segurança”.
A revista Lancet destaca que a Organização Mundial da Saúde reafirmou que “não há informação suficiente para mostrar a eficácia dessas drogas no tratamento de paciente com Covid-19, ou em prevenir que alguém contraia coronavírus”. Outras instituições de saúde do mundo inteiro têm feito o mesmo alerta.
“O que eu sei como cardiologista é que esses medicamentos têm efeitos colaterais importantes, incluindo a rara morte súbita”, disse à revista Lancet, Michael Ackerman, diretor da Clínica Windland Smith Rice, uma das divisões da Clínica de Mayo nos EUA.
A revista Lancet ainda ouviu a ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina de 2008 e presidenta do comitê de pesquisa da Covid-19 da França, a imunologista Françoise Barré-Sinoussi. Ela afirma que “a cloroquina pode ter efeitos deletérios nos pacientes e aumentar o risco para o coração”.
Efeitos colaterais na França e Suécia
O site UOL também aborda o uso desses medicamentos no exterior. "Na França, pacientes com coronavírus tratados com hidroxicloroquina apresentaram problemas cardíacos e quatro deles morreram, informou a Agência Nacional de Vigilância de Medicamentos francesa, a ANSM".
Como base em reportagem do jornal L`Express, o UOL relata que "a agência francesa informou ter identificado ao menos 43 pacientes com complicações cardíacas após o uso de hidroxicloroquina no tratamento... Sete pacientes sofreram paradas cardíacas e, entre esses, quatro morreram".
Outra notinha do UOL informa que "hospitais de ponta da Suécia interromperam o uso do medicamento cloroquina em pacientes infectados com coronavírus em consequência de relatos de graves efeitos colaterais – como arritmias cardíacas e perda de visão periférica".
"Tomamos a decisão de interromper o uso da cloroquina diante da série de casos suspeitos de efeitos colaterais severos, sobre os quais tivemos notícia tanto aqui na Suécia como através de colegas de hospitais em outros países", destacou o professor Magnus Gisslén – relata o UOL.
Trump e seu vira-lata sarnento
Donald Trump e seu vira-lata sarnento no Brasil são hoje os maiores defensores da cloroquina. Mas o jornal New York Times revelou recentemente que a posição do presidente do EUA pode ser motivada por interesses pessoais: ele é acionista da Sanofi, a indústria farmacêutica que detém a patente da droga.
Ainda segundo a bombástica reportagem do jornal New York Times, um dos principais acionistas da empresa farmacêutica Sanofi é Ken Fisher, que está entre os maiores doares de campanha para o Partido Republicano de Donald Trump. Mas tudo é pura coincidência. O maluco ianque é santo!
Também por pura coincidência, o site Metrópoles relata que o "medicamento composto por hidroxicloroquina que o presidente Bolsonaro tem propagandeado como esperança de cura para a Covid-19 é produzido por uma empresa farmacêutica, Apsen, que tem como dono um grande entusiasta do bolsonarismo".
Ainda segundo o site, "a Apsen, que registrou lucro de R$ 696 milhões em 2018, produz o Reuquinol, que Bolsonaro mostrou até para líderes do G-20... Presidente da empresa, Renato Spallicci faz apaixonada defesa de Jair Bolsonaro e críticas ao PT em suas redes sociais".
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