Editorial do site Vermelho:
Os números impressionam, mas são reais. A economia dos Estados Unidos retraiu no segundo trimestre no ritmo mais acentuado desde a Grande Depressão, com queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 32,9% em taxa anualizada no trimestre passado. É o mais forte declínio desde que a medição começou a ser feita, em 1947, de acordo com o Departamento do Comércio norte-americano. A taxa na comparação entre os trimestres foi de uma queda de 9,5%.
A pandemia de Covid-19 teve forte influência, com redução drástica dos gastos dos consumidores e das empresas, mas pesam também os fundamentos da economia daquele país. Como disse o presidente do Federal Reserve – o Banco Central norte-americano, que recentemente manteve a taxa de juros perto de zero e prometeu continuar injetando dinheiro na economia (grande parte retida no circuito financeiro) –, Jerome Powell, a recuperação dependerá de políticas públicas de apoio.
Já se fala em pressão sobre a Casa Branca e o Congresso para fechar um segundo pacote de estímulo. Os pedidos de auxílio-desemprego voltaram a subir, um sinal perturbador de que a economia sente o aumento dos casos de coronavírus. Com o agravante de que as medidas preventivas, como o distanciamento social e a higienização sistemática, não estão sendo aplicadas com o rigor necessário, resultando em alta taxa de infecção, o que significa que o crescimento econômico não consegue ganhar força.
Com o mercado de trabalho enfraquecido – cerca de 30 milhões de pessoas, aproximadamente um em cada cinco trabalhadores norte-americanos, estão obtendo benefícios aos desempregados –, a demanda sofre redução drástica. Há ainda o término próximo da ajuda aos desempregados – que, se for prorrogado, deverá ser reduzida de US$ 600 para US$ 200 –, assim como os empréstimos a pequenas empresas que pouparam trabalhadores de demissões.
Muitos norte-americanos começam a ficar sem condições de pagar por comida, assistência médica, aluguel e outras contas. Como registrou o jornal The New York Times em editorial, “ao não conter o coronavírus, os Estados Unidos estão permitindo que o que começou como uma interrupção temporária da vida econômica cause danos duradouros à prosperidade e às perspectivas do país”.
As consequências já se revelam dramáticas. As previsões são de que 22% das famílias não podem mais pagar aluguel ou hipoteca. Os limites temporários de despejo, impostos nas primeiras semanas da crise, estão gradualmente terminando e um número crescente de credores e proprietários está tentando despejar os que não podem pagar. De acordo com o editorial, os Estados Unidos estão prestes a presenciar despejos em massa de famílias de baixa renda.
Para o Brasil, o dado grave é o seguidismo cego desse modelo pelo governo Bolsonaro. Além de atrapalhar a implementação das medidas de auxílio emergencial aos que ficaram sem fonte de renda, o socorro às empresas mais vulneráveis do espectro econômico e a compensação tributária aos estados e municípios, o governo propõe mais um arrocho na economia com sua proposta de “reforma” tributária, que sacrifica sobretudo as empresas de menor porte e beneficia o setor financeiro.
Com esses dados, fica demonstrado que a retomada do crescimento econômico só pode ser alcançada com o controle da pandemia. A conclusão é inescapável: as condutas de Donald Trump e Jair Bolsonaro – que age de maneira mimética em relação ao chefão da Casa Branca – resultam em crescimento das vítimas da Covid-19, ao mesmo tempo em que aumentam a recessão, além de atrasar e dificultar a retomada do crescimento.
Os números impressionam, mas são reais. A economia dos Estados Unidos retraiu no segundo trimestre no ritmo mais acentuado desde a Grande Depressão, com queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 32,9% em taxa anualizada no trimestre passado. É o mais forte declínio desde que a medição começou a ser feita, em 1947, de acordo com o Departamento do Comércio norte-americano. A taxa na comparação entre os trimestres foi de uma queda de 9,5%.
A pandemia de Covid-19 teve forte influência, com redução drástica dos gastos dos consumidores e das empresas, mas pesam também os fundamentos da economia daquele país. Como disse o presidente do Federal Reserve – o Banco Central norte-americano, que recentemente manteve a taxa de juros perto de zero e prometeu continuar injetando dinheiro na economia (grande parte retida no circuito financeiro) –, Jerome Powell, a recuperação dependerá de políticas públicas de apoio.
Já se fala em pressão sobre a Casa Branca e o Congresso para fechar um segundo pacote de estímulo. Os pedidos de auxílio-desemprego voltaram a subir, um sinal perturbador de que a economia sente o aumento dos casos de coronavírus. Com o agravante de que as medidas preventivas, como o distanciamento social e a higienização sistemática, não estão sendo aplicadas com o rigor necessário, resultando em alta taxa de infecção, o que significa que o crescimento econômico não consegue ganhar força.
Com o mercado de trabalho enfraquecido – cerca de 30 milhões de pessoas, aproximadamente um em cada cinco trabalhadores norte-americanos, estão obtendo benefícios aos desempregados –, a demanda sofre redução drástica. Há ainda o término próximo da ajuda aos desempregados – que, se for prorrogado, deverá ser reduzida de US$ 600 para US$ 200 –, assim como os empréstimos a pequenas empresas que pouparam trabalhadores de demissões.
Muitos norte-americanos começam a ficar sem condições de pagar por comida, assistência médica, aluguel e outras contas. Como registrou o jornal The New York Times em editorial, “ao não conter o coronavírus, os Estados Unidos estão permitindo que o que começou como uma interrupção temporária da vida econômica cause danos duradouros à prosperidade e às perspectivas do país”.
As consequências já se revelam dramáticas. As previsões são de que 22% das famílias não podem mais pagar aluguel ou hipoteca. Os limites temporários de despejo, impostos nas primeiras semanas da crise, estão gradualmente terminando e um número crescente de credores e proprietários está tentando despejar os que não podem pagar. De acordo com o editorial, os Estados Unidos estão prestes a presenciar despejos em massa de famílias de baixa renda.
Para o Brasil, o dado grave é o seguidismo cego desse modelo pelo governo Bolsonaro. Além de atrapalhar a implementação das medidas de auxílio emergencial aos que ficaram sem fonte de renda, o socorro às empresas mais vulneráveis do espectro econômico e a compensação tributária aos estados e municípios, o governo propõe mais um arrocho na economia com sua proposta de “reforma” tributária, que sacrifica sobretudo as empresas de menor porte e beneficia o setor financeiro.
Com esses dados, fica demonstrado que a retomada do crescimento econômico só pode ser alcançada com o controle da pandemia. A conclusão é inescapável: as condutas de Donald Trump e Jair Bolsonaro – que age de maneira mimética em relação ao chefão da Casa Branca – resultam em crescimento das vítimas da Covid-19, ao mesmo tempo em que aumentam a recessão, além de atrasar e dificultar a retomada do crescimento.
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