Por Emilio Chernavsky, no site Brasil Debate:
No último dia 29 foi divulgado o resultado das contas nacionais, que apontou a queda de 1,5% do PIB brasileiro em relação ao trimestre anterior e citou os efeitos da pandemia e do distanciamento social como seus causadores. A sugestão de que a pandemia teria levado uma economia de outro modo próspera à recessão foi amplamente reproduzida pela grande imprensa, que ajudou assim a propagar uma falsidade.
Pois, se é verdade que a pandemia possui impactos profundos sobre a economia, estes apenas passaram a ter relevo com a decretação pelos governos locais de medidas de afastamento social, o que, com poucas exceções, somente começou a se dar na segunda quinzena de março, afetando a atividade desse mês. Ocorre que, antes disso, a economia já estava parada.
Como mostra o gráfico, em fevereiro, quando praticamente nenhuma medida relacionada à pandemia havia ainda sido adotada no país, os volumes de vendas no comércio varejista, de atividades no setor de serviços, e da produção da indústria de transformação, estagnados havia meses, se situavam, os três, em patamares levemente inferiores aos registrados em outubro, no início do trimestre anterior.
No último dia 29 foi divulgado o resultado das contas nacionais, que apontou a queda de 1,5% do PIB brasileiro em relação ao trimestre anterior e citou os efeitos da pandemia e do distanciamento social como seus causadores. A sugestão de que a pandemia teria levado uma economia de outro modo próspera à recessão foi amplamente reproduzida pela grande imprensa, que ajudou assim a propagar uma falsidade.
Pois, se é verdade que a pandemia possui impactos profundos sobre a economia, estes apenas passaram a ter relevo com a decretação pelos governos locais de medidas de afastamento social, o que, com poucas exceções, somente começou a se dar na segunda quinzena de março, afetando a atividade desse mês. Ocorre que, antes disso, a economia já estava parada.
Como mostra o gráfico, em fevereiro, quando praticamente nenhuma medida relacionada à pandemia havia ainda sido adotada no país, os volumes de vendas no comércio varejista, de atividades no setor de serviços, e da produção da indústria de transformação, estagnados havia meses, se situavam, os três, em patamares levemente inferiores aos registrados em outubro, no início do trimestre anterior.
Era esse o estado real do país enquanto o ministro Guedes continuava a repetir que a economia estava decolando. Contrariando o panorama róseo que transmitia, contudo, as evidências se acumulavam. Mesmo antes de o ano começar, os dados positivos das vendas de Natal de 2019 divulgados pela Associação de Lojistas de Shoppings foram amplamente desmentidos por lojistas e por outras associações do setor.
Dados antecedentes menos otimistas continuaram a surgir com o passar das semanas e, em março, os indicadores do IBGE para janeiro foram divulgados mostrando números desanimadores. Isso não impediu que o ministro, em abril, ainda afirmasse que o Brasil estava decolando antes da crise do coronavírus. Vinda de um expoente do governo que, não obstante as dezenas de milhares de mortos, continua não reconhecendo a gravidade da crise de saúde pública provocada pela pandemia, essa completa negação da realidade não surpreende.
Tampouco surpreende a atitude da grande imprensa, que difunde a explicação oficial para a severa queda no PIB de modo a desresponsabilizar a condução da economia do ministro Guedes. Ela não consegue, entretanto, esconder o acúmulo de fracassos nem sua incapacidade de oferecer ao país um conjunto articulado de medidas eficazes para responder à crise econômica que deve continuar a se agravar.
Dados antecedentes menos otimistas continuaram a surgir com o passar das semanas e, em março, os indicadores do IBGE para janeiro foram divulgados mostrando números desanimadores. Isso não impediu que o ministro, em abril, ainda afirmasse que o Brasil estava decolando antes da crise do coronavírus. Vinda de um expoente do governo que, não obstante as dezenas de milhares de mortos, continua não reconhecendo a gravidade da crise de saúde pública provocada pela pandemia, essa completa negação da realidade não surpreende.
Tampouco surpreende a atitude da grande imprensa, que difunde a explicação oficial para a severa queda no PIB de modo a desresponsabilizar a condução da economia do ministro Guedes. Ela não consegue, entretanto, esconder o acúmulo de fracassos nem sua incapacidade de oferecer ao país um conjunto articulado de medidas eficazes para responder à crise econômica que deve continuar a se agravar.
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