Editorial do site Vermelho:
A combinação da crise econômica estrutural e de âmbito global com a pandemia do coronavírus vai desenhando um cenário dramático. O Brasil é um dos países em que essa resultante já apresenta dados alarmantes. Informações do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) mostram que a perda de ocupação entre os trabalhadores informais é mais do que o dobro em relação aos formais, formando um cenário social que se deteriora rápida e continuamente.
É óbvio que essa situação deveria ser tratada como prioridade absoluta. Teria de haver, em primeiro lugar, mecanismos que garantisse a manutenção das empresas, a primeira condição para a existência de emprego e renda. Para os informais, a emergência de um auxílio emergencial contínuo deveria ser a primeira preocupação, tendo em vista sua situação de precariedade econômica com a interrupção dos fluxos econômicos do país.
Mas o governo Bolsonaro não entende o problema por essa equação. Um mínimo de responsabilidade com o povo nesse momento exigiria desprendimento para que as diretrizes do Estado fossem alteradas, priorizando as urgências em detrimento dos privilégios garantidos pela engrenagem que move os recursos de quem paga a conta para os que recebem. Se em condições de normalidade esse mecanismo é profundamente injusto, com a pandemia ele adquire caráter criminoso
Para os informais e as parcelas vulneráveis da população, é preciso assegurar o auxílio emergencial de R$ 600 pelo menos até dezembro. Seria uma medida condizente com a tendência apontada pelo sociólogo Clemente Ganz Lúcio, consultor em trabalho, em entrevista a este Vermelho. Segundo ele, a crescente flexibilização do isolamento e o fim do auxílio emergencial indicam a perspectiva de que os trabalhadores informais tentam voltar ao mercado, engrossando a taxa de desemprego.
Manter em funcionamento a lógica imposta ao Estado pelo programa econômico do ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto esse cenário ganha cores cada vez mais dramáticas é uma indignidade, um comportamento condizente com a ideologia dos incapazes de desenvolver empatia com o povo. Não se pode conceber a existência de um projeto de poder com essas características, que mostra toda a sua perversidade ao tratar das urgências surgidas com a crise econômica, fortemente potencializada com a pandemia.
Se não bastasse tantas outras mazelas produzidas por esse governo – como o entreguismo, as ameaças à democracia e a corrupção desbragada –, o descaso com essa necessidade emergencial atesta a incompatibilidade de um governo distante da realidade do povo para atender exclusivamente aos interesses rentistas. Não é possível imaginar passivamente o prosseguimento dessa situação. Além da luta imediata pelo provimento de renda aos mais necessitados, cumpre desbravar o horizonte de um Brasil sem bolsonarismo.
A combinação da crise econômica estrutural e de âmbito global com a pandemia do coronavírus vai desenhando um cenário dramático. O Brasil é um dos países em que essa resultante já apresenta dados alarmantes. Informações do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) mostram que a perda de ocupação entre os trabalhadores informais é mais do que o dobro em relação aos formais, formando um cenário social que se deteriora rápida e continuamente.
É óbvio que essa situação deveria ser tratada como prioridade absoluta. Teria de haver, em primeiro lugar, mecanismos que garantisse a manutenção das empresas, a primeira condição para a existência de emprego e renda. Para os informais, a emergência de um auxílio emergencial contínuo deveria ser a primeira preocupação, tendo em vista sua situação de precariedade econômica com a interrupção dos fluxos econômicos do país.
Mas o governo Bolsonaro não entende o problema por essa equação. Um mínimo de responsabilidade com o povo nesse momento exigiria desprendimento para que as diretrizes do Estado fossem alteradas, priorizando as urgências em detrimento dos privilégios garantidos pela engrenagem que move os recursos de quem paga a conta para os que recebem. Se em condições de normalidade esse mecanismo é profundamente injusto, com a pandemia ele adquire caráter criminoso
Para os informais e as parcelas vulneráveis da população, é preciso assegurar o auxílio emergencial de R$ 600 pelo menos até dezembro. Seria uma medida condizente com a tendência apontada pelo sociólogo Clemente Ganz Lúcio, consultor em trabalho, em entrevista a este Vermelho. Segundo ele, a crescente flexibilização do isolamento e o fim do auxílio emergencial indicam a perspectiva de que os trabalhadores informais tentam voltar ao mercado, engrossando a taxa de desemprego.
Manter em funcionamento a lógica imposta ao Estado pelo programa econômico do ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto esse cenário ganha cores cada vez mais dramáticas é uma indignidade, um comportamento condizente com a ideologia dos incapazes de desenvolver empatia com o povo. Não se pode conceber a existência de um projeto de poder com essas características, que mostra toda a sua perversidade ao tratar das urgências surgidas com a crise econômica, fortemente potencializada com a pandemia.
Se não bastasse tantas outras mazelas produzidas por esse governo – como o entreguismo, as ameaças à democracia e a corrupção desbragada –, o descaso com essa necessidade emergencial atesta a incompatibilidade de um governo distante da realidade do povo para atender exclusivamente aos interesses rentistas. Não é possível imaginar passivamente o prosseguimento dessa situação. Além da luta imediata pelo provimento de renda aos mais necessitados, cumpre desbravar o horizonte de um Brasil sem bolsonarismo.
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