sábado, 16 de maio de 2020

Terroristas acampam em Brasília. E agora?

Por Altamiro Borges

Finalmente alguém decidiu tomar uma atitude, embora tímida, contra os terroristas acampados em Brasília desde o início de maio. Segundo a Folha, "Promotoria pede busca e apreensão contra grupo de apoiadores de Bolsonaro. Objetivo da ação é procurar armas de fogo no acampamento do movimento 300 do Brasil".

O jornal informa que o Ministério Público do Distrito Federal ingressou na quarta-feira (13) com ação civil pública contra os líderes do movimento '300 do Brasil' – uma seita fascista que apoia o "capetão" Bolsonaro e prega o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e volta da ditadura militar.


A ação do MP foi assinada pelos promotores Flávio Milhomem e Nísio Tostes. Eles pedem o fim imediato do acampamento, operações de busca e apreensão no local e a revista pessoal em integrantes do movimento para encontrar armas de fogo em situação irregular.

Os promotores descrevem a seita como uma "milícia armada" e afirmam que sua presença na capital federal “representa inequívoco dano à ordem e segurança públicas". A ação também coloca a patética Sara Winter, autointitulada líder da seita, na posição de ré. Só faltou pedir a prisão dela e dos outros terroristas!

O que prega Sara Winter?

Em entrevista à Folha, a chefona do grupo terrorista "reconheceu que alguns integrantes do 300 do Brasil possuíam armas de fogo... Mas ressaltou que elas eram usadas para a defesa de membros do acampamento e não nas atividades de militância". Sara Winter é uma oportunista perigosa, sem qualquer escrúpulo.

Já em uma live no YouTube na quinta-feira (14) , após a decisão do MP, ela deixou explícito que o acampamento “300 pelo Brasil” é só o primeiro passo de um projeto maior da organização de extrema-direita, com a finalidade de “ocupar as ruas” e “colocar medo nas pessoas” que contrariam o bolsonarismo.

Ela ainda lamentou que os brasileiros não portem armas de fogo, como nos EUA, e incentivou escrachos com direito a “estrume na porta” do ministro Gilmar Mendes, do STF, e outras ações contra representantes do Judiciário e do Legislativo. Ela também desancou a decisão dos promotores do Distrito Federal.

“A gente entende que se faz mudança por vias do respeito ou por vias do medo... Foi isso que eu aprendi na Ucrânia e é isso que estou ensinando aqui: como conseguimos derrubar uma ditadura mesmo sem utilizar armas”, teorizou. Sara Winter diz ter iniciado sua militância no grupo Femen e ser “formada na Ucrânia”.

Ela também insinuou que seu grupelho possui os endereços de autoridades públicas em Brasília. E afirmou que estimula seus seguidores a praticarem atos de escracho. “Compra 20 quilos de estrume e joga na porta do Gilmar Mendes, na porta do Doria, do Witzel. Merda se joga na merda. Lixo se joga no lixo”, esbravejou.

Investigação e punição exemplar

Diante desses fatos graves, o Instituto Sou da Paz encaminhou parecer sobre a ação do grupelho à Câmara Legislativa do Distrito Federal, ao Ministério Público e à Secretaria de Segurança Pública. O parecer aponta haver indícios de crimes em função do porte de armas no acampamento.

Para o instituto, a seita viola o artigo 5º da Constituição e está enquadrado no artigo 288 do Código Penal, que trata de grupos paramilitares. "O parecer também rebate a declaração da líder Sara Winter, em relação aos CACs, que teriam autorização para o porte de armas".

Na avaliação do Sou da Paz, o decreto que versa sobre a ação dos “Caçadores, Atiradores e Colecionadores” (CACs) autoriza conduzir a arma apenas no percurso entre o local em que ela está armazenada e o local da prática ou competição. O porte de arma não está liberado para acampamento terrorista!

Um comentário:

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