Por Altamiro Borges
Até o oligárquico Estadão está preocupado com o aumento do desemprego no país. Teme, talvez, que essa alta venha acompanhada de explosões sociais. Em editorial na segunda-feira (5), o jornal soou o alarme: "Desocupação chegou a 13,8% da força de trabalho, no trimestre maio-julho, com 13,1 milhões de pessoas procurando vaga".
O jornalão acrescenta: "Se a esse grupo se juntarem os afastados por desalento e os muitos trabalhadores subutilizados, chega-se a um total de 32,9 milhões. É um contingente maior que a população do Peru, 32,5 milhões, incluídos velhinhos e criancinhas". O caos social estará bem mais visível e alarmante.
O jornal lembra ainda que "o poder de compra das famílias foi em boa parte sustentado – e até ampliado, em alguns casos – pelo auxílio emergencial. O último levantamento indicou 67,7 milhões de beneficiários. Esse auxílio foi reduzido de R$ 600 para R$ 300 e será extinto em janeiro".
O Estadão registra que o auxílio emergencial "possibilitou a retomada do consumo e as vendas do comércio varejista retornaram ao nível pré-pandemia. Com a sua redução e, depois, com a sua extinção, a continuação da retomada será muito menos segura". Os conflitos sociais entrariam no horizonte!
“Piora das estatísticas será dramática”
No mesmo rumo, a Folha também já disparou o alarme. Em editorial intitulado "Emprego incerto", o jornal até tenta dourar a pílula. "Embora melhorem as expectativas para a recuperação na economia até o final do ano [sic], o prognóstico para o mercado de trabalho continua a assustar".
A Folha observa que a taxa de desocupação de 13,8% não reflete a dura realidade da falta de vagas no país. "O salto do desemprego teria sido muito maior não fosse a saída de 6,8 milhões da força de trabalho – seja por causa da inviabilidade do retorno em muitos setores, seja graças ao auxílio emergencial".
"A redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 mensais e a provável extinção do benefício no formato atual em 2021 sugerem que mais pessoas voltarão a buscar vagas no mercado. Se a atividade não mostrar dinamismo, a piora das estatísticas será dramática", desespera-se a Folha.
Alarme do Estadão e desespero da Folha deveriam vir em forma de autocrítica.Colaboraram para a ascensão "disso daí".
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