Por Luis Felipe Miguel
Uma pergunta óbvia: por que Weintraub não cai?
É óbvio que, se o governo não fosse o que é, alguém como ele jamais teria sido cogitado para cargo algum. A ausência de qualidades intelectuais e morais que o recomendem nem o singulariza entre os colegas.
Talvez o que o diferencie seja a nudez com que seus déficits são expostos.
Afinal, Guedes finge que sabe conduzir a política econômica de um país. Ernesto Araújo tem um blog em que usa palavras complicadas.
Weintraub, nem isso.
Expõe em declarações diárias o desconhecimento absoluto da área que deveria gerir.
Tem uma conta no Twitter em que reforma o vernáculo e dá espetáculos de baixaria ao responder a seus críticos. (Defende-se dizendo que é "liberdade de expressão", mas tomou gosto por mover processos intimidatórios contra seus muitos críticos.)
Isso fez de Weintraub o patinho feio do governo Bolsonaro. Sempre que alguém do centro para a direita quer mostrar como é firme contra o governo, dá um sopapo nele. Maia, Tabata, o Estadão... Todo mundo faz isso. É o alvo óbvio. É o alvo fácil.
Li hoje que, quando Alcolumbre devolveu a MP inconstitucional da intervenção nas universidades durante a pandemia, Weintraub ligou para ele.
Mas o presidente do Senado preferiu nem atender.
Se Weintraub acha que vale a pena sofrer esse tipo de humilhação, dia sim, dia também, para permanecer no cargo, o problema é dele.
Mas para o governo certamente é desfuncional manter um ministro que não tem nenhum canal de diálogo com ninguém, que é alvo de desprezo unânime.
O que nos leva de volta à pergunta óbvia: por que Weintraub não cai?
Não creio que a lealdade canina em relação a Bolsonaro - uma qualidade, se é que de qualidade se trata, que a ele não podemos negar - baste para explicar.
Weintraub se tornou um símbolo para o bolsonarismo.
O governo está aí, loteando cargos para o Centrão, recriando ministério para dar pro genro do SBT, mas mostra que não se curva a nenhum interesse ou pressão ao manter um ministro que todos dizem que deve ser demitido.
Um governo forte. Um governo indômito.
Weintraub, quem diria, é a demonstração de que Bolsonaro faz um governo "macho".
Essa não é uma qualificação desimportante.
Pelo contrário, é central na imagem que o bolsonarismo projeta.
Como movimento e como governo, ele evoca, permanentemente, todos os estereótipos da masculinidade: apreço à violência, equivalência entre negociação e derrota, voluntarismo impensado, inclinação a fazer bravatas, incapacidade de reconhecer os próprios erros.
Em suma: Weintraub fica porque, para o bolsonarismo, insistir no erro é mérito - e quanto mais o erro é evidente, mais mérito há.
Uma pergunta óbvia: por que Weintraub não cai?
É óbvio que, se o governo não fosse o que é, alguém como ele jamais teria sido cogitado para cargo algum. A ausência de qualidades intelectuais e morais que o recomendem nem o singulariza entre os colegas.
Talvez o que o diferencie seja a nudez com que seus déficits são expostos.
Afinal, Guedes finge que sabe conduzir a política econômica de um país. Ernesto Araújo tem um blog em que usa palavras complicadas.
Weintraub, nem isso.
Expõe em declarações diárias o desconhecimento absoluto da área que deveria gerir.
Tem uma conta no Twitter em que reforma o vernáculo e dá espetáculos de baixaria ao responder a seus críticos. (Defende-se dizendo que é "liberdade de expressão", mas tomou gosto por mover processos intimidatórios contra seus muitos críticos.)
Isso fez de Weintraub o patinho feio do governo Bolsonaro. Sempre que alguém do centro para a direita quer mostrar como é firme contra o governo, dá um sopapo nele. Maia, Tabata, o Estadão... Todo mundo faz isso. É o alvo óbvio. É o alvo fácil.
Li hoje que, quando Alcolumbre devolveu a MP inconstitucional da intervenção nas universidades durante a pandemia, Weintraub ligou para ele.
Mas o presidente do Senado preferiu nem atender.
Se Weintraub acha que vale a pena sofrer esse tipo de humilhação, dia sim, dia também, para permanecer no cargo, o problema é dele.
Mas para o governo certamente é desfuncional manter um ministro que não tem nenhum canal de diálogo com ninguém, que é alvo de desprezo unânime.
O que nos leva de volta à pergunta óbvia: por que Weintraub não cai?
Não creio que a lealdade canina em relação a Bolsonaro - uma qualidade, se é que de qualidade se trata, que a ele não podemos negar - baste para explicar.
Weintraub se tornou um símbolo para o bolsonarismo.
O governo está aí, loteando cargos para o Centrão, recriando ministério para dar pro genro do SBT, mas mostra que não se curva a nenhum interesse ou pressão ao manter um ministro que todos dizem que deve ser demitido.
Um governo forte. Um governo indômito.
Weintraub, quem diria, é a demonstração de que Bolsonaro faz um governo "macho".
Essa não é uma qualificação desimportante.
Pelo contrário, é central na imagem que o bolsonarismo projeta.
Como movimento e como governo, ele evoca, permanentemente, todos os estereótipos da masculinidade: apreço à violência, equivalência entre negociação e derrota, voluntarismo impensado, inclinação a fazer bravatas, incapacidade de reconhecer os próprios erros.
Em suma: Weintraub fica porque, para o bolsonarismo, insistir no erro é mérito - e quanto mais o erro é evidente, mais mérito há.
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