Por Bepe Damasco, em seu blog:
Europa, julho de 2020
Os líderes da União Europeia anunciam em Bruxelas um plano de resgate da economia devastada pela Covid-19 no valor de 750 bilhões de euros. Para tirar os países da Zona do Euro da recessão, esse dinheiro seria tomado emprestado do mercado, criando uma dívida comum, algo inédito no âmbito da UE.
Embora ainda não haja acordo, porque os países chamados de “frugais”, adeptos do rigor fiscal ortodoxo, como Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria, são contrários, sob o argumento de que o plano beneficiaria principalmente os países mais vulneráveis do Sul do continente, o socorro financeiro vai na direção correta.
Já a economista-chefe do Banco Mundial, Carmem Reinhart, encaminhou pedido ao G20 para que estenda o alívio da dívida dos países mais pobres, no cenário da pandemia do novo coronavírus. Por sua vez, falando em nome do Banco Central Europeu, a atual presidente Cristiane Lagarde confirma a destinação de 1,35 bilhões de euros para o combate à covid-19. Largarde alertou ainda para o incremento dos pré-requisitos verdes que guiarão os investimentos pós-pandemia.
Em paralelo, ganha impulso entre políticos, executivos de grandes corporações e acadêmicos não só da Europa, mas também dos EUA, a proposta de uma renda mínima básica para todos os cidadãos e cidadãs, independentemente de faixa de renda.
Cabe lembrar que a renda mínima, que tem no Brasil o ex-senador Eduardo Suplicy como destacado defensor, é adotada com enorme sucesso pela administração petista do município de Maricá, no estado do Rio de Janeiro. Também são conhecidas experiências de renda básica no estado do Alaska (EUA), e na Finlândia.
Brasil, julho de 2020
Enquanto isso, no Brasil, às vésperas da envio do projeto de reforma tributária do governo ao Congresso Nacional, já se sabe que do seu conteúdo constam a reafirmação e a radicalização da regressividade do sistema tributário brasileiro, que penaliza os mais pobres com a taxação do consumo e do salário e poupa a renda, o investimento, o patrimônio e a herança dos ricos.
O governo Bolsonaro, em vez de tributar o lucro das empresas, trama a desoneração ampla da folha de pagamentos, acabando com os encargos que financiam políticas públicas como a casa própria, o FGTS, a previdência e o sistema de qualificação profissional do trabalhador.
Além disso, numa demonstração de oportunismo velhaco, planeja taxar o comércio eletrônico, modalidade de compra que cresceu de forma exponencial com a clausura imposta pela pandemia. Essa mal-disfarçada volta da CPMF, porém, não deve passar com facilidade no Congresso.
Outras propostas feitas pelo ministro Gudes para o período pós-pandemia são de fazer corar até mesmo economistas liberais. A linha anunciada é clara: destruir o sistema de proteção ao trabalho, liquidar a previdência pública e vender na bacia das almas e a preço de xepa de feira todo o patrimônio nacional.
Por isso, Guedes quer acabar com o salário mensal, pasme, e instituir o pagamento por hora trabalhada.
Por isso, Guedes quer cortar salários e demitir servidores públicos.
Por isso, Gudes quer insistir com o projeto de capitalização da previdência, através do qual cada trabalhador “poupa” para sua aposentadoria.
Por isso, Guedes quer acelerar o programa de privatizações, mesmo sobre pau e pedra da pandemia, começando pela Eletrobrás, ainda esse ano, e logo em seguida o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.
E não nos iludamos: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diga-se de passagem um dos baluartes no Congresso na aprovação da reforma da previdência e da reforma trabalhista, só não acolhe nenhum dos 36 pedidos de impeachment de Bolsonaro porque apoia em larga medida esse megaprojeto de destruição da nação em nome dos interesses lesa-pátria do mercado. Idem a Rede Globo e os donos do capital.
Moral da história: derrotar Guedes que, registre-se, política e ideologicamente também reza na cartilha neofascismo bolsonarista, é uma questão de sobrevivência.
Europa, julho de 2020
Os líderes da União Europeia anunciam em Bruxelas um plano de resgate da economia devastada pela Covid-19 no valor de 750 bilhões de euros. Para tirar os países da Zona do Euro da recessão, esse dinheiro seria tomado emprestado do mercado, criando uma dívida comum, algo inédito no âmbito da UE.
Embora ainda não haja acordo, porque os países chamados de “frugais”, adeptos do rigor fiscal ortodoxo, como Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria, são contrários, sob o argumento de que o plano beneficiaria principalmente os países mais vulneráveis do Sul do continente, o socorro financeiro vai na direção correta.
Já a economista-chefe do Banco Mundial, Carmem Reinhart, encaminhou pedido ao G20 para que estenda o alívio da dívida dos países mais pobres, no cenário da pandemia do novo coronavírus. Por sua vez, falando em nome do Banco Central Europeu, a atual presidente Cristiane Lagarde confirma a destinação de 1,35 bilhões de euros para o combate à covid-19. Largarde alertou ainda para o incremento dos pré-requisitos verdes que guiarão os investimentos pós-pandemia.
Em paralelo, ganha impulso entre políticos, executivos de grandes corporações e acadêmicos não só da Europa, mas também dos EUA, a proposta de uma renda mínima básica para todos os cidadãos e cidadãs, independentemente de faixa de renda.
Cabe lembrar que a renda mínima, que tem no Brasil o ex-senador Eduardo Suplicy como destacado defensor, é adotada com enorme sucesso pela administração petista do município de Maricá, no estado do Rio de Janeiro. Também são conhecidas experiências de renda básica no estado do Alaska (EUA), e na Finlândia.
Brasil, julho de 2020
Enquanto isso, no Brasil, às vésperas da envio do projeto de reforma tributária do governo ao Congresso Nacional, já se sabe que do seu conteúdo constam a reafirmação e a radicalização da regressividade do sistema tributário brasileiro, que penaliza os mais pobres com a taxação do consumo e do salário e poupa a renda, o investimento, o patrimônio e a herança dos ricos.
O governo Bolsonaro, em vez de tributar o lucro das empresas, trama a desoneração ampla da folha de pagamentos, acabando com os encargos que financiam políticas públicas como a casa própria, o FGTS, a previdência e o sistema de qualificação profissional do trabalhador.
Além disso, numa demonstração de oportunismo velhaco, planeja taxar o comércio eletrônico, modalidade de compra que cresceu de forma exponencial com a clausura imposta pela pandemia. Essa mal-disfarçada volta da CPMF, porém, não deve passar com facilidade no Congresso.
Outras propostas feitas pelo ministro Gudes para o período pós-pandemia são de fazer corar até mesmo economistas liberais. A linha anunciada é clara: destruir o sistema de proteção ao trabalho, liquidar a previdência pública e vender na bacia das almas e a preço de xepa de feira todo o patrimônio nacional.
Por isso, Guedes quer acabar com o salário mensal, pasme, e instituir o pagamento por hora trabalhada.
Por isso, Guedes quer cortar salários e demitir servidores públicos.
Por isso, Gudes quer insistir com o projeto de capitalização da previdência, através do qual cada trabalhador “poupa” para sua aposentadoria.
Por isso, Guedes quer acelerar o programa de privatizações, mesmo sobre pau e pedra da pandemia, começando pela Eletrobrás, ainda esse ano, e logo em seguida o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.
E não nos iludamos: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diga-se de passagem um dos baluartes no Congresso na aprovação da reforma da previdência e da reforma trabalhista, só não acolhe nenhum dos 36 pedidos de impeachment de Bolsonaro porque apoia em larga medida esse megaprojeto de destruição da nação em nome dos interesses lesa-pátria do mercado. Idem a Rede Globo e os donos do capital.
Moral da história: derrotar Guedes que, registre-se, política e ideologicamente também reza na cartilha neofascismo bolsonarista, é uma questão de sobrevivência.
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