terça-feira, 15 de setembro de 2020

Pandemia provoca arrocho e precarização

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

Quase 60% dos moradores de São Paulo, cidade mais rica do país, perderam renda em meio à pandemia do novo coronavírus. Além disso, 77% dos paulistanos consideram que a pandemia aprofundou a precarização do trabalho. Entre as principais queixas, estão baixos salários, trabalho sem carteira assinada, sem garantias e com jornadas muito longas. Apesar disso, a situação melhorou um pouco em relação a abril, cerca de um mês depois do início do surto, quando 64% diziam ter perdido renda no período. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (10), são da pesquisa Viver em São Paulo – Pandemia, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope.

Segundo a pesquisa, 12% dos moradores perderam completamente a renda, 29% afirmaram que as receitas diminuíram muito e 18%, que diminuiu um pouco. Outros 32% apontaram que a renda continua igual e 4% disseram que tiveram aumento.

Em abril, os dados indicavam que 22% tinham perdido completamente a renda, 25% tinham perdido muita e 17% tinham perdido um pouco. Para 28%, a renda continuava a mesma e, para 1%, tinha subido. Os dados, no entanto, não contemplam os paulistanos das classes D e E, porque a pesquisa foi feita pela internet e as organizações temeram que houvesse distorção.

Futuro do trabalho

Dos 800 entrevistados pela Rede Nossa São Paulo, 7% perderam o emprego na pandemia e 8% ficaram algum tempo sem trabalhar no período. Em abril, eram 6% e 21%, respectivamente. Além disso, 38% afirmaram que a jornada de trabalho diminuiu por causa da pandemia, praticamente o mesmo número de abril (40%). Para 30% não houve mudança na jornada de trabalho e 11% consideram que houve aumento.

Em relação ao futuro do trabalho, 44% acreditam que ainda haverá demissões em massa e maior precarização nas contratações, após a pandemia. Outros 63% dos paulistanos acreditam que o home office deve ser adotado definitivamente como principal forma de trabalhar para algumas áreas de atuação.

Por fim, a pesquisa mostrou que 47% dos paulistanos das classes A, B e C consideram que as medidas de higiene e distanciamento social devem passar a ser permanentes em estabelecimentos de comércio ou serviços.

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