Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Bolsonaro conseguiu empurrar o Brasil para o relaxamento da quarentena, que pode nos levar a uma propagação descontrolada da Covid-19, com hospitais lotados e milhares de infectados e mortos.
A um desastre de grandes proporções.
O prognóstico sombrio pode ter abalado a disposição do ministro da Saúde, Henrique Mandetta de permanecer no cargo: ficando, vai pagar a conta pela irresponsabilidade de Bolsonaro.
Ontem ele o desafiou em entrevista ao Fantástico, cobrando “uma fala única, uma fala unificada”, pois os brasileiros ficam sem saber se ouvem o ministro ou o presidente.
Não há como medir o peso do efeito-Bolsonaro sobre o perigoso aumento da circulação de pessoas nos últimos dias, com pessoas aglomeradas nas mais diversas situações.
Mas que ele pesou, pesou. Desde quinta-feira, Bolsonaro não passou um só dia sem dar mau exemplo ou sem pregar contra o “fecha tudo” e defendendo o uso da cloroquina, o que induz à despreocupação com o vírus, pois haveria cura, o que não é verdade. O remédio ainda não testado, pelo contrário, pode matar. Já matou.
Na quinta-feira ele foi lanchar numa padaria, na sexta foi a uma farmácia, no sábado vistoriou o hospital de campanha de Águas Lindas (GO), onde cumprimentou o governador Ronaldo Caiada com uma frase imperdoável: “agora é contaminação geral”.
Ali também abraçou pessoas, apertou mãos, tirou fotografias e só não esfregou o nariz com a mão, como fez na padaria.
E no domingo, em teleconferência com líderes religiosos apoiadores, diante dos números alarmantes, teve a coragem de dizer que o vírus “parece estar indo embora”.
Em postagem, disse que o aumento do desemprego é resultado do “fecha tudo”, do “fica em casa”.
Na última semana, a de maior relaxamento da quarentena, a epidemia galopou no Brasil. Na segunda-feira passada tínhamos 11 mil casos e 487 mortes.
Hoje, oito dias depois, temos mais de 22 mil casos e 1.223 mortes.
Casos duplicaram e mortes mais que dobraram.
Mas ruim mesmo vai ficar no final do mês e ao longo de maio, dizem todas as autoridades sanitárias credenciadas a fazer previsões.
Mandetta mesmo disse na entrevista ao Fantástico que as cobranças serão imensas, que o ministério vai ser criticado, enfim, que terá de aparecer um culpado para ser espancado. E não vai ser Bolsonaro. Será ele.
Mandetta vinha dizendo que só sairia se fosse demitido. Chegou a peitar Bolsonaro: “por que você não demite?” Não houve resposta e Mandetta ficou.
Ainda estava curtindo o papel de herói, as altas taxas de aprovação, a possibilidade de ficar na História como o ministro que enfrentou o mais grave desafio sanitário de nossos tempos.
Mas agora, diante dos sinais de catástrofe, ele pode estar pensando na autopreservação.
Pode não estar disposto a pagar a conta pelo desastre que Bolsonaro cavou.
Bolsonaro conseguiu empurrar o Brasil para o relaxamento da quarentena, que pode nos levar a uma propagação descontrolada da Covid-19, com hospitais lotados e milhares de infectados e mortos.
A um desastre de grandes proporções.
O prognóstico sombrio pode ter abalado a disposição do ministro da Saúde, Henrique Mandetta de permanecer no cargo: ficando, vai pagar a conta pela irresponsabilidade de Bolsonaro.
Ontem ele o desafiou em entrevista ao Fantástico, cobrando “uma fala única, uma fala unificada”, pois os brasileiros ficam sem saber se ouvem o ministro ou o presidente.
Não há como medir o peso do efeito-Bolsonaro sobre o perigoso aumento da circulação de pessoas nos últimos dias, com pessoas aglomeradas nas mais diversas situações.
Mas que ele pesou, pesou. Desde quinta-feira, Bolsonaro não passou um só dia sem dar mau exemplo ou sem pregar contra o “fecha tudo” e defendendo o uso da cloroquina, o que induz à despreocupação com o vírus, pois haveria cura, o que não é verdade. O remédio ainda não testado, pelo contrário, pode matar. Já matou.
Na quinta-feira ele foi lanchar numa padaria, na sexta foi a uma farmácia, no sábado vistoriou o hospital de campanha de Águas Lindas (GO), onde cumprimentou o governador Ronaldo Caiada com uma frase imperdoável: “agora é contaminação geral”.
Ali também abraçou pessoas, apertou mãos, tirou fotografias e só não esfregou o nariz com a mão, como fez na padaria.
E no domingo, em teleconferência com líderes religiosos apoiadores, diante dos números alarmantes, teve a coragem de dizer que o vírus “parece estar indo embora”.
Em postagem, disse que o aumento do desemprego é resultado do “fecha tudo”, do “fica em casa”.
Na última semana, a de maior relaxamento da quarentena, a epidemia galopou no Brasil. Na segunda-feira passada tínhamos 11 mil casos e 487 mortes.
Hoje, oito dias depois, temos mais de 22 mil casos e 1.223 mortes.
Casos duplicaram e mortes mais que dobraram.
Mas ruim mesmo vai ficar no final do mês e ao longo de maio, dizem todas as autoridades sanitárias credenciadas a fazer previsões.
Mandetta mesmo disse na entrevista ao Fantástico que as cobranças serão imensas, que o ministério vai ser criticado, enfim, que terá de aparecer um culpado para ser espancado. E não vai ser Bolsonaro. Será ele.
Mandetta vinha dizendo que só sairia se fosse demitido. Chegou a peitar Bolsonaro: “por que você não demite?” Não houve resposta e Mandetta ficou.
Ainda estava curtindo o papel de herói, as altas taxas de aprovação, a possibilidade de ficar na História como o ministro que enfrentou o mais grave desafio sanitário de nossos tempos.
Mas agora, diante dos sinais de catástrofe, ele pode estar pensando na autopreservação.
Pode não estar disposto a pagar a conta pelo desastre que Bolsonaro cavou.
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