segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Uberização, trabalho digital e Indústria 4.0

Do site da Boitempo Editorial:

Organizada por Ricardo Antunes, professor da Unicamp e sociólogo do trabalho, a obra é uma coletânea de artigos que desbrava os temas do trabalho digital, da uberização e plataformização do trabalho e do fenômeno da Indústria 4.0 e suas consequências para o universo laborativo e para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. O livro traz dezenove artigos de importantes pesquisadores e pesquisadoras, brasileiros e estrangeiros, que investigam, em diferentes setores, os impactos sociais decorrentes da expansão do universo maquínico-informacional-digital.

A uberização, conceito abordado, definido e expandido na obra, é um processo de individualização e invisibilização das relações de trabalho, que assumem a aparência de “prestação de serviços”, obliterando relações de assalariamento e de exploração. O livro investiga como a introdução das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no mundo produtivo funciona para aumentar o cenário de precarização do trabalho – prescindindo de salários e reduzindo pagamentos, ampliando o controle sobre e a competição entre os trabalhadores – por meio de análises de diferentes setores produtivos impactados pelo trabalho digital e pela Indústria 4.0, como o trabalho de entregadores de aplicativos, a indústria automobilística, o setor bancário e os setores de telemarketing e call-center.

Os artigos também enfatizam a importância dos movimentos de resistência à precarização, dos quais o “Breque dos Apps”, a paralisação nacional dos entregadores de aplicativos ocorrida em 1º de julho de 2020, é o mais recente exemplo.

Trecho

“Com a expansão global da chamada Indústria 4.0, em curso ainda mais acentuado durante a pandemia, se não forem criadas barreiras e confrontações sociais fortes, teremos uma ampliação exponencial de trabalho morto, por meio do crescimento do maquinário informacional-digital. Tais alterações trarão, além da redução quantitativa do trabalho vivo, profundas transformações qualitativas, uma vez que o trabalho morto, ao ampliar seu domínio sobre o trabalho vivo, aprofundará ainda mais a subsunção real do trabalho ao capital, nessa nova fase digital, algorítmica e financeira que pauta o mundo corporativo de nosso tempo.” - Ricardo Antunes

Ficha técnica

Título: Uberização, trabalho digital e Indústria 4.0

Autores: Arnaldo Mazzei Nogueira, Cílson César Fagiani, Clarissa Ribeiro Schinestsck, Claudia Mazzei Nogueira, Fabiane Santana Previtali, Geraldo Augusto Pinto, Isabel Roque, Iuri Tonelo, Jamie Woodcock, Luci Praun, Ludmila Costhek Abílio, Marco Gonsales, Mark Graham, Mohammad Amir Anwar, Patrícia Rocha Lemos, Rafael Grohmann, Ricardo Antunes, Ricardo Festi, Sávio Cavalcante, Thiago Trindade de Aguiar e Vitor Filgueiras

Organização e apresentação: Ricardo Antunes

Capa: Antonio Kehl, sobre foto de Rafael Vilela

Coleção: Mundo do trabalho

Páginas: 336

Preço: R$ 59,00

Formato (largura x altura): 16 x 23 cm

ISBN: 978-65-5717-011-3

Editora: Boitempo

Disponível a partir de: 1º de outubro de 2020

Sobre o autor

Ricardo Antunes é um dos principais nomes da sociologia do trabalho no Brasil. Professor titular de sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp), coordena a coleção “Mundo do trabalho”, da Boitempo, e é autor de, entre outros, Coronavírus: o trabalho sob fogo cruzado (2020), O privilégio da servidão (2018) e Os sentidos do trabalho (1999).

Sobre a Boitempo

A Boitempo foi fundada em 1995, por Ivana Jinkings. Com 25 anos de existência, consolidou-se produzindo livros de qualidade, com opções editoriais claras. Obras de alguns dos mais influentes pensadores nacionais e internacionais compõem um catálogo que conta com nomes como Karl Marx, Friedrich Engels, David Harvey, Angela Davis, Maria Rita Kehl, Ricardo Antunes, Leonardo Padura, György Lukács, Antonio Gramsci, Slavoj Žižek, entre muitos outros. O nome da editora – inspirado em um poema de Carlos Drummond de Andrade – é uma homenagem ao maior poeta brasileiro e também ao criador da primeira Boitempo, o dirigente comunista Raimundo Jinkings, pai de Ivana.

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