Por Jeferson Miola, em seu blog:
A pandemia do Covid-19 está colocando em evidência o racismo entranhado e institucionalizado na nossa sociedade. E este racismo é muito, mas muuiiitttooo profundo.
É um racismo atávico, que está subjetivado em cada um de nós em distintos gradientes! Mas, o pavoroso, é que está em cada um de nós!
A forma como a classe média branca vive a quarentena é glamourizada nos meios de comunicação, inclusive em colunas de colunistas que, apesar de merecerem todas reverências e o maior respeito profissional, só publicam fotos-resenhas de branquelos no conforto da família e dos seus lares despojados, iluminados e bem ventilados …
Por isso tem sido cada dia mais triste [e, também, decepcionante] acompanhar a coluna da excepcional Mônica Bergamo.
A forma como o povo pobre, favelado e preto padece e sobrevive para enfrentar o Covid-19 simplesmente não aparece no noticiário. Apesar de ser maioria, o pobre incrivelmente não é reportado nem por colunistas humanistas. Menos ainda devemos nos iludir que sua realidade venha a ser reportada pelo jornalismo mercantil!
O pobre, preto e favelado normalmente aparece numa única circunstância: quando já tomou parte da estatística de óbitos – e isso se a raça do cadáver for catalogada, o que via de regra não acontece, talvez para omitir a diferença abismal entre o número superior de negros mortos em relação aos mortos não-negros.
Afinal, para alguma coisa, mesmo que para estatística, essa gente negra e escrava serve, além de nos servir até o descarte, até ser transformada em bagaço ….
A peste trazida pela elite viajante, que trouxe o vírus do estrangeiro depois de viagens a negócios ou de viagens a turismo, deverá se alastrar “democraticamente” entre quase todos extratos populacionais.
Os efeitos do vírus, porém, assim como suas consequências, não serão nada democráticos.
A população negra e pobre, principalmente a população feminina, será a que mais sofrerá e a que mais está exposta ao risco de extermínio.
Este fenômeno é verificável em todo mundo. Aconteceu na Ásia, está acontecendo na Europa, em Nova Iorque, e também acontecerá no Brasil. Porém, aqui, com ainda maior dramaticidade, devido ao padrão de miséria social do nosso país.
A classe miserável, composta por uberizados [iludidos como “empreendedores”, os escravos modernos]; por desempregados e por desalentados, tem um contingente de cerca de 110 milhões de brasileiros e brasileiras. A maioria deles, negra.
O caso da empregada doméstica que morreu sem atendimento, depois de ser contaminada pela patroa bem aquinhoada que se salvou com atendimento a tempo, enquanto ela, a empregada, não foi socorrida a tempo, é um emblema desta realidade racista e macabra.
O povo preto e favelado está consciente de que é duplamente ameaçado. Sabe que sofre tanto a ameaça do Covid-19 e, ao mesmo tempo, sabe que sofre com o abandono do necro-governo [aqui] do genocida Bolsonaro.
Para o povo da favela e da periferia não há escolha: ou se auto-organiza e se defende, ou assiste à dizimação dos seus em escala industrial.
São comoventes as experiências como a de Paraisópolis, da Rocinha e outras iniciativas solidárias que se multiplicam país afora, e que deverão contribuir para a diminuição da magnitude da catástrofe.
Nossos irmãos negros e nossas irmãs negras, que vivem permanentemente com a sentença de morte decretada, teimam em sobreviver.
Sobreviver com eles é aprender a viver a única vida que vale a pena, que é a vida da igualdade, do cuidado, da solidariedade e da resistência a toda e qualquer forma de expressão do fascismo e do racismo.
Basta ao racismo!
A pandemia do Covid-19 está colocando em evidência o racismo entranhado e institucionalizado na nossa sociedade. E este racismo é muito, mas muuiiitttooo profundo.
É um racismo atávico, que está subjetivado em cada um de nós em distintos gradientes! Mas, o pavoroso, é que está em cada um de nós!
A forma como a classe média branca vive a quarentena é glamourizada nos meios de comunicação, inclusive em colunas de colunistas que, apesar de merecerem todas reverências e o maior respeito profissional, só publicam fotos-resenhas de branquelos no conforto da família e dos seus lares despojados, iluminados e bem ventilados …
Por isso tem sido cada dia mais triste [e, também, decepcionante] acompanhar a coluna da excepcional Mônica Bergamo.
A forma como o povo pobre, favelado e preto padece e sobrevive para enfrentar o Covid-19 simplesmente não aparece no noticiário. Apesar de ser maioria, o pobre incrivelmente não é reportado nem por colunistas humanistas. Menos ainda devemos nos iludir que sua realidade venha a ser reportada pelo jornalismo mercantil!
O pobre, preto e favelado normalmente aparece numa única circunstância: quando já tomou parte da estatística de óbitos – e isso se a raça do cadáver for catalogada, o que via de regra não acontece, talvez para omitir a diferença abismal entre o número superior de negros mortos em relação aos mortos não-negros.
Afinal, para alguma coisa, mesmo que para estatística, essa gente negra e escrava serve, além de nos servir até o descarte, até ser transformada em bagaço ….
A peste trazida pela elite viajante, que trouxe o vírus do estrangeiro depois de viagens a negócios ou de viagens a turismo, deverá se alastrar “democraticamente” entre quase todos extratos populacionais.
Os efeitos do vírus, porém, assim como suas consequências, não serão nada democráticos.
A população negra e pobre, principalmente a população feminina, será a que mais sofrerá e a que mais está exposta ao risco de extermínio.
Este fenômeno é verificável em todo mundo. Aconteceu na Ásia, está acontecendo na Europa, em Nova Iorque, e também acontecerá no Brasil. Porém, aqui, com ainda maior dramaticidade, devido ao padrão de miséria social do nosso país.
A classe miserável, composta por uberizados [iludidos como “empreendedores”, os escravos modernos]; por desempregados e por desalentados, tem um contingente de cerca de 110 milhões de brasileiros e brasileiras. A maioria deles, negra.
O caso da empregada doméstica que morreu sem atendimento, depois de ser contaminada pela patroa bem aquinhoada que se salvou com atendimento a tempo, enquanto ela, a empregada, não foi socorrida a tempo, é um emblema desta realidade racista e macabra.
O povo preto e favelado está consciente de que é duplamente ameaçado. Sabe que sofre tanto a ameaça do Covid-19 e, ao mesmo tempo, sabe que sofre com o abandono do necro-governo [aqui] do genocida Bolsonaro.
Para o povo da favela e da periferia não há escolha: ou se auto-organiza e se defende, ou assiste à dizimação dos seus em escala industrial.
São comoventes as experiências como a de Paraisópolis, da Rocinha e outras iniciativas solidárias que se multiplicam país afora, e que deverão contribuir para a diminuição da magnitude da catástrofe.
Nossos irmãos negros e nossas irmãs negras, que vivem permanentemente com a sentença de morte decretada, teimam em sobreviver.
Sobreviver com eles é aprender a viver a única vida que vale a pena, que é a vida da igualdade, do cuidado, da solidariedade e da resistência a toda e qualquer forma de expressão do fascismo e do racismo.
Basta ao racismo!
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